Por
Luiz Holanda
A
reeleição da presidente Dilma está criando sérios problemas para o país. A
violência e a corrupção - consideradas pelo governo como práticas tipicamente
democráticas- podem afetar a aprovação da
candidata, apesar do apoio das bolsas
eleitoreiras. O ataque ao coronel da Polícia militar paulista foi apenas o
estopim do que está para acontecer. Outros episódios virão, mesmo diante do
anestesiamento popular promovido pela política assistencialista de um governo
corrompido.
A
candidata, em sua campanha de reeleição, perdeu o equilíbrio. Começou por
devolver os cargos ao PDT e ao PR mesmo após graves denúncias de assalto aos
cofres público promovido por esses partidos. Logo em seguida nomeou Teori
Zavascki e Luis Roberto Barroso para o Supremo Tribunal Federal-STF,
aumentando, assim, o bloco dos garantistas da impunidade.
Esses
dois se juntarão aos ministros petistas Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e
Rosa Weber para, juntamente com o colega Celso de Melo, garantirem as esperanças
dos mensaleiros. Todos acham que, no julgamento dos embargos infringentes,
sairão livres. Quanto ao ministro Dias Toffoli, o Banco Rural juntou um
documento no processo citando-o como delegado do PT; na época, advogado da
legenda.
Com
a queda de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho, acusado de ter praticado uma
avalanche de malfeitos na pasta, inclusive beneficiando entidades amigas, que,
em troca, contribuíam com dinheiro para as campanhas politicas do partido, seu
substituto foi Paulo Roberto Pinto, homem de sua absoluta confiança. Num rasgo
de independência, a presidente o substituiu pelo deputado Brizola Neto, que
durou pouco. Seu sucessor é o atual ministro Manoel Dias, gente de confiança do
chefe do PDT. Resultado: mais um rombo de 400 milhões de reais.
A
descoberta da tramoia foi feita pela Polícia Federal, tendo como protagonista o
Instituto Mundial de Desenvolvimento e Cidadania, ligado ao partido. Este
instituto recebeu quase meio bilhão de reais para promover cursos e transportar
jovens, embora jamais tenha prestado tais serviços.
Ao
todo, 23 pessoas foram presas e onze conduzidas para prestar depoimento, entre
as quais o número 2 da pasta, Paulo Roberto Pinto. Com tanto dinheiro fácil,
não era de se estranhar a presença de Simone Vasconcelos, ex-funcionária de
Marcos Valério, condenada pelo STF a mais de doze anos de prisão por crimes
como corrupção ativa e formação de quadrilha. A imprensa divulgou que essa
senhora recebeu 400.000,00 mil reais para fornecer notas frias à quadrilha.
Diante
desses e de outros escândalos, não é de se espantar com o silencio do povo e de
alguns setores da imprensa com a aprovação, pela Assembleia legislativa do
Piauí, de um projeto de lei que prevê descontos de até 80% no pagamento das
multas aplicadas pelo Tribunal de Contas do Estado-TCE, aos gestores corruptos.
O projeto foi apresentado pelo deputado Ismar Marques (PSB), vice-presidente da
Assembleia daquele Estado, com o apoio do também deputado Edson Ferreira, do
PSD de Kassab, aliados do governo. De tão vergonhoso, o projeto passou a ser
denominado de “Bolsa Corrupção”.
Agora
chegou a vez da Bolsa Dilma para 2014, que deverá ter uma abrangência maior.
Recentemente, os petistas tentaram enxertar uma emenda na Medida Provisória
619/2013, que, originalmente, estabelecia ações para ampliar a capacidade de
armazenagem de grãos no âmbito do Plano Safra 2013/2014, permitindo que
militantes do partido, em cargos comissionados, pudessem ser demitidos para
trabalhar na campanha da presidente com direito a receber seus salários durante
seis meses. A proposta ainda permitia que, no lugar dos demitidos, o governo
poderia preencher as vagas abertas com novos apadrinhados.
E
mais: os ocupantes de cargos DAS-5 e DAS-6, flagrados em atos de corrupção,
teriam direito ao seguro-desemprego, denominado pela oposição de
“seguro-corrupção”. O PT, após a gritaria, orientou seus deputados para
derrubar a proposta, alegando que sua intenção era estabelecer uma compensação
para os obrigados a cumprir a “quarentena” após deixar o governo. Assim,
ninguém deverá estranhar se alguma “Bolsa” for criada especialmente para ajudar
a reeleição da presidente. Nome ela já tem: Bolsa Dilma 2014. Só falta ser
criada.
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