Patrimônio
da humanidade (UNESCO)
Quase um
terço da área total do município é tombado. A
preservação desse sítio histórico começou na década de 1930, quando os
principais monumentos foram tombados. A partir daí foram promovidas várias
ações no sentido de preservar todo o patrimônio histórico, cultural e
arquitetônico do município. O sítio foi
declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em
1982 foi reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO.
Altar-mor
da Igreja de São Bento.
Fundada em 1535 por Duarte Coelho Pereira,
primeiro donatário da capitania, em um sítio elevado que favorecia a defesa da
povoação e controle da região, Olinda se tornou capital e um importante polo
econômico no fim do século XVI, enriquecida com a cana-de-açúcar. Em 1612 a
vila centralizava a produção de todos os engenhos de Pernambuco, e tanta
riqueza motivou a invasão dos holandeses em 1630. Um ano depois,
sendo considerada mal localizada pelos invasores, a vila foi abandonada e
incendiada, e a capital transferiu-se para Recife, o antigo porto de Olinda.
Depois da expulsão dos holandeses em 1654, Olinda
começou a ser reconstruída. Das
edificações originais quase nada restara, destacando-se entre as que escaparam
do incêndio a Igreja de São João. Porém, desenvolveu-se intensa
rivalidade com Recife pela supremacia política. Os fazendeiros e a Igreja
desejavam o retorno da capital para sua antiga sede, mas os comerciantes
preferiam Recife como capital por ter um porto. Vencendo os primeiros, voltou
Olinda à condição de capital. Em 1676 foi erigida ali a Diocese de
Pernambuco e a vila subiu à condição de cidade, passando os próximos cem
anos envolvida na reconstrução e tornando-se
importante centro cultural.
No século XVIII, com o declínio da economia
açucareira, e enfrentando a constante competição de Recife, que se tornava cada
vez mais próspera, a cidade mudou seu perfil, tornando-se um refúgio de
aristocratas, religiosos, estudantes e pessoas em busca de suas praias para
banhos medicinais. Em 1827 Recife
voltou a ser capital. Ao longo do século XIX é visível a estagnação da
cidade, que continua do mesmo tamanho que tinha no século anterior. O seu
renascimento só ocorreu no século XX, quando seu potencial turístico começou a
ser explorado.
A cidade tem um traçado irregular, de influência
medieval, adaptando-se de forma orgânica às curvas do terreno. Os monumentos
históricos são realçados pela abundante vegetação tropical que sobrevive entre
a malha urbana. Há grande número de igrejas, muitas delas com rica ornamentação
barroca no interior, e seu casario atesta a transformação dos hábitos de
edificação civil ao longo dos séculos, mas preservou-se a harmoniosa integração
com a paisagem e ainda restam expressivos trechos com a antiga urbanização
colonial do século XVIII, com suas casas de tradição portuguesa, com sacadas em
pedra ou madeira, fachadas contíguas e grandes quintais, adaptadas ao clima
tropical do local. Segundo descrição da UNESCO, que o declarou Patrimônio
Mundial,
"As qualidades
únicas do Centro Histórico surgem do equilíbrio preservado entre os edifícios,
públicos ou privados, e os jardins organizados desde a primitiva divisão dos
lotes. É uma cidade de vistas surpreendentes: uma das numerosas igrejas ou
conventos barrocos, ou uma das várias capelas dos passos, vai aparecer a cada
vez que dobramos uma esquina. Os refinamentos elaborados da decoração das
principais estruturas arquitetônicas contrastam com a charmosa simplicidade do
casario pintado de cores vivas ou com as fachadas revestidas de azulejos".
Entre as
construções existentes atualmente, se destacam a antiga capela do colégio
jesuíta, hoje denominada Igreja da Graça, a Catedral de Olinda,
a Igreja e Mosteiro de São Bento, o Convento de São Francisco,
a Igreja de Nossa Senhora das Neves, a Igreja de Nossa Senhora do
Carmo e o antigo palácio episcopal, hoje
o Museu
de Arte Sacra de Pernambuco. Nos últimos anos a administração municipal,
o IPHAN e o Programa Monumenta têm realizado muitas obras de
conservação, restauro e revitalização de estruturas e espaços, com preocupação
com a acessibilidade e a circulação, a organização dos artesãos e comerciantes
locais e o aproveitamento das vistas panorâmicas que podem ser desfrutadas de
cima das colinas do centro histórico.
Grande
parte do interesse que Olinda desperta vem de suas manifestações da cultura
popular, sendo conhecida pela sua cerâmica e sua talha artesanal, pelo seu
carnaval e outras festas típicas da região, onde se dança o frevo e o
maracatu.
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