por
iG São Paulo
Um grupo de pesquisadores canadenses
anunciou na terça-feira (05/03) a descoberta de uma nova espécie de camelo
gigante, já extinta, na região do Ártico canadense. O grupo descobriu cerca de
30 fragmentos fósseis na ilha Ellesmere, no território de Nunavut, e representa
a ocorrência mais ao norte já vista dos primeiros camelos, cujos ancestrais se
originaram na América do Norte há 45 milhões de anos.
"É uma descoberta importante porque
traz a primeira prova de camelos vivendo no Alto Ártico", disse em
comunicado Natalia Rybczynski, autora do estudo que relata o achado, publicado
na edição desta semana do periódico Nature Communications .
"Aumentou
o alcance da espécie na América do Norte em 1.200 quilômetros e sugere que a
linhagem que deu origem ao camelo moderno pode ter sido originalmente adaptada
para as condições das florestas árticas".
Os fragmentos de tíbia de 3,5 milhões de anos
precisaram de uma técnica especial
para serem identificados. Características anatômicas mostravam que se tratava
de um animal de casco, do grupo de bois, suínos e camelos, mas apenas após
reconstruções em 3D e análises de colágeno dos fósseis, cujas características
foram comparadas com diversas espécies de mamíferos, bem como um fóssil de
camelo gigante de outro território canadense, o Yukon.
O colágeno dos ossos de Ellesmere se aproximava dos
camelos modernos, em especial os
dromedários (que têm apenas uma corcova) bem como o camelo gigante do Yukon,
que é considerado um exemplar do gênero Paracamelus, o ancestral dos camelos
atuais, o que reforça a teoria da origem norte-americana para o grupo.
"Talvez
algumas das especializações vistas nos camelos modernos, como pés largos, olhos
grandes e corcovas que armazenam gordura possam ser adaptações para viver em um
ambiente polar," especula Natalia.
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