Pamela
Camocardi é professora por vocação, leitora por paixão e teimosa por natureza.
Objetiva em palavras e atitudes, defende a educação como prioridade e acredita
na leitura como formadora de opiniões.
Publicado por Pamela Camocardi
No currículo formações
acadêmicas invejáveis: diplomata, advogado e bacharel em Língua e Literatura
Inglesa. De coração, boêmio, poeta, compositor e cronista. Esse era Vinícius de
Moraes, um poeta que preferiu viver intensamente seus dias e transportar para o
papel o que tinha de mais nobre no currículo: suas intensas formas de amar.
Otimista nato, Vinícius tinha três pilares
para compor: a vida, o amor e os amigos em seus poemas. A vida, para o poeta,
era sempre bela e curta: (...)"É claro que a vida é boa... E a alegria, a
única indizível emoção...". Os amigos, a maior preciosidade de um homem:
“O amigo: um ser que a vida não explica/ Que só se vai ao ver outro nascer/ E o
espelho de minha alma multiplica.”(soneto do amigo) ou, no mais famoso dos seus
versos sobre eles: “Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus
amigos!” E, por fim o amor, tantas vezes vivido, e das mais diversas formas:
“Amai, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.” Enfatizava
que o amor acontecia de repente, e que não vivê-lo era o mesmo que desperdiçar
uma oportunidade em ser feliz. No poema "Deixa acontecer", o poeta
deixa isso claro: "Ah, não tente explicar/Nem se desculpar/Nem tente
esconder/ Se vem do coração/ Não tem jeito, não/ Deixa acontecer (...)"
Alguns o conhecem somente pelos sonetos,
outros somente pelas músicas e, ambos, limitam-se a grandiosidade do poeta. Um
mestre com as letras, um compositor único e um homem extremamente inteligente,
o poeta merece ser conhecido pela complexidade (e totalidade) de sua obra.
Participou do movimento Bossa Nova e junto com grandes compositores como Tom
Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra, eternizou
músicas e histórias de uma geração única. Com Tom, compôs um dos maiores
sucessos da MPB, "Garota de Ipanema" e fez dela o cartão de visitas
do Rio de Janeiro e do Brasil no exterior. Infelizmente, o dia 09 de julho de
1980 acordou triste. Partiria o “poetinha”, aos 67 anos, devido a problemas
decorrentes de uma isquemia cerebral. Não deixou seus fãs órfãos, já que suas
obras suprem um pouco da ausência. Mas, esqueceu que a saudade é um sentimento
bonito somente nos versos.
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