Entretenimento/Arte Musical
Publicado por Geraldo
Costa
“A ficção
consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é
invisível a invisibilidade do visível...”
Blowing
in the wind
Bob Dylan em "No
Direction Home" mostra a trajetória da simplicidade musical deste poeta e
músico, que surgiu para o mundo com sua formação pela cultura beat, trazendo a
reflexão da vida americana em suas letras como poeta refinado na
contemporaneidade de sua geração. Bob Dylan venceu o tempo materializando a sua
independência como artista.
No Direction Home é um
filme documentário de Martin Scorsese que traça a vida de Bob Dylan e seu
impacto na música e na cultura popular americana do século 20. O filme não
cobre toda a carreira de Dylan, concentra-se no período entre a chegada de
Dylan em Nova Iorque em janeiro de 1961 e sua aposentadoria da turnê,
após seu acidente de moto em julho de 1966.
As reais implicações do acidente à saúde de
Dylan nunca foram descobertas. Entre os inúmeros biógrafos, há os extremos de
quem acredita que o acidente quase o matou, e também quem diga que tudo não
passou de uma farsa dylanesca para ele sair do foco por um tempo.
A ascensão de Dylan para a fama, como cantor
folk e compositor, e a controvérsia em torno da sua relação com a eletrificação
na sua música, que tem como resposta aos que não aceitavam na letra, "Like
A Rolling Stone", lançado em 1965.
No Direction Home é um documentário de Martin
Scorsese que traça a vida de Bob Dylan e seu impacto na música popular
americana e na cultura do século XX. O filme não cobre toda a carreira de
Dylan, focando-se apenas no seu começo e a ascensão do cantor e compositor à
fama na década de 1960.
O filme centra-se principalmente sobre o
período desde a chegada de Dylan em Nova Iorque, em Janeiro de 1961 e sua
aposentadoria temporária em 1966. Este período abrange a ascensão para o
sucesso como compositor popular e a controvérsia gerada por sua mudança para o
rock, com presença das guitarras elétricas.
O projeto do filme começou em 1995 quando o
empresário de Dylan, Jeff Rosen, começou a agendar entrevistas com amigos e
pessoas ligadas a Dylan. Entre os entrevistados, o poeta Allen Ginsberg e
músico Dave Van Ronk, que faleceram antes da finalização do documentário. Suze
Rotolo, uma antiga namorada de Dylan, que em rara entrevista, disse a revista
Rolling Stone que estava feliz com o resultado final do filme.
Entrevistas com personalidades como Joan
Baez, Allen Ginsberg, Dave Von Ronk, Suze Rotolo, Pete Seeger etc., além de uma
extensa com o próprio Dylan, e imagens de apresentações de artistas, como
Odetta, Johnny Cash, Woody Guthrie (uma das maiores influências do compositor)
e vários outros que influenciaram ou marcaram Bob Dylan, fazem desse filme de
Scorsese a biografia definitiva do cantor, compositor e escritor.
De acordo com a Rolling Stone, afirmava que
Dylan não estava envolvido no projeto, exceto para a entrevista, dizendo que
"Dylan não estava interessado... Bob realmente comentaria que não olharia
para trás.”. Recolhidos a matéria-prima para o projeto, Jeff Rosen convidaria
Martin Scorsese para fazer o documentário que aceitou a oferta e entrou no projeto
em 2001.
Este material inclui uma gravação da banda de
rock de Dylan na escola, um teste para Andy Warhol 1965, e as filmagens de 17
de Maio 1966 no Manchester Lesser Free Trade Hall, onde chamava de “Judas” Bob
Dylan pela sua determinação de colocar guitarras em suas musicas. Filmado por
D. A. Pennebaker, o filme foi encontrado em 2004..
A foto da capa, tirada por Barry
Feinstein, retrata Dylan em frente à estação de Aust Ferry em Gloucester Shire,
Inglaterra em maio de 1966. "No Direction Home - Bob Dylan" Country,
folk music e blues formam o tripé fundamental da música de Dylan, com o soul a
compor o quarto elemento. "Era a sonoridade que importava”, diz Dylan no
documentário, que capta a alma de um dos mais fantásticos poeta e compositor
com grande nitidez o período de 1961 a 1966.
O cenário era de Guerra Fria (comunistas,
direitos humanos e o assassinato de J F K) e Guerra do Vietnã. Assuntos como
esses não interessavam a Dylan, que rejeitava o status de "porta-voz de
uma geração", de "mito", de "rebelde", de "a
consciência de..." e, principalmente, não se considerava engajado
politicamente. Dylan dizia que estava cheio daquela cena, de se sentir
"pressionado e martelado" a responder perguntas.
No documentário, há indícios desse
desconforto que possui as mesmas raízes das de rejeitar rótulos. No
documentário Dylan é abordado numa praça por um fã que pede para tocar nos
dedos esquerdos do músico. "Por Deus, cara. Eu não deixaria você ver a
minha mão direita." "Mas você não toca com a mão esquerda", replicou
o fã, agora sem resposta. Ou quando um casal o aborda no carro e pede um
autógrafo: "Você não precisa do meu autógrafo. Se você precisasse, eu
daria a você”.
Curioso observar hoje as reações do público
em relação à época, na saída dos shows em que Dylan tocava metade acústica,
metade plugado, que comentavam iradamente que Dylan tocava com "aquela
banda comercial", The Band. Comentários como "Irreconhecível",
"vendido", "traidor", o clássico "Judas!", que
teve uma resposta à altura no palco, e até mesmo "acho que ele está se
prostituindo (ao se apresentar com guitarra)" são alguns dos comentários
dos fãs. A palavra fã, etimologicamente, vem de fanático, intolerante.
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