Historiógrafo e Imortal pela Academia de Letras e Arte
de Salvador
O
estreito marítimo situado entre o estremo oriental da Rússia (Sibéria), na
Ásia, e o Alaska, no continente americano, geograficamente era tudo propriedade
do Império Russo. Esse estreito recebeu o nome de Bering em homenagem ao
navegador e explorador do ártico, a serviço da Rússia Vitus Jonassen Bering (1681/1741), dinamarquês nacionalizado russo,
que o atravessou a serviço da Rússia, em 1728, identificando sua dimensão,
profundidade e condições de navegabilidade, pois com o desaparecimento do gelo
naquela região, há imemoriável tempo, fazia-se objeto do interesse do Czar
Nicolau I (1825/1855)
Esse
Estreito tem 85
quilômetros de largura e profundidade variando entre 30 a 50 metros . Mais ou menos
no meio dele existem as duas Ilhas Diomedes “um
lugar no mundo em que os territórios dos Estados Unidos e da Rússia estão a
menos de 4 (quatro) de distância entre elas”. Essas duas ilhas são
conhecidas como Grande Diomedes e Pequena Diomedes: “separadas por uma faixa de água que fica congelada durante boa parte do
ano, permitindo a passagem a pé entre
elas. A Grande Diomedes mais a leste da Rússia; a Pequena Diomedes é o ponto
mais a oeste de território americano. Durante a Guerra Fria (1945/1991) os
nativos dessas ilhas não podiam circular entre elas, nem trocar qualquer tipo
informações, período que ficou conhecido como “Cortina de Gelo”. O fato
curioso é que entre elas passa a “Linha Internacional de Data”: “criando um fuso horário de menos de 24 hora
numa distância que uma ilha pode ver a outra. Em 1987, um evento emblemático
levou as pequenas ilhas às manchetes do mundo quando a nadadora americana Lynne
Cox atravessou os pouco mais de 3.700 metros entre elas, num gesto das
superpotências que se esforçavam para estreitar os laços a tanto tempo
separados”.
Ao
norte estão as Ilhas Aleutas - território dominado pelos Estados Unido. Durante
a 2a Guerra Mundial
(1939/1945) foram objeto de batalhas
navais entre os Estados Unidos e o Japão.
Historiadores
e sociólogos atribuem aos asiáticos os primeiros seres humanos a iniciarem o
povoamento da América, há mais de quinze mil anos. Chegaram ao continente
americano atravessando aquele, então, congelado estreito marítimo, que servia
de ponte ligando a Ásia à America. Situado fora do continente asiático, o
Alaska era explorado pela Rússia como fonte de renda com o comércio de peles de
animais silvestres, mas nunca despertou nos russos interesses por sua povoação.
Em
decorrência da Guerra da Criméia, entre 1853 e 1856, os recursos financeiros do
tesouro imperial russo ficaram depauperados. O Czar, Nicolau I, tendo em vista
que o comércio de peles havia diminuído consideravelmente, decidiu desfazer-se
daquele apêndice territorial que lhe causa incômodos por ser muito distante da
sede do Império e preocupação em mantê-lo.
Tomando
conhecimento dessa disposição do Czar, o Secretário o de Estado dos Estados
Unidos Estados Unidos, William Henry Seward, “um ardente expansionista”, convenceu o Presidente Andrew Johnson
(9865-1869), a encaminhar ao Congresso pedido de autorização para comprar
aquele território encravado no continente americano. Concedida a autorização,
os americanos pagaram ao governo da Rússia a importância de 7.200.000 (sete
milhões e duzentos mil dólares), transação efetuada no dia 30 de março de 1867.
No dia 18 de outubro daquele ano a bandeira americana tremulou pela primeira
vez em Juneau, capital do Alaskca, como o Estado nº 50 dos Estados Unidos.
Alguns
estudiosos desse fenômeno migratório atribuem que o primitivo homem do
continente americano teria vindo da Índia, daí os portugueses chamaram de
indígenas os povos que habitavam o território da América por eles colonizado.
Quanto
à venda do Alaska, há também a versão de que o Império Russo vendera aquele
território aos Estados Unidos visando a tolher os interesses do Império
Britânico sobre aquela estratégica área, tendo em vista que eles (os ingleses)
estavam cada vez mais expandindo suas “garras”, e ali poderia proporcionar-lhes
os meios de uma possível invasão do território russo. Há de se recordar que
naquela altura do século XIX os norte-americanos não tinham o poderio econômico
e militar que alcançaram após a 2ª guerra mundial (1939/1945) e não provocava
preocupação ao Império russo.
Já
houve cogitações de ser construída uma ponte ligando o Alaska à Sibéria, ponte
que seria denominada Ponte
Intercontinental da Paz. Houve também a idéia da construção de um túnel sob
esse estrito.
Com
o poderio industrial e militar dos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial os
tornou aquele país a maior potencia do mundo contemporâneo. O Estado do Alaska,
dispondo de vastas florestas, minérios, rico em petróleo etc., se tornou em estratégico
território aos interesses dos Estados Unidos. Por certo os atuais dirigentes da
Rússia lamentam a decisão do Czar de ter vendido o território do Alaska aos
americanos!
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