terça-feira, 4 de junho de 2013

O RATO QUE RUGE


                                                 Marcelo Alcoforado *

Diga-se, de pronto, que não se trata de nenhum bípede brasiliense. Trata-se, isto sim, de um filme, pura comédia, embora haja governantes que teimem em transpor a ridicularia para a realidade.
Volte-se ao filme, porém. Nele, Fenwick, um pequeno país imaginário, está às voltas com enormes dificuldades econômicas, já que os Estados Unidos deixaram de importar o vinho ali produzido, seu único item de exportação. A solução era declarar guerra àquele país, e como infalivelmente seriam perdedores, seus governantes imaginavam receber ajuda financeira para se reerguer, terminando, assim, seus problemas. Então, pouco mais de vinte homens armados de arco e flecha cruzaram o oceano, entraram facilmente no porto de Nova York, mas ocorreu que a invasão foi simplesmente ignorada. Toda a população estava em abrigos subterrâneos, isso por conta do teste de uma nova e superpoderosa bomba.

Sem ninguém para combater, os briosos arqueiros perambularam pela cidade, até que, por mero acaso, encontram o inventor da tal bomba, sequestrando-o e levando-o com o poderoso artefato para Fenwick.
De fato, a operação não dera certo.
Ora, sabedores de que a ultrapoderosa bomba, bastante para destruir todo um continente, estava em poder do diminuto país, as autoridades norte-americanas concluíram que só lhes restava render-se.
No entanto, como Fenwick receberia a tão desejada indenização? Compelindo os vencidos a lhe pagarem um milhão de dólares, retomar a importação do seu vinho, e a usar seu poderio para garantir completo armistício mundial. Assim foi feito, e todos foram felizes para sempre.
Ocorre que a vida real nem sempre é feita de happy ends e, por isso, o filme vem à lembrança nestes dias em que a Coreia do Norte, um país com muitas dificuldades econômicas, ameaça a paz. Não com vinte homens armados de arco e flecha, mas com um dos maiores exércitos do planeta e armas atômicas, arrostando a única superpotência mundial. Estará em busca de dinheiro? E se não der certo?
Pensando bem, o filme, protagonizado por Peter Sellers, é muitíssimo engraçado. Já o coreano Kim Jong-un não tem graça nenhuma.
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