APRENDA A FAZER UM CAMARÃO NO VAPOR

Culinária também é Arte: Arte culinária

                                                                                                                       HELÔ SAMPAIO

Agora que as coisas estão mais calmas, com a vida voltando ao normal depois de Copa das Confederações e da maravilhosa visita do Papinha Chiquinho, vamos cuidar dos nossos velhos e bons probleminhas. Já tive um aborrecimento grande quando soube que o atual administrador da subprefeitura de Itapuã está querendo tirar a Biblioteca Calasans Neto lá da feira livre. Estamos reunindo as associações da área – que também não ficaram nada satisfeitas com a notícia – para ir procurar o administrador e conversar para demovê-lo desta ideia que só vai prejudicar a comunidade.

Deixa eu explicar: quando a museóloga Iracema Dias chegou para a Administração Regional de Itapuã, eu fiquei muito feliz. Fomos contemporâneas na Universidade e na época, fazíamos política estudantil. Corremos muito de cassetete, de cachorros e de policia e ficamos amigas, ou melhor, irmãs, para o resto da vida, pois ela sempre foi uma pessoa honrada, séria e decente. Cada dia, era emoção pura: fazíamos reunião em um lugar diferente para a ‘cana’ não descobrir. Tempo bom! Hoje, o pessoal nem sabe o que é isso. A UNE acabou. Só faz o que ‘os homes’ querem.

Anos depois, a vida traz Iracema para a Administração Regional de Itapuã, onde eu, euzíssima, a ótima, moro. Passei a ter um ombro onde ‘chorar as pitangas’: “Iracema, a rua tal está um horror, precisando asfalto e a sinaleira tal não funciona”. E Iracema ia correr atrás dos caras, lá na Prefeitura, para ajeitar as coisas. Um dia, ela me procurou – assessora de comunicação da FTC que sou até hoje – para tentar viabilizar uma biblioteca lá, dentro da feira de Itapuã, pois os estudantes da área tinham que ir ao Colégio Thales de Azevedo, no Costa Azul, para fazer as pesquisas para os trabalhos de escola.

Querendo homenagear Calasans Neto, morador ilustre de Itapuã, fomos procurar Auta Rosa, que consentiu – e ficou muito feliz – em dar o nome de Calá à biblioteca e até doou várias obras. A bibliotecária Regina Zobiak organizou toda a estrutura e com a ajuda de outros amigos, e a participação da FTC (com o empenho do professor Germano Tabacof, na época Superintendente Acadêmico), a Biblioteca Calasans Neto foi inaugurada já com três mil volumes. A primeira do tipo em feira livre que temos conhecimento.

A galera jovem delirou. Mobilizamos os jornalistas, artistas e amigos, e todos fizeram doação – de coleções, de livros, revistas, gibis, valia tudo. Depois, a bibliotecária selecionava e o que não se adequasse ao estudante de nível médio, era encaminhado para as outras bibliotecas municipais. Tem coisa melhor? Os pais trabalhando nas barracas e a garotada lá, nos computadores, nos livros, nas revistinhas e gibis.

Quando foi feito o levantamento pela Prefeitura, a única subprefeitura que tem trabalhos para a população é Itapuã.  Além da Biblioteca, tinha o Samba na Feira, o Cinema na Feira, a parceria com INSS com atendimento a mais de 400 pessoas mês, o Balcão de Justiça e o SIMM dentre outros. Obra de Iracema e dos funcionários dedicados que a apoiaram.

E nós não vamos permitir acabar com este trabalho, meu querido preposto municipal que eu ainda não tive a honra de conhecer. A Biblioteca Calasans Neto é para atender aos estudantes de Itapuã, é da população, não é para ser propriedade de uma escola. Se for necessário, vamos procurar o nosso Prefeitinho lindo para conversar e evitar esta barbaridade. Aproveitaremos o encontro, e já levaremos a relação de obras que o bairro necessita, principalmente o conserto das ruas: estão todas em petição de miséria, com buraco, ou melhor, com cratera pra tudo que é lado, acabando com os carros, com o trânsito e com a nossa paciência. Vamos conversar, meu caro administrador. Nós vamos lhe procurar. Aguarde-nos!

Voltemos às coisas boas da vida. Eu fiquei tão empolgada com a visita do meu Papinha fofo à nossa terrinha que, ao dar a noticia do festival japonês, errei a data – talvez querendo que fosse antecipado – no inicio da coluna; mas falei da data certa no final. Se preparem para o VII Festival de Cultura Japonesa – Bon Odori, nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, na Associação Atlética Banco do Brasil (na Av. Orlando Gomes) em Piatã. Lika Kawano me mandou um convite lindo para Abertura, às 17h do dia 31 deste mês. Eu dou um bombom para quem adivinhar: eu vou me empanturrar de sushis, sashimis, yakissobas e outras delícias mais? Errou quem disse sim. Eu só vou petiscar, pois sou uma moça finerésima. He-he! Nos veremos lá. 

Enquanto esperamos o último dia do mês, vamos treinar preparando delicias japonesas como este camarão no vapor, que Gianna, minha sobrinha linda, preparou para a titia ao visitar as duas pequerruchinhas gêmeas mais lindas do Brasil, Lara e Nina. Avental a postos, galera!

Ebi Sakamushi - Camarão no Vapor com Saquê

Ingredientes
10 unidades de camarão rosa
3 colheres (sopa) de saquê
1 colher (sopa) de cebolinha verde picada
Sal, quanto baste.

Molho
2 gemas de ovo
1 ½  colher (sopa) de suco de limão
3 colheres (sopa) de caldo de peixe
½  colher (sobremesa) de açúcar

Modo de preparar
-- Limpar os camarões e colocar em um recipiente. Temperar com sal, saquê e cobrir com filme plástico. Cozinhar no vapor por 5 minutos ou até ficarem no ponto.

-- Misturar todos os ingredientes do molho em uma tigela e cozinhar em banho-maria, em fogo baixo, até ficar com uma consistência cremosa. Dispor o molho em uma tigela, acrescentando os camarões e salpicando a cebolinha por cima (http://cybercook.terra.com.br/receita-de-ebi-sakamushi-camarao-no-vapor-com-saque-r-6-4150.html)

Dica - Se não tiver uma panela própria para cozimento no vapor, poderá improvisar uma da seguinte forma:

-- Encher uma panela grande com dois dedos de água. Colocar um vasilhame pequeno de cabeça para baixo e depositar um prato sobre ele. Se colocar os alimentos diretamente sobre o prato, forrar com folhas de repolho para que não grudem. Se a comida estiver em um vasilhame isso não será necessário. Colocar um peso sobre a tampa para o vapor não escapar. E vamos saborear outras delicias lá no Festival Bom Odori. ‘Inté lá’.