Por
Joaci
Góes
A
legislação trabalhista brasileira, vencida a fase inicial em que sua utilidade
foi indiscutível, tanto para o avanço social quanto econômico, passou a
constituir, isoladamente, o maior obstáculo à contratação de mão de obra de
todos os níveis.
Explica-se:
a excessiva burocratização das relações empregado x empregador transformou cada
empregado numa potencial bomba relógio, apta a explodir a qualquer momento,
diante da crescente transformação da Justiça do Trabalho em Advocacia Geral dos
Trabalhadores, com as exceções que confirmam a regra, como reconheceu o Mestre
Orlando Gomes, um dos precursores do Direito do Trabalho, no Brasil e o
primeiro a decidir questões de natureza trabalhista na Bahia, quando as juntas
ainda não eram órgãos do Poder Judiciário. Ele criticou severamente os desvios
de finalidade praticados na aplicação das leis trabalhistas, interpretadas como
se fossem um instrumento para dar razão sistematicamente ao trabalhador, em
face do obreirismo acentuado da maioria dos juízes constituir-se “numa das mais
graves distorções no funcionamento da Justiça do Trabalho”, resultante da
“atitude mental de dar razão sistematicamente aos trabalhadores, ou, quando
menos, de dirigir o processo em condições de favorecer”, dando “a impressão de
que a Justiça do Trabalho é uma justiça de Classe”.
A reação ao
Projeto de Terceirização, de autoria do deputado baiano Arthur Maia, provém da
desinformação ou do mandonismo de nosso atrasado sindicalismo, que age em
função, exclusivamente, dos interesses menores dos seus dirigentes, nada tendo
a ver com os mais genuínos interesses do trabalhador. Além de assegurar
proteção legal a milhões de empregados hoje desamparados, a terceirização dá
continuidade à divisão do trabalho que permitiu o extraordinário crescimento da
produtividade e bem-estar humano. Basta ver como um assalariado médio, hoje,
usufrui de um padrão de vida inalcançável pelo homem mais poderoso ou mais rico
no início da Revolução Industrial. Essa é uma verdade palmar que só a esquerda
caviar não vê. Por isso, é de causar estranheza a repercussão equivocada que
alguns veículos importantes de nossa mídia deram aos vanguardeiros do atraso.
As estatísticas de que se serviram tiveram suas fragilidades assoalhadas pelos
mais competentes e insuspeitos profissionais da matéria em nosso País.
O fato é
que a terceirização especializada ensejará a gradual elevação dos salários, na
medida em que aumentar, como previsível, a produtividade do trabalhador,
acarretando a diminuição da diferença entre os distintos escalões
profissionais, como entre um operário da construção civil e o engenheiro-chefe
das obras. Cada uma das empresas terceirizadas, em face do requerimento de sua
especialização, operará como eficaz fonte de aperfeiçoamento dos seus
funcionários. Ganham os trabalhadores, ganham as empresas, ganha o Brasil, pela
notável elevação da produtividade de sua economia. A corrente diminuição das
exportações brasileiras resulta da queda de nossa produtividade, derivada, por
sua vez, da perda de eficiência de nossa mão de obra, como reconheceu
diagnóstico da CNI relativo ao ano de 2013. Recorde-se que antes da Revolução
Industrial, a produção por trabalhador era pequena porque ele participava de
todas as etapas de um processo. Com a especialização, a produtividade por
trabalhador, em alguns casos, chegou a aumentar cem vezes!
A liberdade
para contratar quem quiser é direito inalienável dos empreendedores em qualquer
sociedade democrática. O contrário conduz ao atraso cubano, boliviano,
venezuelano, equatoriano, etc.. Basta o mal que essas malsinadas matrizes de
pensamento político-econômico têm causado ao Brasil, nos últimos anos.
Aguardemos
o que a esquerda Romanée Conti tem a dizer sobre a privatização de amplos segmentos
de nossa infraestrutura, já anunciada pela Presidente Dilma, para os próximos
dias, como imperativo de recuperação de nossa claudicante economia.
Finalmente,
estamos assistindo a vitória dos fatos sobre o discurso populista!
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