terça-feira, 17 de maio de 2016

UM TITÃ DA HISTÓRIA INDUSTRIAL BRASILEIRA: FRANCESCO ANTONIO MARIA MATARAZZO



História: industrial brasileira


Morreu carregando o título de homem mais rico do Brasil e de italiano mais rico do mundo


 
Francesco Antonio Maria Matarazzo (Castellabate, 9 de março de 1854  São Paulo, 10 de dezembro de 1937) foi um agricultor italiano que, em 1881, emigrou para o Império do Brasil (1822-1889), tornando-se, neste país, mascate e, posteriormente, empresário Matarazzo que morreu na condição de homem mais rico do país, com uma fortuna de 10 bilhões de dólares americanos, sendo o criador do maior complexo industrial da América Latina do início do século XX. A riqueza produzida por suas indústrias ultrapassava o PIB de qualquer estado brasileiro, exceto São Paulo. Sendo um dos três patriarcas do ramo ítalo-brasileiro da família Matarazzo.

Tornou-se conhecido no Brasil como Francisco Matarazzo, conde Francisco Matarazzo, conde Matarazzo ou ainda conde Francesco. Em italiano, sua titulação completa era Don Francesco Antonio Maria, Il Molto Onorevole Conte Matarazzo.

A importância de Francesco Matarazzo para o cenário econômico do Brasil só é comparável à que teve o visconde de Mauá no Segundo Reinado do Império brasileiro (1822-1889), tendo sido um dos marcos da modernização do país.
Nasceu em Castellabate, uma pequena vila do sul da Itália, filho de Costabile Matarazzo e Mariangela Jovane, agricultores na região da Campânia. Francesco aos 27 anos emigra para o Império do Brasil (1822-1889), em 1881, em busca de melhores condições de vida. No desembarque, na Baía de Guanabara, perde a carga de banha de porco que trazia. Com o pouco dinheiro que lhe sobra se estabelece na cidade de Sorocaba, província de São Paulo, no comércio de secos e molhados. Alguns anos depois estabelece uma empresa de produção e comércio de banha de porco. 

Em 1890, muda-se para São Paulo e funda, com os irmãos Giuseppe e Luigi, a empresa Matarazzo & Irmãos. Diversifica seus negócios e começa a importar farinha de trigo dos Estados Unidos. Giuseppe participava da empresa com uma fábrica de banha estabelecida em Porto Alegre e Luigi com um depósito-armazém estabelecido na cidade de São Paulo. 

No ano seguinte, a empresa foi dissolvida e constituiu-se em seu lugar a Companhia Matarazzo S.A. que já conta com 41 acionistas minoritários. Essa sociedade anônima passa a controlar também as fábricas de Sorocaba e Porto Alegre.
Em 1900, a guerra entre a Espanha e os países centro-americanos dificulta a compra do produto e ele consegue crédito do London and Brazilian Bank para construir um moinho na cidade de São Paulo. A partir daí, seu império empresarial se expande rapidamente, chegando a reunir 365 fábricas por todo o Brasil. A renda bruta do conglomerado chegou a ser a quarta maior do país, e 6% da população paulistana dependia de suas fábricas, que, em 1911, passam a se chamar Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (IRFM), uma sociedade anônima.
Sua estratégia de crescimento segue o lema "uma coisa puxa a outra". Para embalar o trigo, monta uma tecelagem. Para aproveitar o algodão usado na produção do tecido, instala uma refinaria de óleo, e assim por diante.
Em 1928, participa da fundação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). Matarazzo morre em 10 de dezembro de 1937, após uma crise de uremia, na condição de homem mais rico do país, o italiano mais rico do mundo, com uma fortuna de 20 bilhões de dólares estadunidenses, tendo a quinta maior fortuna do planeta na ocasião da morte, possivelmente sendo proprietário de 365 fábricas

Francesco Matarazzo não pertencia à nobreza italiana nem à nobreza de outros países da Europa, no entanto, no Brasil, já bilionário, alguns de seus filhos vieram a se casar com membros da alta nobreza italiana. Entre os quais, suas filhas Claudia e Olga Matarazzo, que casaram-se com Dom Francesco Ruspoli, 8º príncipe de Cerveteri, e o príncipe Dom Giovanni Alliata Di Montereale, respectivamente; e seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com Dona Anna de Notaristefani dei Duchi di Vastogirardi e Dona Adele dall'Aste Brandolini, respectivamente. Para que não ficasse mal perante a nobreza, em função de entes da alta nobreza italiana estarem casados com plebeus, as referidas famílias nobres com que os filhos de Francesco Matarazzo estavam casados fizeram um lobby em torno do rei Vítor Emanuel III da Itália. Da mesma forma, Francesco Matarazzo fazia várias homenagens aos reis da Itália, como um hospital construído na cidade de São Paulo, o Hospital Umberto I, fundado em 1904 e nomeado em homenagem ao rei Humberto I de Itália. Os referidos membros da
alta nobreza italiana recebem, então, várias respostas negativas por parte do então rei italiano em relação ao conferimento de um título nobiliárquico a Francesco Matarazzo. Essas famílias da alta nobreza italiana buscavam, com o conferimento de um título nobiliárquico ao pai dos consortes de seus filhos, amainar o preconceito da nobreza europeia em relação aos consortes desses nobres. No entanto, alguns anos depois a Itália entra na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Nesse cenário, o monarca italiano disse que, por se tratar do pai de consortes de membros da alta nobreza italiana, se Francesco Matarazzo doasse milhões de dólares estadunidenses ao Reino da Itália, o monarca italiano conferiria um título nobiliárquico ao mesmo. Após o envio de milhões de dólares estadunidenses e demais mercadorias, Matarazzo recebe do rei Vítor Emanuel III o título nobiliárquico de O Muito Honorável Conde Matarazzo, em 1917. Para além disso, suas filhas, Olga e Claudia Matarazzo, casadas com os referidos membros da alta nobreza italiana, passaram a ser tituladas, em italiano, como Donna Claudia dei Conti Matarazzo e Donna Olga dei Conti Matarazzo, sendo-lhes adicionado o Donna e o dei Conti Matarazzo, que, literalmente, em português, significa "dos Condes Matarazzo", como dita a tradição nobiliárquica italiana. Havendo a possibilidade das últimas alternarem para a titulação de Contessina Donna Olga Matarazzo e Contessina Donna Claudia Matarazzo, como também dita a tradição nobiliárquica italiana em relação as filhas de um conde, que podem usar o título de contessina (literalmente, em português: condessinha), bem como, há, também, a 
possibilidade de que, quando uma contessina esteja mais crescida, venha a utilizar o título de condessa. Também, seus filhos Giuseppe e Attilio Matarazzo, casados com as referidas nobres da alta aristocracia italiana, passaram a ser titulados, em italiano, como Don Giuseppe, Conte Matarazzo (Dom Giuseppe, conde Matarazzo) e Don Attilio, Conte Matarazzo (Dom Attilio, conde Matarazzo), como dita a tradição nobiliárquica italiana. O mesmo procedimento aconteceria com todos os filhos do agora conde Matarazzo.







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