quarta-feira, 11 de novembro de 2015

PARA ALÉM DE ANGKOR: OS TEMPLOS DO CAMBOJA

Arquitetura



  

Publicado por Carolina Carmini,
gosta de pensar que se não tivesse nascido, alguém a teria inventado.


O Camboja não é o lar apenas de Angkor Wat. O país tem diversos outros templos nas suas densas florestas. Engolidos pela selva e habitados durante séculos apenas pelos monges budistas, os locais sagrados deixados por seus antigos habitantes foram ocupados por belas e gigantescas árvores. Ta Phrom, Phran Khan e Angkor Thom se tornaram belos cenários que a humanidade pouco conhece.


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© Angkor Thom, Porta Sul (Wikicommons, Baldiri).
Os templos perdidos nas floretas cambojanas são verdadeiras obras primas da arquitetura Khmer. Traduzindo a importância da religião na vida das pessoas naquele período, cada construção é um elo cósmico entre o mundo terreno e o mundo celestial. Muitos desses locais nasceram como templo hinduístas, mas foram perdendo suas características e funções devido ao crescimento do budismo. O mesmo ocorreu com alguns templos que foram construídos sob a lógica do budismo. Mas independente da religião, esses eram espaços muito importantes, estabelecendo uma forte ligação entre o homem e os deuses.
Hoje, todas as construções remanescentes do império Khmer são templos de uso religioso. Os primeiros templos do Camboja provêm do século VI e a matéria-prima básica para construção era o tijolo e pedra. A pedra usada pelos construtores de Angkor era o arenito, devido à distância e ao valor. A pedra foi usada parcialmente em determinados detalhes das contruções.
O templo de Ta Keo foi o único construído quase que totalmente em arenito. A laterita é uma argila retirada diretamente do solo que endurece ao ser exposta ao sol. Era utilizada para fundações e partes ocultas dos edifícios. Devido a isso, essas obras permaneceram durante séculos - outros edifícios de uso não religioso eram feitos de materiais perecíveis, como a madeira.
Nesses edifícios, as decorações eram esculpidas em estuque e aplicadas nas paredes e estruturas. Esses espaços eram concebidos para serem morada dos deuses e durante muitos períodos eram visitados apenas pelas elite. Cada templo remanescente é um exemplo dos estilos da arquitetura khmer, o que tornou cada obra uma peça única e importante para a história da arquitetura mundial.
Para quem tiver interesse em conhecer a arquitetura do império Khmer, uma série de templos estão espalhados pelo país. Cada um traz uma curiosidade e um pouco da história do Camboja. A começar pelos templos de Banteay Samre e Thommanon na área de Angkor, que têm o mesmo estilo do famoso Angkor Wat, mas não são tão suntuosos.
O templo de Preah Ko é o remanceste do estilo homónimo. Ele é um dos mais antigos entre os que sobreviveram. Hoje é reconhecido por suas torres de tijolos. Já o templo Bakheng foi o primeiro construído na área de Angkor. A obra está localizada no alto de uma colina e é um dos locais mais ameaçados no país.
Já Banteay Srei foi o único templo construido por um cortesão e não por um dos reis do império Khmer. Seu tamanho é bem menor em relação a outras contruções presentes no país e suas paredes são decoradas com cenas da mitologia indiana. A cidade de Angkor Thom, ou a Grande Capital, em Khmer, é um dos templos mais conhecidos - depois de Angkor Wat - e tem quase 10km2. Foi o lar de mais de um milhão de habitantes durante os anos de 1181 a 1201, um número bem maior que qualquer país europeu no período. A cidade é cercada por uma muralha de 12km de extensão e rodeada por um lago artificial repleto de crocodilos vorazes.
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© Templo Bayon (Wikicommons, Charles J. Sharp).
Em seu centro encontra-se o templo de Bayon, uma das maiores e mais monumentais construções após Angkor Wat. É uma obra delicada e elaborada, embora não possua a grandiosidade do mais famoso templo do Camboja.
No mesmo estilo do Bayon, está o templo de Ta Prohm - ou Ancestral Brahma. Construído no século XII, é um dos primeiros templos do programa de obras públicas do rei Jayavarman VII e seu intuito era ser um templo budista. A imagem principal do templo Prajnaparamita teve como modelo a mãe do rei. Até hoje o local está como foi encontrado: com os galhos e raízes tomando o lugar de assalto, saindo pelas janelas e portas das ruínas dos templos, misturados com as pedras e madeiras e criando um ambiente mágico e atemporal.
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© Templo Ta Prohm (Wikicommons, 3coma14).
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© Templo Ta Prohm (Wikicommons, Dario Severi).
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© Templo Ta Prohm (Wikicommons, Dario Severi).
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 © Templo Ta Prohm (Wikicommons, David Wilmot).
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 © Templo Ta Prohm (Wikicommons, Liftold).
Ta Prohm possui um templo par, o mosteiro de Preah Khan, construído no mesmo período, cuja imagem principal, que representa o Bodhisattva, foi pensada à imagem do pai do rei. Muitas das imagens do templo foram destruídas por fanáticos hinduístas após a morte de Jayavarman VII. Restam apenas um baixo-relevo de Siddhartha e alguns relevos de devatas - divindades menores femininas.
O Camboja tem ainda diversos templos que podem ser pesquisados, visitados, restaurados e conservados. Se quiser conhecer mais sobre a arquitetura Khmer, leia: Angkor Wat, a cidade das cidades.
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© Templo Preah Khan (Wikicommons, Allie Caufield).
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© Templo Preah Khan (Wikicommons, Gisling).
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 © Templo Preah Khan (Wikicommons, Allie Caufield).
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© Templo Preah Khan (Wikicommons).



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