NOME: RUI LOPES
LOCALIZAÇÃO: COIMBRA, COIMBRA,
PORTUGAL
Natural de S. Miguel do Rio Torto
(Abrantes). Licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade de
Coimbra. Estágio Profissional no Arquivo Histórico do Concelho de Abrantes,
orientado pelo Sr. Eduardo Campos. Pós-graduado em Ciências Documentais
(Arquivo). Organizou e Inventariou o Arquivo da Escola Superior de Enfermagem
de Coimbra. Interesse de Investigação é a História da Academia de Coimbra.
Autor da Fotobriografia do Brasileiro (Santista) Lucas Junot, editada em 2008
pelo Município de Coimbra. Atualmente Secretário da Direção da Associação dos
Antigos Estudantes de Coimbra e Primeiro Secretário da Direção da Liga dos
Amigos do Museu Académico de Coimbra. Mestre em História Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra.
·
Os Róis de Confessados e Comungados são uma fonte
histórica muito importante para o estudo da população, número de casas
(designadas por fogos), arruamentos, profissões, genealogia, entre outras
coisas. Contudo, será conveniente explicar o que são os Róis de Confessados.
Após o Concílio de Trento, com o
objetivo de controlar quem ia à Igreja confessar-se, os párocos eram obrigados
a elaborar os Róis de Confessados e Comungados que consistiam numa lista dos
habitantes da paróquia que eram ordenados primeiro por local, depois por fogo e
seguidamente pela hierarquia familiar. Assim, em cada família, tinham as
relações de parentesco em relação ao "cabeça de família", por vezes a
profissão e o sinal se confessaram e comungaram, assinalado com a letra C à
frente do nome. Por vezes surgiam também casos especiais em que o pároco
anotava: mentecapto, doido, maluco, avariado das ideias, faleceu, morreu,
ausente em ... e muitas outras anotações.
Além disto, também era um excelente
instrumento ao serviço da Inquisição no tempo em que esta esteve activa, pois
quem não estivesse assinalado como tendo ir confessar, tinha de arranjar boas
explicações para tal.
Noutra perspectiva, também será
conveniente referir que os Róis de Confessados e Comungados também se podem
revelar uma "faca de 2 gumes" no estudo da população por uma razão
devidamente fundamentada: os menores de 8 anos não se iam confessar nem
comungar porque à luz das doutrinas da Igreja eram considerados inocentes, por
isso, não figuram nos seus nomes nos Róis de Confessados e Comungados, ficando
assim a população de idade inferior a 8 anos excluída desta fonte histórica.
Além da população, os Róis de
Confessados e Comungados também permitem o estudo da evolução dos arruamentos
ou locais na Freguesia, nomadamente os fogos e habitantes que cada arruamento
ou local tem, ou a evolução do número de casas em cada local ou arruamento,
sendo que nesta época as casas designam-se por "fogos", mas se
recuarmos ainda mais no tempo, têm a designação de "vizinhos", que
confunde muita gente que afirma que são os habitantes, no entanto são as casas.
Pelos Róis de Confessados e
Comungados também é possível saber as profissões, quando estas vêm assinaladas,
além de se saber quem era o Presidente da Junta de Paróquia (antecessor do
Presidente da Junta de Freguesia), função que era desempenhada pelo pároco que
era quem elaborava os Róis de Confessados e Comungados e na nota final
assinava.
Os Róis de Confessados e Comungados
de S. Miguel do Rio Torto, fazem parte do acervo documental do Arquivo Distrital
de Santarém e têm as datas extremas de 1859 e 1897, no entanto, com muitas
falhas de datas que se perderam.
Nota: Imagem de todos os Róis de
Confessados e Comungados de S. Miguel do Rio Torto que se encontram no Arquivo
Distrital de Santarém.
Nota 1: Imagem captada após
autorização verbal da Diretora do Arquivo Distrital de Santarém.
publicada por Rui Lopes
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