Literatura/Educação
Por Daniela Castro
“... Interessada
no conhecimento do ser, repleto de detalhes
e suaves toques que nos cercam por
aí...”
O que você acha da escola bilíngue?
Vale a pena ensinar a criança, desde pequena, uma segunda língua? Quais serão
os efeitos deste modelo na educação dos filhos?
As escolas bilíngues ensinam duas línguas e
fazem o uso dessas línguas constantemente. Muitas pessoas são a favor do aprendizado
de uma nova língua na infância. Outras, discordam.
O aprendizado de uma língua para a criança é
mais fácil, principalmente entre 6 meses e 4 anos em que elas estão formando os
circuitos de linguagem. O poder de concentração também é maior. Aqueles que
defendem esse modelo dizem, ainda, que as trocas culturais nessas escolas
expandem o universo da criança, tornando-as mais curiosas e criticas.
Algumas escolas ensinam a língua estrangeira
juntamente com a língua materna, outras, iniciam com o outro idioma e no
processo de alfabetização, que introduzem a língua materna, no caso, o
português. Com 200 dias letivos, como a escola não bilíngue em uma carga
horária mínima de 4 horas diárias, o ensino da segunda língua é acrescentado em
horário complementar e num currículo adicional.
Aqueles que são contra esse molde de educação
dizem que há um afastamento da própria cultura e as crianças, muitas vezes,
parecem estrangeiras, perdendo sua identidade. E como ainda não conhecem a
formação das palavras em português, esse processo inverso pode confundir a
cabeça da criança.
O psiquiatra Francisco Baptista diz que uma
criança que se afasta da cultura de seu país corre o risco de sofrer um
desenraizamento, perder sua identidade, envergonhar-se do que é e passar a querer
ser algo que não é, ter o que não tem. Para ele é compreensível o filho estudar
nessa escola apenas quando tem relação com sua cultura, suas raízes.
A pedagoga Bruna Alves diz que não há relação
entre a criança estudar nesse modelo de escola e a sua comunicação oral e
escrita ser maior do que uma criança monolíngue. “O único ponto é que as
crianças bilíngues apresentam um conhecimento específico diferenciado das
demais exclusivamente nas questões que envolvem o outro idioma. E, esse
conhecimento, se não for atrelado às reais experiências de vida da criança, não
há razão para existir.”
Sabemos que o inglês está presente cada vez
mais no nosso cotidiano. Apesar dessa inserção do idioma desde cedo, as
crianças monoglotas possuem um vocabulário e um conhecimento gramatical maior
do que as bilíngues, pois puderam se dedicar mais tempo a apenas um idioma.
Sem dúvida, esse ambiente influenciará na
visão cultural do indivíduo, mas será que o fato de aprender sobre outra
cultura desde pequeno fará com que essa criança saiba lidar melhor com as
diferenças?
É importante que os pais acompanhem o
interesse da criança, saiba como funciona a orientação pedagógica da escola e
identifiquem com sua filosofia. A escola também deve observar o tempo de
aprendizado das crianças. Para que elas desenvolvam bem as duas línguas, os
pais também devem manter um diálogo com a escola e essa deve ser aberta para
avaliar o aprendizado.
© obvious: http://obviousmag.org/infinito_saber/2016/05/o-que-voce-acha-da-escola-bilingue.html#ixzz49CX5WQ3t
Follow us: @obvious on Twitter | obviousmagazine on Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário