Cultura
Começa no dia 04/11 a quinta edição da Jornada de
Dança da Bahia, que favorece o intercâmbio artístico e a reflexão sobre o
ensino da dança contemporânea, provocando a difusão de práticas artístico-pedagógicas
e incentivando a discussão e a pesquisa através de mostras, bate-papos,
oficinas e espetáculos.
Até o dia 10 de novembro, serão apresentados onze
espetáculos de três estados brasileiros (Minas
Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia) e dos Estados Unidos, além de duas mostras –
uma didática e outras com um conjunto de obras curtas, no Espaço Xisto Bahia,
Barris. As atividades são gratuitas e com ingressos a R$ 12 (inteira) e R$ 6
(meia). Mais informações: jornadadedanca. com.br.
Logo mais, às 20h30, acontece à abertura da programação com
um programa duplo que cruza dança e memória, com Clara Trigo apresentando Peças
Soltas e em seguida Fátima Suares mostra Manta. O ponto de partida dessas
criações são memórias escritas pela coreógrafa, dançarina e professora Fátima
Suarez, que revelam passagens de sua vida pessoal e de obras dançadas por ela e
seu grupo, a companhia Mantra, que marcou história na dança baiana nas décadas
de 1980 e 1990.
A programação conta também com a participação das
companhias Uai Q Dança (MG) e Matheus Brusa (RS). A primeira, que produz
trabalhos voltados especialmente para espaços públicos e não convencionais,
apresenta o projeto Sem. A companhia foi criada em 1990 e, desde
então, tem discutido questões que permeia temas como criatividade e
sobrevivência do artista. Já a Matheus Brusa (RS), mostra Léxico,
que leva adiante a pesquisa do diretor – também coreógrafo e videomaker - no
cruzamento de linguagens e desenvolvimento de vocabulário corporal. Matheus
criou a companhia em 2006 e desde então vem se destacando como jovem criador no
cenário nacional.
Da Bahia se apresentam as companhias Mantra, GDC –
Grupo de Dança Contemporânea da UFBA, Trampolim e Katharsis; a Escola de Dança
da Funceb e o Contemporânea Ensemble; o projeto Plataforma Convidança; e os
solistas Clara Trigo e Marvan Carlos. Todos apresentam suas mais recentes
criações, incluindo A Sagração da Primavera (Escola de Dança
da Funceb) e Cabaça (GDC). Fátima Suarez, responsável pela
curadoria da JORNADA, destaca que são grupos e artistas de diferentes
trajetórias no panorama local, o que resulta num recorte representativo dos
caminhos da produção baiana.
A
programação artística terá também uma mostra didática, resultado dos trabalhos
desenvolvidos pelos participantes do I Fórum de Educadores durante a
permanência em Salvador, e apresentação de Lori Belilove, expoente
internacional na difusão do pensamento e trabalho de Isadora Duncan, executa
alguns solos no programa do espetáculo Para Sempre Isadora, junto ao
Contemporânea Ensemble.
Encontro de professores
Este ano, enfatizando o seu viés pedagógico, a
Jornada de Dança abrigará o I Fórum de Educadores de Dança, que reunirá 40
professores de dança, selecionados a partir do projeto de Formação para
Educadores em Dança, realizado desde 2011 até o primeiro semestre de 2013 pela
Escola Contemporânea de Dança com apoio da Secretaria de Cultura do
Estado da Bahia, nas cidades de Camaçari, Vitória da Conquista, Itabuna,
Ilhéus, Feira de Santana, Jequié, Juazeiro, Porto Seguro, Valença, Lençóis e
nos bairros de Plataforma e Alagados, em Salvador.
A
iniciativa é de Fátima Suarez, que, neste período, realizou uma série de
workshops com mais de 450 educadores em diversos municípios baianos. ”A
riqueza dos encontros desencadeou, então, o desejo de dar continuidade à troca
de experiências e a Jornada é um espaço ideal para isto”, observa Fátima,
idealizadora e realizadora do evento.
Formação
A
norte-americana Lori Belilove também vai ministrar oficinas, como parte das
atividades formativas do evento. Além dela, os workshops de dança serão
coordenados por Clara Trigo e Fernanda Bevilaqua, da companhia Uai Q Dança. Já
os bate-papos, que abordam temas educacionais, partirão das falas de Lenira
Rangel, da UFBA, e Gisela Tapioca, psicóloga e consultora de projetos em
educação.
I Fórum de
Educadores terá uma programação específica e com ela realiza um cruzamento de
atividades, que englobam master classes, debates, observatórios e a mostra
didática. A idéia, segundo Fátima Suarez, é ampliar as visões e reflexão a
cerca do ensino da dança, levando para as discussões experiências diversas em
campos do conhecimento ligados ao corpo, à aprendizagem e à transmissão de
conhecimento.
“Aliás, não
é um cruzamento, é uma complementaridade entre o Fórum e a Jornada, que
perpassa não apenas o que vai ser discutido, mas também a criação das obras,
muitas delas desenvolvidas em centros de formação. Dessa forma, convocamos à
reflexão do nosso contexto de produção, difusão e apreciação”, finaliza a
realizadora.
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