Politica brasileira
Blog do Josias de Sousa,
comentarista político
considerado dentre os respeitáveis do Brasil
Dilma não precisou
da oposição para chegar ao caos. Desfrutou do privilégio de escolher o seu
próprio caminho para o inferno. A presidente costuma dizer: “Ninguém vai tirar
a legitimidade que o voto me deu”. Engano. Há na praça uma pessoa que parece
decidida a transformar em problema aquela que havia sido eleita como solução
dos 54 milhões de brasileiros que lhe deram o voto em 2014. Chama-se Dilma
Rousseff a responsável pelos atentados cometidos contra a legitimidade de Dilma
Rousseff, hoje um outro nome para o erro.
Depois de liberar
seus operadores políticos para providenciar os votos que salvariam o mandato de
Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara, Dilma foi desautorizada pelo seu
próprio partido. O PT concluiu que o resgate cobrado por Cunha para engavetar o
impeachment era caro demais até para um partido que se tornou amoral. Diante do
fato consumado, Dilma faz pose de valente. Nas suas primeiras reações, ela
disse que jamais cedeu a chantagens. Prepara uma aparição em público enrolada
na bandeira da legalidade. Sustenta que não há razões para o impeachment. Em
privado, auxiliares da presidente ruminam o receio de que a deterioração da
economia devolve os brasileiros às ruas. Reconhecem que o governo bateu nas
fronteiras do imponderável.
Eduardo Cunha
vinha dizendo aos aliados que não cairia sozinho. Ambicioso, ele quer levar
junto ninguém menos que a presidente da República. E o petismo não pode nem
reclamar. Foi sob Lula que Cunha plantou bananeira dentro dos cofres da
Petrobras.
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