segunda-feira, 13 de maio de 2013

ESTREITO DE BERING


                                                         
                                                                                           Pesquisa de Paulo Segundo Costa,
                                             Historiógrafo e Imortal pela Academia de                                                         Letras e Arte de Salvador                 

O estreito marítimo situado entre o estremo oriental da Rússia (Sibéria), na Ásia, e o Alaska, no continente americano, geograficamente era tudo propriedade do Império Russo. Esse estreito recebeu o nome de Bering em homenagem ao navegador e explorador do ártico, a serviço da Rússia Vitus Jonassen Bering (1681/1741), dinamarquês nacionalizado russo, que o atravessou a serviço da Rússia, em 1728, identificando sua dimensão, profundidade e condições de navegabilidade, pois com o desaparecimento do gelo naquela região, há imemoriável tempo, fazia-se objeto do interesse do Czar Nicolau I (1825/1855)

Esse Estreito tem 85 quilômetros de largura e profundidade variando entre 30 a 50 metros. Mais ou menos no meio dele existem as duas Ilhas Diomedes “um lugar no mundo em que os territórios dos Estados Unidos e da Rússia estão a menos de 4 (quatro) de distância entre elas”. Essas duas ilhas são conhecidas como Grande Diomedes e Pequena Diomedes: “separadas por uma faixa de água que fica congelada durante boa parte do ano, permitindo a passagem  a pé entre elas. A Grande Diomedes mais a leste da Rússia; a Pequena Diomedes é o ponto mais a oeste de território americano. Durante a Guerra Fria (1945/1991) os nativos dessas ilhas não podiam circular entre elas, nem trocar qualquer tipo informações, período que ficou conhecido como “Cortina de Gelo”. O fato curioso é que entre elas passa a “Linha Internacional de Data”: “criando um fuso horário de menos de 24 hora numa distância que uma ilha pode ver a outra. Em 1987, um evento emblemático levou as pequenas ilhas às manchetes do mundo quando a nadadora americana Lynne Cox atravessou os pouco mais de 3.700 metros entre elas, num gesto das superpotências que se esforçavam para estreitar os laços a tanto tempo separados”.
Ao norte estão as Ilhas Aleutas - território dominado pelos Estados Unido. Durante a 2a  Guerra Mundial (1939/1945) foram objeto de  batalhas navais entre os Estados Unidos e o Japão.
Historiadores e sociólogos atribuem aos asiáticos os primeiros seres humanos a iniciarem o povoamento da América, há mais de quinze mil anos. Chegaram ao continente americano atravessando aquele, então, congelado estreito marítimo, que servia de ponte ligando a Ásia à America. Situado fora do continente asiático, o Alaska era explorado pela Rússia como fonte de renda com o comércio de peles de animais silvestres, mas nunca despertou nos russos interesses por sua povoação.
Em decorrência da Guerra da Criméia, entre 1853 e 1856, os recursos financeiros do tesouro imperial russo ficaram depauperados. O Czar, Nicolau I, tendo em vista que o comércio de peles havia diminuído consideravelmente, decidiu desfazer-se daquele apêndice territorial que lhe causa incômodos por ser muito distante da sede do Império e preocupação em mantê-lo.
Tomando conhecimento dessa disposição do Czar, o Secretário o de Estado dos Estados Unidos Estados Unidos, William Henry Seward, “um ardente expansionista”, convenceu o Presidente Andrew Johnson (9865-1869), a encaminhar ao Congresso pedido de autorização para comprar aquele território encravado no continente americano. Concedida a autorização, os americanos pagaram ao governo da Rússia a importância de 7.200.000 (sete milhões e duzentos mil dólares), transação efetuada no dia 30 de março de 1867. No dia 18 de outubro daquele ano a bandeira americana tremulou pela primeira vez em Juneau, capital do Alaskca, como o Estado nº 50 dos Estados Unidos.  
Alguns estudiosos desse fenômeno migratório atribuem que o primitivo homem do continente americano teria vindo da Índia, daí os portugueses chamaram de indígenas os povos que habitavam o território da América por eles colonizado.
Quanto à venda do Alaska, há também a versão de que o Império Russo vendera aquele território aos Estados Unidos visando a tolher os interesses do Império Britânico sobre aquela estratégica área, tendo em vista que eles (os ingleses) estavam cada vez mais expandindo suas “garras”, e ali poderia proporcionar-lhes os meios de uma possível invasão do território russo. Há de se recordar que naquela altura do século XIX os norte-americanos não tinham o poderio econômico e militar que alcançaram após a 2ª guerra mundial (1939/1945) e não provocava preocupação ao Império russo.
Já houve cogitações de ser construída uma ponte ligando o Alaska à Sibéria, ponte que seria denominada Ponte Intercontinental da Paz. Houve também a idéia da construção de um túnel sob esse estrito.
Com o poderio industrial e militar dos Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial os tornou aquele país a maior potencia do mundo contemporâneo. O Estado do Alaska, dispondo de vastas florestas, minérios, rico em petróleo etc., se tornou em estratégico território aos interesses dos Estados Unidos. Por certo os atuais dirigentes da Rússia lamentam a decisão do Czar de ter vendido o território do Alaska aos americanos!

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