Publicado em recortes por Maria Brockerhoff
Esta viagem traz uma inversão muito boa: são as montanhas, os riachos,
as curvas que se aproximam do trem... a paisagem se oferece à janela...
Foto: Rainer
Brockerhoff
O audacioso projeto de construção de estradas de ferro no
Ecuador é de 1861; além de ligar as partes mais distantes e modernizar o
país, tinha por objetivo político quebrar a influência absoluta da igreja
católica; este último, certamente, foi em vão.
Uma
importante rota de turismo é a do Tren Crucero, que começou a
operar em 2013. Começamos em Alausí, um antigo e agradável pueblo, a
duas horas de Baños.
Foto:
Rainer Brockerhoff
Nariz del
Diablo, o trecho mais conhecido, o de maior altitude e o mais estreito, foi
reinaugurado em 2011. Esta construção era considerada impossível pelos
especialistas da época e a execução comprovou ser a estrada de ferro mais
difícil do mundo. Aqui é o túmulo de, aproximadamente, 2500 trabalhadores de
países distantes, grande parte de jamaicanos.
Foto: Rainer Brockerhoff
O relevo da
região — com aquele mesmo verde repousante da Irlanda e do Bhutan —
exige exímios maquinistas; a encosta quase vertical obriga complexas manobras
de avançar e dar ré naquela “garganta” para o retorno.
Foto: Rainer Brockerhoff
Experientes
condutores seguram o trem numa descida em ziguezagues de 800m até Sibambe, uma
pequena estação com restaurante, alegres danças típicas e um pequeno museu bem
esclarecedor sobre esta avançada e desafiadora obra de engenharia.
Foto: Rainer Brockerhoff
Em Alausí,
antes do embarque, um cheiro apetitoso confirmou a boa indicação do guia Milton
para o desayuno. No boteco, a gentil atendente nos serviu de um
enorme caldeirão fervente uma suculenta sopa, além de ovos, pães, choclo/milho
verde, queijo fresco, geleia e o néctar de guanabana, uma fruta
típica, prima da graviola.
Bilhetes
para este cruzeiro de trem? Só com muita antecedência e o pessoal da terra
reclama do preço alto. Felizmente a agência Happy Gringo organizou
tudo muito bem e a nossa parte foi a de aproveitar este passeio e a
sensação de estar num momento atemporal, sem passado nem futuro.
Foto: Rainer Brockerhoff
O vagão é
muito confortável, muito limpo, com esta curiosa placa!
Foto: Rainer Brockerhoff
De qualquer
assento — aliás, nem precisaria disto! — a vista é completa. Tivemos a sorte de
compartilhar bons momentos com uma alegre e grande família equatoriana, que
lotou o vagão! Essas pessoas muito gentis tornaram o passeio especialmente
acolhedor.
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/da_janela_das_eumenides/2015/07/nariz-del-diablo-o-trem-impossivel.html#ixzz3fV3aBOpX
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