segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

EMMA BOVARY, DE GUSTAVE FLAUBERT EM: MADAME BOVARY

Cultura: personagem inesquecível da literatura mundial


“A personalidade complexa de Emma Bovary é belamente desenvolvida por Flaubert em sua obra prima. Ao mesmo tempo sonhadora, delicada, culta e fascinante, ambiciosa, dramática, egoísta e ingênua, Emma representa a classe burguesa entediada, a mulher em cativeiro e as ilusões românticas. Incapaz de ser feliz no amor seja com o marido ou com os amantes, presa fácil de aproveitadores, vítima de uma sociedade hipócrita e causadora de sua própria desgraça, a personagem encontra em seu fim trágico mais do que uma punição, uma libertação, simbolizando a queda do Romantismo, o massacre dos sonhos da juventude.”
Texto de Nicole Ayres

O autor:

Gustave Flaubert foi um escritor francês. Prosador importante, Flaubert marcou a literatura francesa pela profundidade de suas análises psicológicas, seu senso de realidade e lucidez. 




Madame Bovary é um romance que foi escrito por Gustave Flaubert e que resultou num escândalo ao ser publicado em 1857. O livro "Romance Dos Romances ", Madame Bovary é considerado pioneiro dentre os romances realistas; não somente, o livro tornou-se famoso por sua originalidade, o qual posteriormente levou a cunhagem do termo de psicologia bovarismo, em referência as características psicológicas da protagonista da obra. Quando o livro foi lançado, houve na França um grande interesse pelo romance, pois levou seu autor a julgamento.

Flaubert criou uma cena muito peculiar para sua época tendo em vista os meios foi levado aos tribunais, onde utilizou a famosa frase "Emma Bovary c'est moi" (Emma Bovary sou eu) para se defender das acusações. Acusado de ofensa à moral e à religião, num processo contra o autor e também contra Laurent Pichat, diretor da revista Revue de Paris, em que a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com alguns pequenos cortes.

A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas o mesmo procedimento não foi adotado pelos críticos puritanos da época, que não perdoaram o autor pelo tratamento cru que ele tinha dado, no romance, ao tema do adultério, pela crítica ao clero e à burguesia: Gostava do mar apenas pelas suas tempestades e da verdura só quando a encontrava espalhada entre ruínas. Tinha necessidade de tirar de tudo uma espécie de benefício pessoal e rejeitava como inútil o que quer que não contribuísse para a satisfação imediata de um desejo do seu coração - tendo um temperamento mais sentimental do que artístico e interessando-se mais por emoções do que por paisagens. 


É considerada por alguns autores como a primeira obra da literatura realista. Clássicos da literatura já foram censurados e seus autores julgados por ofender a moral, a religião e os bons costumes. Em alguns casos, quanto maior o escândalo, maior o interesse provocado nos leitores, que adquiriam os livros movidos pelo sabor do escândalo. Madame Bovary, de Gustave Flaubert, além de causar furor na época, foi além e criou um novo estilo literário. Considerado a primeira obra-prima da ficção realista, Madame Bovary foi publicado em 1857, causando grande controvérsia.

O casamento de Emma e Charles.

Capítulos do romance
Parte I
1- Infância de Charles Bovary: o dia do estudante;
2- Primeiro casamento. Charles encontra Rouault e sua filha Emma; a primeira esposa de Charles morre;
3- Charles pede Emma em casamento;
4- O casamento;
5- O novo lar em Tostes;
6- Um relato da infância de Emma e o seu mundo de fantasia secreta;
7- Emma fica entediada; convite para um baile pelo Marquês d'Andervilliers;
8- O baile no Château La Vaubyessard;
9- Emma segue modas, reclama de tédio a Charles, e eles decidem se mudar; eles descobrem que ela está grávida;


Parte II
1- Descrição do Yonville-l'Abbaye: Homais, Lestiboudois, Binet, Bournisien, Lheureux
2- Emma conhece Léon Dupuis, escrevente do advogado
3- Emma dá a luz a Berta, a visita na casa da ama com Léon
4- Um jogo de cartas; amizade de Emma com Léon cresce
5- Viagem para ver o linho; Emma está resignada com a sua vida
6- Emma visita o padre Bournisien; Berta é ferida; Léon viaja a Paris
7- A mãe de Charles a proíbe de ler; a sangria do colono de Rodolphe; Rodolphe conhece Emma
8- O comício sobre agricultura; Rodolphe corteja Emma
9- Seis semanas mais tarde Rodolphe regressa e saem a cavalo, ele a seduz e o caso começa
10- Emma encontra Binet no caminho, Rodolphe fica nervoso; uma carta de seu pai faz Emma se arrepender
11- Operação no pé torto de Hippolyte; M. Canivet tem que amputar; Emma volta para Rodolphe
12- Extravagâncias de Emma; briga com a mãe de Charles; planos para fugir
13- Rodolphe foge; Emma cai gravemente doente
14- Charles é assolado por contas; Emma fica religiosa; Homais e Bournisien discutem
15- Emma encontra Léon na ópera de Lucie de Lammermoor.


Parte III
1- Emma e Léon conversam; visita a catedral de Rouen;
2- Emma vai a casa de Homais; o pai de Bovary morreu
3- Ela visita Léon em Rouen
4- Ela recomeça as "lições de piano", às quintas-feiras
5- Encontros com Léon; Emma começa a mexer nas contas
6- Emma torna-se visivelmente ansiosa; dívidas fora de controle
7- Emma pede dinheiro a várias pessoas
8- Rodolphe não pode ajudá-la; ela engole arsénio; sua morte
9- Preparativos para o funeral de Emma; chegada de Rouault
10- O funeral
11- Charles descobre as traições de Emma e morre; Berta vai morar com uma tia e tem que trabalhar para seu sustento; Homais é condecorado.


Enredo
O romance conta a história de Emma, uma mulher sonhadora pequeno-burguesa, criada no campo, que aprendeu a ver a vida através da literatura sentimental. Bonita e requintada para os padrões provincianos, casa-se com Charles, um médico interiorano tão apaixonado pela esposa quanto entediante. Nem mesmo o nascimento da filha dá alegria ao indissolúvel casamento ao qual a protagonista se sente presa. Emma, cada vez mais angustiada e frustrada, busca no adultério uma forma de encontrar a liberdade e a felicidade. Apesar da intensa procura de uma vida digna, dificilmente consegue sentir-se satisfeita com o que é e o que tem.

Um comentário:

  1. Olá, ficaria contente se você lesse o que escrevi à respeito dela. No seu blog há a versão masculina, no meu, a feminina. Posso dizer que vivi um casamento igual ao dela, com exceção que não cometi adultério e ela jamais foi uma adúltera, procurava apenas a felicidade e foi bem melhor do que eu porque eu não tive coragem de fazer o que ela fez.

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