terça-feira, 27 de setembro de 2016

BOB DYLAN NO DIRECTION HOME

 Entretenimento/Arte Musical









Publicado por Geraldo Costa
“A ficção consiste não em fazer ver o invisível, mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do visível...” 


Blowing in the wind



Bob Dylan em "No Direction Home" mostra a trajetória da simplicidade musical deste poeta e músico, que surgiu para o mundo com sua formação pela cultura beat, trazendo a reflexão da vida americana em suas letras como poeta refinado na contemporaneidade de sua geração. Bob Dylan venceu o tempo materializando a sua independência como artista.

No Direction Home é um filme documentário de Martin Scorsese que traça a vida de Bob Dylan e seu impacto na música e na cultura popular americana do século 20. O filme não cobre toda a carreira de Dylan, concentra-se no período entre a chegada de Dylan em Nova Iorque em janeiro de 1961 e sua aposentadoria da turnê,  após seu acidente de moto em julho de 1966.
As reais implicações do acidente à saúde de Dylan nunca foram descobertas. Entre os inúmeros biógrafos, há os extremos de quem acredita que o acidente quase o matou, e também quem diga que tudo não passou de uma farsa dylanesca para ele sair do foco por um tempo.


A ascensão de Dylan para a fama, como cantor folk e compositor, e a controvérsia em torno da sua relação com a eletrificação na sua música, que tem como resposta aos que não aceitavam na letra, "Like A Rolling Stone", lançado em 1965.
No Direction Home é um documentário de Martin Scorsese que traça a vida de Bob Dylan e seu impacto na música popular americana e na cultura do século XX. O filme não cobre toda a carreira de Dylan, focando-se apenas no seu começo e a ascensão do cantor e compositor à fama na década de 1960.
O filme centra-se principalmente sobre o período desde a chegada de Dylan em Nova Iorque, em Janeiro de 1961 e sua aposentadoria temporária em 1966. Este período abrange a ascensão para o sucesso como compositor popular e a controvérsia gerada por sua mudança para o rock, com presença das guitarras elétricas.
O projeto do filme começou em 1995 quando o empresário de Dylan, Jeff Rosen, começou a agendar entrevistas com amigos e pessoas ligadas a Dylan. Entre os entrevistados, o poeta Allen Ginsberg e músico Dave Van Ronk, que faleceram antes da finalização do documentário. Suze Rotolo, uma antiga namorada de Dylan, que em rara entrevista, disse a revista Rolling Stone que estava feliz com o resultado final do filme.
Entrevistas com personalidades como Joan Baez, Allen Ginsberg, Dave Von Ronk, Suze Rotolo, Pete Seeger etc., além de uma extensa com o próprio Dylan, e imagens de apresentações de artistas, como Odetta, Johnny Cash, Woody Guthrie (uma das maiores influências do compositor) e vários outros que influenciaram ou marcaram Bob Dylan, fazem desse filme de Scorsese a biografia definitiva do cantor, compositor e escritor.
De acordo com a Rolling Stone, afirmava que Dylan não estava envolvido no projeto, exceto para a entrevista, dizendo que "Dylan não estava interessado... Bob realmente comentaria que não olharia para trás.”. Recolhidos a matéria-prima para o projeto, Jeff Rosen convidaria Martin Scorsese para fazer o documentário que aceitou a oferta e entrou no projeto em 2001. 
Este material inclui uma gravação da banda de rock de Dylan na escola, um teste para Andy Warhol 1965, e as filmagens de 17 de Maio 1966 no Manchester Lesser Free Trade Hall, onde chamava de “Judas” Bob Dylan pela sua determinação de colocar guitarras em suas musicas. Filmado por D. A. Pennebaker, o filme foi encontrado em 2004..
A  foto da capa, tirada por Barry Feinstein, retrata Dylan em frente à estação de Aust Ferry em Gloucester Shire, Inglaterra em maio de 1966. "No Direction Home - Bob Dylan" Country, folk music e blues formam o tripé fundamental da música de Dylan, com o soul a compor o quarto elemento. "Era a sonoridade que importava”, diz Dylan no documentário, que capta a alma de um dos mais fantásticos poeta e compositor com grande nitidez o período de 1961 a 1966.
O cenário era de Guerra Fria (comunistas, direitos humanos e o assassinato de J F K) e Guerra do Vietnã. Assuntos como esses não interessavam a Dylan, que rejeitava o status de "porta-voz de uma geração", de "mito", de "rebelde", de "a consciência de..." e, principalmente, não se considerava engajado politicamente. Dylan dizia que estava cheio daquela cena, de se sentir "pressionado e martelado" a responder perguntas.
No documentário, há indícios desse desconforto que possui as mesmas raízes das de rejeitar rótulos. No documentário Dylan é abordado numa praça por um fã que pede para tocar nos dedos esquerdos do músico. "Por Deus, cara. Eu não deixaria você ver a minha mão direita." "Mas você não toca com a mão esquerda", replicou o fã, agora sem resposta. Ou quando um casal o aborda no carro e pede um autógrafo: "Você não precisa do meu autógrafo. Se você precisasse, eu daria a você”.
Curioso observar hoje as reações do público em relação à época, na saída dos shows em que Dylan tocava metade acústica, metade plugado, que comentavam iradamente que Dylan tocava com "aquela banda comercial", The Band. Comentários como "Irreconhecível", "vendido", "traidor", o clássico "Judas!", que teve uma resposta à altura no palco, e até mesmo "acho que ele está se prostituindo (ao se apresentar com guitarra)" são alguns dos comentários dos fãs. A palavra fã, etimologicamente, vem de fanático, intolerante.















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