terça-feira, 10 de novembro de 2015

FORTE DE SANTA MARIA – SALVADOR

História: Monumento Histórico de Salvador – Bahia, Brasil



Texto de Ricardo Siqueira, em
Fortes e Faróis




Durante a invasão holandesa de 1624, nada menos que quatro naus e um pequeno iate pararam no porto da barra da Baía de Todos os Santos, a segunda maior do mundo, possibilitando o desembarque de 1.500 soldados invasores, sem que estes sofressem qualquer retaliação. Para piorar, os tiros de canhões do Forte de Santo Antonio (da Barra) foram incapazes de atingir aquele ponto. Os engenheiros militares portugueses tinham que descobrir uma solução para o problema, pois a Holanda, mesmo depois de expulsa (das terras soteropolitanas), ainda rondava o litoral baiano e conhecia muito bem o ponto vulnerável de Salvador.

O Forte de Santa Maria foi excepcionalmente construído para rechaçar o desembarque de tropas por aquela barra e formar, junto com os (fortes) de Santo Antonio e São Diogo , uma rede de defesa conjugada.  Era considerado um ponto de artilharia tão importante que recebeu os três melhores canhões de bronze existentes na cidade naquele momento.

Em 1638, aconteceu novo ataque holandês. Agora, sob a liderança de Maurício de Nassau, governador que da capitania que a Holanda instalou em Recife e Olinda. Os três fortes, porém, impediram o novo desembarque do inimigo. Quatro canhões de Santa Maria ainda foram transportados em batéis (pequenas embarcações) para outros pontos da cidade (Salvador) e posicionados nas igrejas da Sé e do Carmo. Sendo os primeiros a bombardear o acampamento de Nassau na região do Recôncavo (baiano). Anos mais tarde, Santa Maria foi tomado pelos revoltosos da Sabinada, movimento de caráter republicano que defendia maior autonomia das províncias do país em relação ao poder imperial. Ao abandoná-lo, os sabinos levaram doze de seus canhões para lutar contra as tropas governistas em outras partes de Salvador. Logo depois do conflito, o forte foi desarmado.

Santa Maria foi um dos fortes que mantiveram o brasão imperial, mesmo depois da Proclamação da República.

O forte foi erguido sobre rochas, avançando 35 metros no mar, na parte sul de Salvador. Suas duas cortinas, muralhas recuadas ligando dois baluartes, terminam em duas guaritas em forma de torreão. O prédio de dois andares, muito alto, logo os banhistas que disputam as areias da praia (Porto da Barra) que se espremem entre esse forte e o de São Diogo, é considerada a mais maravilhosa de Salvador.

No momento, a Prefeitura Municipal de Salvador, revela-se capaz de restaurá-lo, zelando por preservar a história de lutas do povo soteropolitano, e bens históricos da primeira capital do Brasil.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário