Arquitetura
Publicado por Geraldo Costa
“... ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em
fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível...”
Restauração e intervenção em obras de restauração é ato
contínuo. Na maioria das edificações não existe a palavra manutenção,
principalmente em prédios históricos, onde conservação é a palavra chave.
A Estação da Luz é uma das mais importantes estações
ferroviárias da cidade de São Paulo. Localizada no bairro que deu origem ao
nome da estação, integra a rede de transportes sobre trilhos da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos, com transferência gratuita para a Estação Luz
do Metrô de São Paulo, sendo um dos seus mais importantes, visto que por ela
passam - ou estão próximas - diferentes linhas de trem e metrô. A estação abriga,
ainda, o Museu da Língua Portuguesa, uma instituição cultural ligada à
Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, inaugurada em 2006. Foi concebido
em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, tendo um investimento de cerca de
37 milhões de reais.
O objetivo da instituição é criar um espaço vivo sobre a
Língua Portuguesa, considerada como base da cultura do Brasil, onde seja
possível causar surpresa nos visitantes com os aspectos inusitados e, muitas
vezes, desconhecidos de sua Língua materna. Segundo os organizadores do museu,
"deseja-se que esse público tenha acesso a novos conhecimentos e
reflexões, de maneira intensa e prazerosa".
O museu tem como alvo principal a média da população
brasileira, composta de pessoas provenientes das mais variadas regiões e faixas
sociais do país, mas que ainda não tiveram a oportunidade de obter uma ideia
mais precisa e clara sobre as origens, a história e a evolução contínua da
língua. De sua inauguração até o final de 2012, mais de 2,9 milhões de pessoas
já visitaram o espaço, consolidando-o como um dos museus mais visitados do
Brasil e da América do Sul.
RESTAURAÇÃO DO MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA E ESTAÇÃO DA LUZ
Na restauração e funcionalização de monumento interferem
fatores de varias ordens que podem ser grupados em três tipos:
Histórico-estético, como os ligados à preservação e valorização da natureza
histórica e simbólica do monumento em integração com a cidade e a paisagem;
Físico-ambiental como os relativos à estabilização do solo,
da estrutura arquitetônica e da eliminação da umidade dos ambientes;
Sócio funcional como os referentes à sua utilização e
integração da vida social.
Plano de Prevenção Contra Incêndio - PPCI
No projeto de restauração estes fatores deverão ser
ordenados e sintetizados, mas como eles são heterogêneos, a tese nem sempre e
fácil. Não existem fórmulas capazes de estabelecer, a priori, qual fator deve
prevalecer sobre o outro se o mais importante mantiver uma decoração posterior
ao edifício ou elimina-la para revelar a simplicidade de espaço primitivo: se
vale mais a pena manter o monumento como um testemunho de uma forma de vida
passada ou adaptá-lo a um uso contemporâneo.
Todos estes fatores deverão ser ponderados e balanceados por
isto e necessário que a equipe técnica que trabalharem na restauração tenha uma
sólida formação crítica, capaz de distinguir, cm cada caso, qual a correta
valorização que deve ser dada as condicionantes que interferem naquela
restauração.
Embora não existam fórmulas, existem critérios de
restauração que são universalmente aceitos e devem orientar as tomadas de
decisão.
Restauração e intervenção em obras de restauração é
"ATO CONTINUO". Na maioria das edificações não existe a palavra manutenção
principalmente em prédios históricos, onde conservação é a palavra chave.
Nos bens culturais edificáveis, chega a ser normal à falta
de conservação, um dos elementos até mais importante do que a própria
restauração. Conservação é o caminho certo da manutenção, que define o ato
continuo da restauração, principalmente nos que sofreram intervenções
principalmente nos últimos anos.
Agora será a hora da verdade, a definição dos critérios de
intervenção e restauração, é aí que mora o perigo. Poderá ser adotada obra de
restauração politica, que poderemos chamar no futuro de “reforma de
restauração”. Na restauração politica nada que um bom memorial justificativo,
poderá definir os critérios de intervenção que serão adotados conforme a
necessidade do momento. Os órgãos de preservação e seus respectivos conselhos
municipal e estadual estarão prontos para a pressão que haverá, sobre os
critérios a serem adotados na intervenção, nesta edificação que abrigava um dos
mais importantes projetos já realizados como o Museu da Língua Portuguesa.
Restauração e revitalização são momentos diferentes, poderão
até se encontrarem, mas qual deles será utilizado? A pressão politica!
O acervo do museu esta salvo. Ótimo! Mas a equipe técnica
qual será o destino, dos profissionais formados durante anos. Afinal o Museu da
Língua Portuguesa devera passar necessariamente por reflexões da politica
cultural após este sinistro, que passara pelo seu futuro funcionamento.
Museu da Língua Portuguesa, devera ser tratado como projeto
de bens culturais integrado no seu novo projeto. Lembramos em 2006 da
finalização o custo final do museu foi 37 milhões de reais. Hoje qual será o
valor da sua execução?
Não podemos esquecer-nos da Estação da Luz como componente
na paisagem urbana e seus serviços à população, diante do processo de
recuperação do espaço do museu e suas consequências.
Estamos diante de um longo caminho. Quem vencera!? A
intervenção politica que poderá recuperar em um ano ou um projeto qualificado
que obtenha o melhor resultado na sua execução que poderá demorar mais tempo.
Qual critério que
vencera?
Instituições deveriam criar força tarefa palavra em voga
neste país para obtermos transparência no que deveremos encarar pela frente no
mundo da preservação de bens cultural. Seria bom avaliar a Pinacoteca do Estado
de São Paulo é um dos mais importantes museus de arte do Brasil, no Jardim da
Luz, no centro de São Paulo, projetado por Ramos de Azevedo e Domiziano Rossi
para ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios. Projeto fantástico de revitalização
de Paulo Mendes da Rocha.
O PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO - PPCI
O que é?
Plano de Prevenção Contra Incêndio - PPCI consiste em um
projeto que prevê alternativas de combate a incêndios, preservando a
integridade física e patrimonial das pessoas sitiadas em um determinado
recinto.
O PPCI é uma exigência legal, através do qual se torna
possível a emissão do Alvará de Localização para instalações comerciais,
industriais, diversões públicas e edifícios residenciais com mais de uma
economia e mais de um pavimento.
O Corpo de Bombeiros é o órgão de esfera estadual
encarregado pela fiscalização e observância da legislação nas instalações de
combate a incêndio. Atenta-se para uma confusão corriqueira, o PPCI não evita
diretamente a ocorrência de sinistros, mas serve como um mecanismo em potencial
para o seu combate.
Dessa maneira, é importante estar em dia com o PPCI, não
apenas por uma exigência legal e do Corpo de Bombeiros, mas muito mais e,
principalmente, para neutralizar o efeito devastador do fogo.
Em última análise, o PPCI deve ser considerado um
investimento na preservação da vida das pessoas e não apenas um custo
sistemático desde sua implantação. É essa mentalidade que "economiza"
vidas e dinheiro.
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