Ptolomeu em 150 d.C. falava que a terra era o
centro do universo e que tudo girava em torno dela, foram precisos cerca de
1400 anos para esta teoria ser rebatida por Nicolau Copérnico provando para
a humanidade que o Sol sim era o centro.
Eu, simplesmente eu, descobri em apenas três
dias, após 56 anos,
que ambos estavam redondamente enganados: o
centro do universo
é o anus.
Isso mesmo, o anus!
Operei de hemorróidas em caráter de urgência
algumas semanas atrás.
No domingo à noitinha, o que eu achava que
seria uma singela flatulência,
quase me virou pelo avesso.
“É difícil, mas vamos ver se reverte”, falou
meu médico. Reverteu merda nenhuma, era mais fácil o Lula aceitar que sabia
sobre o mensalão do que aquela lazarenta bolinha (?) dar o toque de
recolher.
Foram quase 2 horas de cirurgia e confesso não
senti “nadica” de nada, nem se me abusaram da minha virgindade anal durante a cirurgia!
Dois dias de hospital, passei bem embora tenham
tentado me afogar com tanto soro que me aplicaram, foram litros e litros;
recebi alta e fui repousar em casa. Passados os efeitos anestésicos e
analgésicos, vem a “primeira vez” de ir ao sanitário.
Arre égua! Parece que você tá defecando um
croquete de figo da Índia, casca de abacaxi, concha de ostra e arame
farpado. É um auto-flagelo.
Por uns três dias dói tanto que você não
imagina uma coisinha tão pequena e com um nome tão reduzido - uma só sílaba
na boca do povo - possa doer tanto. O tamanho da dor não é proporcional ao
tamanho do nome, neste caso, o anus deveria chamar dobrovosky,
tegulcigalpa, nabucodonosor.
Passam pela cabeça soluções mágicas: Usar um
ventilador! Só se for daqueles túneis aerodinâmicos. Gelo! Só se eu
escorregar pelado por uma encosta do Monte Everest.
Esguichinho d’água! Tem que ser igual ao da
Praça da Matriz, névoa seguida de jatos intercalados.
Descobri também que somos descendentes diretos
do babuíno, porque você fica andando como macaco e com o ânus vermelho;
qualquer tosse, movimento inesperado, virada mais brusca ele dói, e como!
Para melhorar as “idas” à privada, recomenda-se
dieta na base de fibras, foi o que fiz: comi cinco vassouras de piaçaba, um
tapete de sisal e sete metros de corda. Agora sei o sentido daquela frase:
“quem tem medo de defecar não come!”
Perdi 4 quilos; 3,5 de gordura e 0,5 de anus.
Tudo valeu, agora já estou bem, defecando como
manda o figurino, e nem preciso pensar para “flatular”, o ânus ficou
afinado em ré menor, uma beleza!
A vergonha é que usei Modess por 20 dias após a
cirurgia e hoje to até sentindo falta dele!
Acaso necessite de outra intervenção nessa região,
mando em meu lugar o Fernandinho, um “boiola” meu vizinho, que adora que
explorem seu país baixo – como diziam nossos avós.
Colaboração de Antônio Abreu
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