sábado, 9 de novembro de 2013

O ENCOURAÇADO MINAS GERAIS

H i s t ó r i c o*


O Encouraçado Minas Geraes, foi o segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Estado de Minas Gerais. O Minas Geraes foi construído pelo estaleiro W.C. Armstrong Whitworth & Company em Newcastle-on-Tyne, Inglaterra. Teve sua quilha batida em 17 de abril de 1907, foi lançado em 10 de setembro de 1908, tendo como madrinha a Sra. F. Régis de Oliveira. Foi submetido a Mostra de Armamento em 26 de abril de 1910 e incorporado a Marinha do Brasil pelo Aviso n.º 1.827 de 18 de abril de 1910. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Mar-e-Guerra João Baptista das Neves.

 
 

O Minas Geraes fazia parte de um ambicioso plano de reaparelhamento naval iniciado pelo Ministro da Marinha Almirante Júlio César de Noronha, em 1904 e concretizado na gestão do Almirante Alexandrino Faria de Alencar. Era um dos navios mais poderosos do mundo na época de sua entrega, porém tornou-se rapidamente obsoleto devido à grande evolução da tecnologia naval no inicio do século XX.

1909

Em 19 de setembro, encerrou as provas finais de aceitação.

1910

Suspendo de Newcastle, seguindo para os Estados Unidos.

Em 17 de março, suspendeu dos EUA, escoltando o Cruzador-Encouraçado USS North Carolina - ACR 12, que trouxe os restos mortais do Embaixador Joaquim Nábuco, falecido naquele pais, para o Brasil.

Em 17 de abril, chegou ao Rio de Janeiro, entrando na Baia da Guanabara no dia 18, saudando com canhões de salva a terra, os Cruzadores-Encouraçados USS North Carolina - ACR 12 e SMS Kaiser Karl VI e outros navios.

Em 25 de outubro, saiu à barra do Rio de Janeiro para receber o Presidente da República eleito, Hermes Rodrigues da Fonseca.

Em 22 de novembro, eclodiu a bordo a Revolta da Chibata, liderada pelo João Candido Felisberto, praça da 40ª Companhia do Corpo de Marinheiros Nacionais, em protesto aos castigos corporais ainda vigentes na Armada. Às 22:40h foram ouvidos os primeiros disparos do navio contra a cidade.

Na manhã do dia 23, já se sabia que o CMG João Baptista das Neves, os CT José Cláudio da Silva Junior e Mario Lahmeyer haviam sido mortos a bordo, e, que o E. São Paulo, e os C. Bahiae Deodoro, haviam aderido a rebelião.



Em 17 de maio, zarpou do Rio de Janeiro conduzindo a bordo o Exmo. Sr. Dr. Lauro Müller, Ministro das Relações Exteriores e comitiva em viagem aos EUA. Escalou em Salvador em 20 e 21 de maio, em Recife em 23 e 24 de maio, Barbados de 1º a 4 de junho, Hampton Roads entre 10 e 16 de junho, New York de 17 de junho a 16 de julho. Em 16 de julho zarpou de New York em viagem de volta ao Brasil, escalando em Barbados de 24 a 28 de julho, em Belém de 3 a 7 de agosto, chegando de volta ao Rio de Janeiro em 16 de agosto, sendo recebido ao largo pelo CTMato Grosso.

Em 12 de setembro, zarpou do Rio de Janeiro para exercícios com a Esquadra na Ilha de São Sebastião. Participaram do exercício, que foi assistido pelo Presidente da Republica ,pelo Ministro da Marinha e comitiva, a bordo do Vapor Carlos Gomes, os E São Paulo, Floriano e Deodoro, os C Barroso, Bahia e Rio Grande do Sul, os Cruzadores-Torpedeiros Tupy, Tamoyo eTymbira, os CT Amazonas, Pará, Piauhy, Rio Grande do Norte, Alagoas, Parahyba, Sergipe, Paraná e o Santa Catarina. Regressou ao Rio de Janeiro em 4 de outubro.

Entre 30 de outubro e 6 de dezembro, esteve docado no DFlu Afonso Pena, onde foram desarmadas as grades da rede anti-torpédica; feita a revisão das vigias e portas da baterias; substituição de alguns rebites do fundo; reforma na cozinha dos marinheiros, e no banheiro do oficiais; instalação de dalas nos esbornais do costado e retirada das lanças, além da pintura do fundo.

O Estado-Maior da Armada apontava para a necessidade de uma direção de tiro mais moderna, estando o restante do navio em bom estado.


1914

Na primeira quinzena de janeiro, suspendeu do Rio de Janeiro, integrando a 1ª Divisão Naval junto com o E São Paulo e os CS Bahia e Rio Grande do Sul para exercícios com a Esquadra no litoral de Santa Catarina.

Em 14 de fevereiro, retornou ao Rio de Janeiro, junto com a 1ª Divisão Naval interrompendo os exercícios prescritos pelo Estado-Maior da Armada no ano anterior, para recepcionar a Divisão Naval alemã em visita a Capital Federal.

1915

Em 14 de abril, transportou o Ministro da Marinha da Enseada do Abraão, em Angra dos Reis até o Rio de Janeiro.

1920-21

Entre 1º de setembro de 1920 e 1º de outubro de 1921, passou por um Período de Reparos e Modernização no Blooklyn Naval Shipyard.

1921


1922

Em 21 de fevereiro, realizou exercício de tiro real junto com o E São Paulo, contra o casco do ex-Paquete Alagoas. O exercício foi acompanhado pelo Presidente da República, Dr. Epitácio Pessoa e altas autoridades.

Em 6 de julho, acompanhado do E São Paulo e do contratorpedeiro Paraná - CT 8, bombardeou o Forte de Copacabana rebelado, durante a chamada Revolução de 1922 ou Revolta do Tenentes, liderada pelo 1º Tenente Antônio de Siqueira Campos.

1923

Em 7 de setembro, acompanhado pelo Iate José Bonifácio participou das comemorações alusivas ao 101º Aniversario da Independência, prestando também homenagem ao Patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva, em Santos-SP.

1930-37

Passou por outro Período de Modernização, agora no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, recebendo entre outras modificações novas caldeiras a óleo combustível em substituição as caldeiras a carvão, melhorias na direção de tiro e novos canhões AAé de 76 mm



Durante a Segunda Guerra Mundial o Minas Geraes serviu como bateria flutuante, participando da defesa local, fundeado na barra do porto de Salvador-BA, retornando ao Rio de Janeiro em 1945.

 

1952

Em 16 de maio, deu baixa do serviço ativo, em cumprimento ao Aviso Ministerial N.º 2.258, permanecendo, no entanto, incorporado à Esquadra como sede do Comando-em-Chefe.

Em 31 de dezembro, pelo Memorando (Urgente) N.º8 do EMA, foi extinto o Comando do Encouraçadp Minas Geraes, passando o mesmo a ser administrado pelo Grupo de Manutenção, criado pelo Aviso Ministerial N.º 2.879 e pela OD N.º 0032 do Comando-em-Chefe de 31/12/52.

1953

Em 27 de janeiro, foi desincorporado da Esquadra pela Circular N.º 27 do EMA, passando a subordinação do Comando do 1º Distrito Naval

Em 30 de maio, foi submetido a Mostra de Armamento.

Em 20 de setembro foi vendido para a firma italiana S.A. Cantiere Navale de Santa Maria.

1954

Em 11 de março, às 11:00 hs, suspendeu pela última vez do porto do Rio de Janeiro, sendo rebocado para a Europa.

Em 22 de abril, chegou a La Spezia onde foi desmanchado.



O u t r a s    F o t o s


 

*NR/ Poucos baianos se lembram, mas durante o período da 2ª Grande Guerra, o encouraçado Minas Gerais, atracado no porto de Salvador foi o anjo da guarda da cidade, protegendo-a contra os ataques dos submarinos alemães que bordejavam nossa costa. Ele foi parte da paisagem da minha infância, pois da sala de aulas da minha escola, São Raimundo, eu o divisava diariamente, sempre de prontidão, em alerta para nos defender. Era majestoso e transmitia segurança.




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