Coluna
Eliana Tagliat
Izza Ziglli
Blog
POR QUEM OS
SINOS DOBRAM?
Norte-americano
nasceu em 1899, perto de Chicago em Oak Park. Foi Romancista, novelista,
jornalista e
escritor um dos principais representantes do ciclo literário
norte-americano iniciado nos anos 20, o da “geração perdida”. Famoso pelo
estilo de vida aventureiro e adorava as touradas na Espanha, caça submarina em
Cuba e safaris na África. Sempre foi fascinado pelo perigo e pela vida
selvagem. Na juventude, decide não frequentar a universidade e exerce o
jornalismo, revelando a rebeldia que caracteriza toda a sua vida.
Levou para a literatura o estilo sintético do
jornalismo. Nota-se essa concisão principalmente em obras que refletem sua
experiência pessoal, como voluntário na I Guerra Mundial (1914-1918) e na
Guerra Civil Espanhola (1936-1939), ou como correspondente na II Guerra Mundial
(1939-1945).
Em 1954, ganha o Prémio Nobel de Literatura. Suas
obras mais conhecidas são “O Sol Também se Levanta” (1926), “Adeus às Armas”
(1929), “Por Quem os Sinos Dobram” (1940), e “O Velho e o Mar”
(1952). Recebeu o Prêmio Pulitzer em 1950 e, em1954,
o Nobel de Literatura
Casado várias vezes. Morou 22 anos em Cuba,
tornando-se amigo de Fidel Castro. Lá escreveu a obra-prima O
Velho e o Mar. Em 1956, após a ascensão de Fidel Castro,
Hemingway retornou a sua cidade natal..
Ao longo da vida do
escritor, o tema suicídio aparece
em escritos, cartas e conversas com muita frequência. Seu pai suicidou-se em
1929 por problemas de saúde (diabetes) e financeiro (havia perdido muito
dinheiro em especulações na Flórida). Sua mãe, Grace, dona de casa e
professora de canto e ópera, o atormentava com a sua personalidade dominadora.
Ela enviou-lhe pelo correio a pistola com a qual o seu pai havia se matado. O
escritor, atônito, não sabia se sua mãe estava querendo que ele repetisse o ato
do pai ou que guardasse a arma como lembrança.
Já tinha em sua
história de vida, quatro casamentos desfeitos e forte alcoolismo Todas as
personagens deste escritor se defrontaram com o problema da “evidência trágica”
do fim. Hemingway não pôde aceitá-la. A vida inteira jogou com a morte, até
que, aos 61 anos e muito doente, na manhã de 2 de julho de 1961, em Ketchum (Idaho), tomou do
fuzil de caça e disparou contra si mesmo.
CURIOSIDADES SOBRE HEMINGWAY
·
Está nos arquivos do FBI: Ernest Hemingway bancou
mesmo o espião americano em Cuba. O jornal The Sunday Times localizou
documentos que comprovam definitivamente o envolvimento do autor de O Velho e o
Mar com espionagem. Em troca de uma bagatela – 500 dólares por mês –, ele
transmitia informações ao governo americano sobre pessoas que frequentavam sua
casa em Cuba, no começo da década de 40. No final da vida, o próprio escritor
contava histórias a respeito de seu círculo de informantes na ilha. Tudo indica
que uma “causa nobre” o motivou a princípio. Em 1941, com a II Guerra Mundial
em andamento, pareceu-lhe importante vigiar os possíveis simpatizantes do
fascismo em Cuba, país onde mantinha residência havia alguns anos. Hemingway
expôs a idéia ao embaixador americano no país, Spruille Braden, que
concordou em apoiá-lo. O escritor, então, reuniu um grupo de informantes e
passou a o coordenar. Para o governo dos Estados Unidos, ele era o
“agente 08”. Washington ainda providenciou fundos para que ele reformasse
seu iate, o Pilar, e navegasse pelos mares caribenhos à procura de submarinos
alemães.
·
A primeira vez em que um lote de documentos veio à
luz, com informações sobre as atividades de Hemingway como agente secreto, foi
em 1983. O biógrafo Jeffrey Meyers desentranhou dos arquivos do FBI um dossiê
detalhado a respeito do escritor, mostrando que o poderoso órgão de
inteligência, comandado na época por Edgar Hoover, tinha conhecimento das
iniciativas de Hemingway – e as desaprovava, por considerá-lo simpatizante do
comunismo. São relatórios assinados pelo agente Robert Leddy, com detalhes
sobre o funcionamento da rede de espiões de Hemingway: “Em 30 de setembro de
1942 fui informado de que ele agora tem quatro homens operando em tempo
integral e catorze colaboradores, entre eles barmen, garçons e outros. O custo
é de 500 dólares por mês”.
·
O desejo de “escrever o que realmente aconteceu na
vida real” sobre assuntos de relevância para a condição humana levou Hemingway
aos mais diversos lugares do planeta: à Itália, durante a primeira guerra
mundial; a Paris, quando a capital francesa era o centro literário e cultural
do mundo; à Espanha, durante a guerra civil; à África; a Cuba; à China, durante
a invasão japonesa; e à Inglaterra, durante a Segunda Guerra Mundial. Nestes
lugares ele teve a oportunidade de tecer relatos de estilo jornalístico que se
desdobram sobre temas centrais para a experiência humana no século vinte: a
guerra, o crime, o medo da morte, o amor, a perda. Traçou assim um esboço do
que preocupava e afligia as pessoas de sua geração e descreveu um mundo moderno
que pode ser perigoso e muitas vezes nocivo e amoral.
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