Arte musical: MPB
Publicado por Fabrício França
Todos merecem
um POINT onde possamos nos encontrar para batermos um bom papo Literário.
Alguns estilos musicais prezam
mais suas “batidas” do que o conteúdo de suas “letras” e como consequência
grandes bandas que possuem um verdadeiro conteúdo ficam esmaecidas em relação
às outras.
Muito se vê pela internet, principalmente em
meio às redes sociais, frases e imagens, as quais afirmam que os conjuntos
musicais brasileiros não são mais como os de outrora. Pois, houve um tempo
cujos músicos eram confundidos com heróis, posto que dissessem o que
precisássemos ouvir através de suas canções e acordes em um contexto
socialmente conturbado. Contudo, fico a me questionar até que ponto pode
existir veracidade na afirmativa de o país ter perdido em sua qualidade musical
de alguns tempos para cá. E, se assim o for, o que seria essa música de
qualidade num século em que as pessoas, na sua maioria, nem sabem o que estão
ouvindo?
Assim sendo, pode-se notar que uma mesma
música pode ser tocada por conjuntos musicais de estilos totalmente diferentes,
e dependendo do período - como o carnaval- tendem a mudar por um determinado
tempo o seu formato só para atingirem um público específico. Não sei por que,
mas isso me fez lembrar a teoria de Herbert Spencer – Sei que a frase soa um
pouco Darwiniana- relativa à competição natural das espécies, de que “o mais
apto é o que sobrevive.”
Recordo-me de quando cursava o primeiro ano
do ensino médio e minha professora de Arte, R., falava à turma que Música era a
junção de Melodia, Harmonia e Ritmo. Naquela época não entendia direito o que
queria dizer, mas sabia que nem todos os estilos musicais consideravam tais
aspectos em seus ritos. O que hoje também não é diferente. Por assim dizer,
veremos, então, essa tríade por um outro viés. Como sendo uma forma de
manifestação artística. Ou seja, todo tipo de arte representa o contexto das
pessoas em determinada época. Então, antes, se tínhamos os “berros” de um
Cazuza nas profundezas de sua piscina cheia de ratos; as loucuras de um Raul
com sua metamorfose ambulante; ou uma poesia de um Renato querendo saber que
país é esse, era porque os mesmos sabiam representar-se, e, se apresentar, no
ambiente em que estavam inseridos. E, assim, através de suas canções,
transmitiam o que as pessoas queriam ouvir em um determinado
momento-ditatorial.
Por isso, cronologicamente e veridicamente,
não concordo de que os conjuntos musicais brasileiros decaíram de épocas atrás
à atual. Pois, o que acontece hoje é que grande parte das pessoas sofrem uma
espécie de lavagem cerebral ocasionada pela TV e não se dão conta. Ou seja,
alguns estilos musicais os quais prezam mais suas “batidas” do que o conteúdo
de suas “letras” tomaram conta da cultura de massa, e como consequência disso
são grandes bandas que possuem um verdadeiro conteúdo, ficarem esmaecidas em
relação àquelas. Músicas de qualidade existem, sim, e sempre existiram em nosso
país; artistas existem, sim, e sempre existirão em nosso país. Com certeza! Até
mais do que em tempos atrás. O que mudou foram as oportunidades de mercado, que
preferem atingir a “grande massa” com músicas ruins, enquanto outras que
mereciam sucesso permanecem numa espécie de afogamento musical em que poucos
conseguem nadar e sobreviver.
Porquanto, fica a questão: é melhor fazer
músicas com certo teor lirical e não ser reconhecido, ou se deixar levar pelo
que realmente faz sucesso? E como fazê-lo? Uma fórmula bem interessante que
está acontecendo, hoje em dia, talvez seja como esta receita elaborada por mim:
basta pegar um copo de barulheira de instrumentos musicais, temperado com uma
letra de duplo sentido para dar aquele sabor pejorativo. Em seguida, acrescente
três colheres de ignorância com uma porção de esperteza para equilibrar o
gosto, e adicione a isso uma pitada de sorte. Ah! E não se esqueça de
acrescentar glúteos a gosto. Misture tudo, e... Pronto! Agora é só jogar no
youtube e deixar as pessoas apreciarem.
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