sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

UM TESOURO HÚNGARO

Publicado por Maria Brockerhoff

Esztergom é, antes de tudo, a sua belíssima Basílica! Um verdadeiro tesouro cultural e histórico.

Foto: Hungary Taxi
Esztergom foi a capital da Hungria por dois séculos até a mudança para Buda, pelo Rei Béla IV, em meados do Séc.XIII. Os primeiros povos nesta região foram os celtas em torno de 350 a.C..
Esztergom, a primeira arquidiocese da Hungria, teve a mais antiga e próspera comunidade judia. No final da Segunda Guerra suas lojas foram confiscadas, os judeus executados em massa. Em todos os tempos, a intolerância trouxe sofrimento e morte. É forçoso concordar com José Saramago:
...o homem, sendo indubitavelmente um animal entre os animais, é, também, o mais irracional entre todos eles. [Cadernos de Lanzarote, 13/05/93]
Devastada pela guerra, Esztergom foi se recuperando; tornou-se um importante centro cultural e industrial. Ainda hoje, as escavações arqueológicas continuam...
De longe as torres sinalizam a imponência de todo o complexo arquitetônico. Emocionantes os sons dos enormes sinos ultrapassando as margens do Danúbio.
Foto: Rainer Brockerhoff
A Basílica, em mármore de todas as tonalidades...
Foto: Rainer Brockerhoff
...é um repositório de arte sacra.
Foto: Rainer Brockerhoff
Aqui está sepultado o Cardeal József Mindszenti, o corajoso arcebispo de Esztergom, ferrenho opositor do domínio soviético, lutou em defesa dos oprimidos e da liberdade de culto.
O preço foi muito alto: preso, torturado, o cardeal recebeu asilo político na embaixada americana em Budapest, onde permaneceu por 15 anos. O mais longo cativeiro em embaixadas de que se tem notícia. Sob veementes protestos do mundo civilizado, o íntegro József Mindszenti foi libertado. Impedido de permanecer na pátria amada, exilou-se em Viena. Morreu 4 anos depois. Sua vida inspirou os filmes Guilty of Treason - 1950 e The Prisoner - 1955.
Hoje é venerado como um mártir. O seu exemplo tornou Esztergom um celeiro de vocações sacerdotais, que cresceram exponencialmente depois do comunismo. O seminário Pietati et Scientiis é o maior da Europa.
Os concertos neste órgão atraem visitantes de todas as partes.
Foto: Rainer Brockerhoff
Do lado de lá do Danúbio, na Eslováquia, a cidade de Štúrovo. A ponte unindo as duas cidades foi destruída pelos alemães em 1944. A reconstrução levou 50 anos, sendo inaugurada em 2004; será um símbolo de um futuro comum sem fronteiras severas? A ponte Mária Valéria é uma beleza por si só, cheia de pedestres e ciclistas. A ligação entre Hungria e Eslováquia faz renascer a teimosa esperança de que haja, em cada um de nós, boa vontade!
Foto: Rainer Brockerhoff


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