Por *Ricardo Leite
Pirâmide
diáfana na porta do museu do Louvre, Paris
Mexicanos entre os 20 mil
trabalhadores da EFMM
Em 2007, um sol nascia para a combalida Madeira Mamoré. Aproximadamente 100 anos depois do início das obras da impossível estrada de ferro, e quatro décadas de sua desativação comercial, a construção da moderna hidrelétrica de Santo Antônio garantia, através de suas indenizações, os recursos que dificilmente -- sejamos sinceros e práticos -- governos federal, estadual ou municipal investiriam, para a sonhada e justa revitalização do pátio ferroviário da EFMM, até então, já bastante degradado, lugar de botecos, barracas esfarrapadas e bebedeiras, ambiente nada familiar ou turístico. Registre-se para a história que o dinheiro das compensações ia todo para o meio ambiente, se não fosse a interferência do Iphan local naquela hora H.
Agora, cerca de três anos depois da inauguração da primeira fase da restauração, a esperança volta
a iluminar os destinos da mãe do Estado de Rondônia. Sob o signo confiável e
forte do Sesi e Senai, outro sol aparece no horizonte da margem direita do rio
Madeira para iluminar, com segurança institucional e jurídica, uma das mais
fantásticas páginas da história do Brasil e da engenharia mundial. E para dar
essa boa nova, uma grande festa é preparada com esmero. É o Viradão Digital, no
próximo sábado e domingo -- uma leve degustação tecnológica do que vem por aí.
Creiam, o futuro próximo é mesmo belo. Ao lado da estação ferroviária, o galpão 2 e
seus 50x20 metros, hoje vazios de projetos, vai dar um salto espetacular para o
futuro, capaz de empolgar na hora o pai da EFMM, o visionário empreendedor
americano Percival Farquhar. A informação é de dentro. Não se está medindo
esforços para produzir uma obra educacional inovadora e perene. Tudo do bom e
do melhor. Pessoal e equipamentos de alto nível trabalham em velocidade,
entrelaçados num ambiente produtivo que harmoniza criatividade e respeito à
integridade física do galpão tombado pela União Federal.
Em resumo, vejam que beleza... nascerá forte um aquário retangular translúcido de dois andares, afastado dois metros e meio das paredes do velho galpão de carga. Ali, em todos os dias da semana, centenas de jovens de todos os cantos farão um mergulho sensitivo educacional. Vídeo, música, games, mecatrônica, robótica e muito mais, gerando conhecimento, curiosidade e esperança. O trilho centenário que corta o espaço será realçado, visível no vidro e iluminado solenemente. Quem entrar pelos grandes portões verá todo o galpão até o teto. Nada ficará escondido.
Em resumo, vejam que beleza... nascerá forte um aquário retangular translúcido de dois andares, afastado dois metros e meio das paredes do velho galpão de carga. Ali, em todos os dias da semana, centenas de jovens de todos os cantos farão um mergulho sensitivo educacional. Vídeo, música, games, mecatrônica, robótica e muito mais, gerando conhecimento, curiosidade e esperança. O trilho centenário que corta o espaço será realçado, visível no vidro e iluminado solenemente. Quem entrar pelos grandes portões verá todo o galpão até o teto. Nada ficará escondido.
Quem vê o projeto detalhado e ama a EFMM se
empolga. Os artesãos que estavam lá ganham o galpão da antiga Enaro (ao lado do
estacionamento) reformado para ser seu lugar permanente. O Iphan e o SPU veem
suas preocupações reduzidas pela chegada do confiável consórcio Sesi Senai para
proteger o valioso patrimônio público e histórico. A Prefeitura se desonera de
pesado fardo de manutenção e os órgãos de controle podem dormir tranquilos.
Se a EFMM foi o cartão de visitas do colete
elegante de Farqhuar, o Centro de Inspiração Tecnológico será o cartão de
visitas de ouro do Sesi, Senai, de Porto Velho e de Rondônia. O patrimônio
histórico mundial e a melhor educação evoluída, enfim juntos, numa destinação
pública imbatível para o coração da capital. É o futuro interferindo no passado
para valorizar o presente, como a moderníssima pirâmide diáfana do venerando
museu do Louvre em Paris, exemplo de uma fusão bem sucedida do velho e do novo,
do clássico e rude e o ultramoderno.
Em outras palavras, estamos perto de presenciar
um inacreditável golaço, de finalzinho de jogo de vida ou muerte, no estádio
Azteca lotado, como fez de bicicleta, ou chilena no espanhol, o jogador
mexicano Jamirez, salvando na sexta-feira passada heroicamente a seleção El Tri
de ficar fora da copa. E por uma coincidência do destino, quem anseia
sinceramente fazer outra pintura como aquela é o engenheiro-chefe da nova obra
da Madeira Mamoré, o mexicano Jean Paul Rodriguez Sanchez, nascido no distrito
federal, Cidade do México. Ele e toda a grande equipe multidisciplinar vão
certamente repetir no ferro e vidro a beleza estética do lance esportivo
futebolístico, e reviver, com homenagens, os compatriotas mexicanos que
estiveram naquela selva brutal no início do século 20, ao lado de 50 outras
nacionalidades, construindo a inacreditável EFMM. Assim, nesse embalo de
vitória de arrepiar, a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, de mãos dadas com a
educação e a cultura, e aberta à população, atende aos inspetores da Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e vira
oficialmente patrimônio da humanidade!
*Ricardo Leite é procurador federal e
coordenador do comitê pré-candidatura da EFMM a patrimônio da humanidade.
Ver a pirâmide do museu do Louvre pt.wikipedia.org/wiki/Pirâmide_do_Louvre
Viradão Digital https://www.facebook.com/360sesisenai
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