terça-feira, 2 de junho de 2015

COMA A PAMONHA DE ROSA ANTES DE PULAR A FOGUEIRA DE SAIA (VEJA RECEITA)


Por Helô Sampaio


O tempo está correndo tanto que às vezes a gente perde a noção dos dias. Gente, já estamos praticamente pulando a fogueira do São João! Se piscar o olho de novo... é hora de armar a arvore de Natal.
Ainda bem que as coisas estão acontecendo rapidamente também na justiça, na política e as instituições estão se depurando. Boto fé que assim será.
Depois de passarmos por momentos dificílimos com a roubalheira da Petrobras, o lava jato, o mensalão e outras safadezas, quando o mundo passou a ver o nosso país como campeão em desvio de dinheiro público, vivemos agora o escândalo da FIFA – onde infelizmente alguns brasileiros estão também atolados.
Mas, pelo menos, dividimos a vergonheira com os ‘hermanos’ das Américas: Venezuela, Uruguai, Nicarágua, Costa Rica, Ilhas Cayman e vai por aí, que ainda vem lama atrás.
E, dizem, que o nosso ‘patropi’ vai passar por profunda sindicância no esporte. E que, numa primeira sindicância, já descobriram que o mangangão da CBF surripiou três anos da certidão de nascimento e dois gols da Alemanha no jogo com o Brasil na Copa. He-he!
Quem ‘guenta’ com ‘nóis’? ‘Nóis sofre mais nóis goza, que nóis é jove e recupera’, já bem dizia um cabra bom lá em Ibicaraí. Assino embaixo.

O bom do nosso Brasil é a lógica da malandragem. Quando um sabido é pego roubando, preparando uma falcatrua, diz na tampa: ‘fulano também roubou’ ou ‘na época de cicrano também houve roubo’.
Então tá. Se já roubaram, também roubaremos, ou mataremos, enganaremos e achacaremos até o fim. Em troca, pagaremos mais aumento de impostos, de taxas, multas. Assalto ao nosso bolso.
Mas, ‘paroano’ tem eleição. E com ‘cinquenta conto’ se compra o voto de um bocado de cidadão pra eleger a mesma escória.  Vamos nessa, que é bom a bessa: botar ‘cinquentinha’ no bolso dá pra tomar um bocado de ‘pinga’ e cerveja depois do voto.
Depois volta pra casa ‘bebum’ e feliz. E no outro dia, com cara de ressaca e a consciência doendo, vê o candidato que elegeu sorrindo pra cara do ‘mané’ e se despedindo da gentalha. Tem sido assim e não vislumbro sinal de mudança próximo.
Aliás, vejo, sim, uma nuvenzinha no fim do túnel. Pois não é que aprovaram o fim da reeleição para os cargos executivos: presidente, governador e prefeito? Já é um avanço. Esse foi o grande pecado do Fernando Henrique, que nos fez, a nós, cidadãos comuns, ficar com muita raiva. Ele deve se arrepender amargamente de ter prejudicado o país por essa vaidade de permanecer no poder.
Outra mudança que espero ansiosamente é a eleição no mesmo dia pra todos os cargos. Ter eleição de dois em dois anos, além de ser muito oneroso para o país, incentiva a negociação porca: eu te apoio agora e tu me devolves a mamata na próxima eleição. Eu vejo assim, com raras e honrosas exceções.  
Mas agora vamos falar das coisas boas que ainda nos restam. Porque junho é o meu mês preferido: pelo Santantoinho casamenteiro que anima os namoradinhos da véspera, pelo licor do São João que engana as viúvas do São Pedrinho, e pelo meu aniversário, que é protegido pelos santinhos. É muita festa boa num mês só.
O difícil é pular a fogueira com a saia rodada, principalmente quando a gente já encheu o juízo com licor de jenipapo. De vez em quando o fogo sobe pelas pernas de uma donzela. Mas é fogo mesmo, subindo pela saia colorida. Aí, o povo vem, e apaga os dois fogos da moçoila. E a farra continua a correr solta.
Adoro São João na minha Ibicaraí, quando a família, na véspera, vai pra roça de Cachacinha; e no dia da festa, sai pelas casas dos amigos: “São João passou por aqui?”, e entra para comer uma canjica ou um pedaço do frango assado, com um licorzinho. Trem bom demais!
“Essa é época de fartura e muita comida gostosa, que nos remete às nossas tradições, é hora de relembrar os aromas das cozinhas das nossas avós e mães, de onde exalava os cheiros mais tentadores: bolos de milho, carimã, aipim; canjica temperada com  água de flores; pamonhas de milho e carimã; amendoim e milho cozidos; biscoitinhos de goma; queijadinhas...”, lembra minha amiga Rosa, que tem a Escola de Culinária e Buffet Rosa Gonçalves, em Luis Eduardo Magalhães, e fará um festival de Gastronomia agora, em agosto. Eu já estou escalada pra provar as delicias.
Rosa diz que para despertar nossa vontade de cozinhar uma dessas maravilhas, ela me manda a receita da nossa tradicional pamonha de carimã, que não pode faltar nas festas juninas. Se ainda não experimentou, aproveite a oportunidade, e prepare você mesmo para os amigos. Avental a postos, vamos para a cozinha.
Pamonha de carimã de Rosa Gonçalves

Ingredientes:

-- Folha de bananeira
-- Barbante
-- 1k de carimã
-- 2/3 xícara (chá) de coco ralado
-- 500 ml de leite de coco
-- 1 xícara (chá) de água
-- 1 ½ xícara (chá) de açúcar
-- 2 colheres (chá) de sal

Modo de preparar:
-- Passar as folhas de bananeira na chama do fogão para que fiquem flexíveis. Retirar o talo central das folhas e cortar cada uma em retângulos de 15 centímetros de comprimento por 10 de largura.
-- Colocar a carimã em um saco de pano, lavar em água corrente e depois espremer bem, retirando a água.
-- Colocar em um recipiente a carimã, o coco, o leite de coco, a água, o açúcar e o sal. Misturar bem até formar um creme.
-- Fazer um cilindro com um dos pedaços da folha de bananeira, amarrar uma das pontas com barbante, encher o cilindro com a massa da pamonha e fechar, amarrando com barbante. Repetir a operação com os outros pacotes, até acabar a massa.
-- Colocar as pamonhas em uma panela com água fervendo. Deixar cozinhar por aproximadamente 25 minutos. Retirar as pamonhas com uma escumadeira.
Servir frio. E ficar esperando os aplausos.

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