quarta-feira, 3 de junho de 2015

CENTRO HISTÓRIO DA CIDADE DE OLINDA – PERNAMBUCO

 
Patrimônio da humanidade (UNESCO)

 O Centro Histórico de Olinda, também chamado de Cidade Alta, abrange a área histórica do município brasileiro de Olinda, no estado de Pernambuco.


Quase um terço da área total do município é tombado. A preservação desse sítio histórico começou na década de 1930, quando os principais monumentos foram tombados. A partir daí foram promovidas várias ações no sentido de preservar todo o patrimônio histórico, cultural e arquitetônico do município. O sítio foi declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em 1982 foi reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO.

Altar-mor da Igreja de São Bento.

Fundada em 1535 por Duarte Coelho Pereira, primeiro donatário da capitania, em um sítio elevado que favorecia a defesa da povoação e controle da região, Olinda se tornou capital e um importante polo econômico no fim do século XVI, enriquecida com a cana-de-açúcar. Em 1612 a vila centralizava a produção de todos os engenhos de Pernambuco, e tanta riqueza motivou a invasão dos holandeses em 1630. Um ano depois, sendo considerada mal localizada pelos invasores, a vila foi abandonada e incendiada, e a capital transferiu-se para Recife, o antigo porto de Olinda.



Depois da expulsão dos holandeses em 1654, Olinda começou a ser reconstruída. Das edificações originais quase nada restara, destacando-se entre as que escaparam do incêndio a Igreja de São João. Porém, desenvolveu-se intensa rivalidade com Recife pela supremacia política. Os fazendeiros e a Igreja desejavam o retorno da capital para sua antiga sede, mas os comerciantes preferiam Recife como capital por ter um porto. Vencendo os primeiros, voltou Olinda à condição de capital. Em 1676 foi erigida ali a Diocese de Pernambuco e a vila subiu à condição de cidade, passando os próximos cem anos envolvida na reconstrução e tornando-se importante centro cultural.
No século XVIII, com o declínio da economia açucareira, e enfrentando a constante competição de Recife, que se tornava cada vez mais próspera, a cidade mudou seu perfil, tornando-se um refúgio de aristocratas, religiosos, estudantes e pessoas em busca de suas praias para banhos medicinais. Em 1827 Recife voltou a ser capital. Ao longo do século XIX é visível a estagnação da cidade, que continua do mesmo tamanho que tinha no século anterior. O seu renascimento só ocorreu no século XX, quando seu potencial turístico começou a ser explorado.


A cidade tem um traçado irregular, de influência medieval, adaptando-se de forma orgânica às curvas do terreno. Os monumentos históricos são realçados pela abundante vegetação tropical que sobrevive entre a malha urbana. Há grande número de igrejas, muitas delas com rica ornamentação barroca no interior, e seu casario atesta a transformação dos hábitos de edificação civil ao longo dos séculos, mas preservou-se a harmoniosa integração com a paisagem e ainda restam expressivos trechos com a antiga urbanização colonial do século XVIII, com suas casas de tradição portuguesa, com sacadas em pedra ou madeira, fachadas contíguas e grandes quintais, adaptadas ao clima tropical do local. Segundo descrição da UNESCO, que o declarou Patrimônio Mundial,


"As qualidades únicas do Centro Histórico surgem do equilíbrio preservado entre os edifícios, públicos ou privados, e os jardins organizados desde a primitiva divisão dos lotes. É uma cidade de vistas surpreendentes: uma das numerosas igrejas ou conventos barrocos, ou uma das várias capelas dos passos, vai aparecer a cada vez que dobramos uma esquina. Os refinamentos elaborados da decoração das principais estruturas arquitetônicas contrastam com a charmosa simplicidade do casario pintado de cores vivas ou com as fachadas revestidas de azulejos".


Entre as construções existentes atualmente, se destacam a antiga capela do colégio jesuíta, hoje denominada Igreja da Graça, a Catedral de Olinda, a Igreja e Mosteiro de São Bento, o Convento de São Francisco, a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e o antigo palácio episcopal, hoje


o Museu de Arte Sacra de Pernambuco. Nos últimos anos a administração municipal, o IPHAN e o Programa Monumenta têm realizado muitas obras de conservação, restauro e revitalização de estruturas e espaços, com preocupação com a acessibilidade e a circulação, a organização dos artesãos e comerciantes locais e o aproveitamento das vistas panorâmicas que podem ser desfrutadas de cima das colinas do centro histórico.




Grande parte do interesse que Olinda desperta vem de suas manifestações da cultura popular, sendo conhecida pela sua cerâmica e sua talha artesanal, pelo seu carnaval e outras festas típicas da região, onde se dança o frevo e o maracatu.

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