quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ESCOLHA - CAFÉ OU CHOCOLATE

Literatura – crônica


Publicado por Gilmara Barros


É terça, nove da manhã e eu na cama. Estou doente? Não. Há um mundo lá fora e eu aqui afundada em cobertores nas profundezas de um oceano de pensamentos. O que fazer? Posso continuar a mergulhar cada vez mais fundo e assim não chegar a lugar algum, ou escolher me levantar e ir aonde quiser.






Esse poderia ser mais um texto que narrasse todo sofrimento da falta de pulsão de vida, desânimo, entrega, solidão. Mas, pelo direito de escolha que tenho. Escolho que será diferente. Pois, a decisão do que fazemos ou deixamos de fazer, está todos os dias em nossas mãos, a todo o momento, e em qualquer circunstância - decidimos. Então, por que acabamos por diversas vezes fazendo a escolha errada e assim permitimos nos afundar? Eis, uma boa questão não é mesmo!
Escolhemos tudo. Sim nós escolhemos! E o fato de às vezes parecer que não, que há decisão que não depende de nós, e que não temos escolha, e acabamos por ter a sensação de que não podemos decidir nada, é um grande engano, afinal se chegamos a uma situação dessas é porque deixamos, e se deixamos significa que em determinado momento decidimos algo. Importante lembrar que a cada vez que fazemos uma escolha inevitavelmente algo ficará para trás.


Escolhemos nosso café na padaria - puro, com açúcar ou pingado. Vou lhes dizer uma coisa. Eu escolho o chocolate quente especial. Isso vale para a nossa vida, queremos ela escura e amarga como um café puro, doce e quente, ou melhor, com leite. Nada, esquece o café! Vamos do que nos faz bem. (Amantes de café, me desculpem não estou desmerecendo a bebida de vocês, mas permitam que eu continue...).
Por vezes deixamos nossas escolhas em “modo automático”, paramos de decidir o que é simples, as pequenas coisas do cotidiano e isso acaba por cair numa rotina. Até aí, tudo bem. Não é preciso uma dissertação sobre escolher um salto alto, uma sapatilha, se vai correr que seja de tênis. O grande problema é quando ficamos estagnados em uma escolha que fizemos em um dia qualquer e passamos a imitar todos os outros dias essa escolha sem nos darmos conta de quanto isso nos faz mal. O que quero dizer é que, uma vez tomada uma decisão, corremos sério risco de seguir em frente sem repensá-la, e sofremos com a consequência de um comportamento que pode ser modificado, mas que sem a devida atenção, deixamos de lado e acabamos por repetir velhos erros.
É, meus caros, esse é o momento que você se dá conta que fez isso e nem sabia. Não se preocupe você não está sozinho. Também cometi esse erro. Eu, você e tantos outros por aí. Tenho uma boa notícia, isso é reversível.“Afinal, não há mal que dure para sempre, nem bem que nunca de acabe”. Sempre podemos mudar optar por algo diferente, e assim começar a recriar um novo caminho.
O que precisamos fazer é pegar as rédeas da situação. Retomarmos o controle de nossas vidas. Lembra que lá no comecinho eu falei de oceano? Então, pegue o leme vire para estibordo ou não vire. Mas, tenha em mente que “nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir” (Sêneca). A decisão é sua! Até para não fazer absolutamente nada você precisa decidir por isso.


Não espere que outros decidam seu futuro por você, não coloque suas escolhas nas mãos de outra pessoa. Isso implica em não esperar alguém para sorrir, para ir a algum lugar, para ser feliz. A responsabilidade e consequência de suas escolhas são única e exclusivamente sua, pense bem! Seu bem estar e felicidade dependem disso e tornam-se extremamente frágeis e vulneráveis quando você delega essa função a terceiros.
Decida hoje estar bem consigo. Escolha ser o grande amor da sua vida. Aí você se pergunta, como? E eu respondo, sabe aquele velho conselho de organizar objetivos e prioridades? Será que não está na hora de pegar aquela listinha de “metas para...” e ver o que está faltando, o que se perdeu, o que ficou lá no passado, no fundo de uma gaveta ou num quanto qualquer. De tempos em tempos, refletir sobre o que estamos fazendo com nosso tempo, caminho e vida, se faz necessário.

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