sábado, 27 de junho de 2015

YAKOVLEV: A POESIA CORPORAL CAPTADA NO INSTANTE FOTOGRÁFICO

Arte: ensaio fotográfico
Publicado em fotografia por Renata Ferreira 

"A dança? Não é movimento
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural".
  
O fotógrafo russo Alexander Yakovlev conseguiu unir a Fotografia e a Dança de forma rica e singular, num ensaio fotográfico brilhante. 



Fotografia e Dança são amores antigos. Ver um trabalho cuja união da segunda e da oitava arte se completam me dá um prazer inenarrável. Um desejo de compartilhar minhas impressões singelas e descobertas com todos. Contagiá-los, ou melhor tentar, já que é impossível escrever o que sentimos. No que concerne à arte, então, é mais complicado ainda. Não há teoria da arte que traduza uma experiência estética.
O fotógrafo russo Alexander Yakovlev conseguiu unir a Fotografia e a Dança de forma rica e singular num ensaio fotográfico brilhante. Registrou movimentos, que nos palcos são executados com rapidez e com uma sutiliza ímpar, própria dos deuses bailarinos. Às vezes, são tão rápidos que nosso olhar não capta toda a beleza e perfeição desses corpos que são verdadeiras obras de arte.
Dança e fotografia são para mim poesia pura, enquanto aquela é um poema registrado em cada movimento [poesia corporal], esta é a experiência poética do olhar e do coração registrada numa imagem.

A dança assim como a poesia ultrapassa a fronteira da expressão artística. Há um poema do maravilhoso Carlos Drummond de Andrade cujos versos tentam externar o que é a dança. O poema é intitulado A dança e a alma, e cabe perfeitamente na minha tentativa de expor meus sentimentos.
"A dança? Não é movimento
súbito gesto musical É concentração, num momento, da humana graça natural
No solo não, no éter pairamos, nele amaríamos ficar. A dança- não vento nos ramos seiva, força, perene estar um estar entre céu e chão, novo domínio conquistado, onde busque nossa paixão libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever suas mais divinas parábolas sem fugir a forma do ser por sobre o mistério das fábulas".
E o que dizer da fotografia. Melhor não dizê-la. Permita-se senti-la. Admire e agradeça aos fotógrafos que fotografam com o coração e a com alma. Bresson estava mais do que certo quando disse que “Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração”. Enxergar com o coração e clicar é divino, olhar para uma fotografia e sentir a imagem, o fotógrafo e o instante, é ser humano. Sejamos, humanos.
Voilà as imagens!










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