Segunda parte
Henry Thomas
Maravilhas do
conhecimento humano
Cláudio Imperador
Depois de
Calígula, veio o imperador Cláudio e em seguida a este, o mais degenerado de
todos eles, o
gordo Nero. Esse rapaz de maus-bofes brigou com a mãe e
estrangulou-a. tomava raiva de sua mulher Popeia, que estava grávida e deu-lhe
um pontapé no ventre. Ela veio a morrer em consequência do golpe.
Nero Imperador romano
Depois
convenceu-se de que era um grande músico. Convidava gente ao seu palácio e torturava os convidados horas a fio com
suas canções. Quando tentava dar as notas agudas, arfava, ansiava e
espichava-se nas pontas dos pés, mas ai de quem achasse graça e risse!
Um homem,
contudo, o filósofo Petrônio, era demasiado honesto para lisonjear o imperador.
Escreveu uma carta a Nero, dizendo-lhe que ele era o pior cantor de todos os
tempos. E depois, para evitar embaraços, Petrônio abriu as veias,
suicidando-se.
Doutra
feita, Nero tornou-se um dançarino profissional. Mas quando percebeu que não
conseguia saltar tão alto quanto seu professor, mandou mata-lo e tratou de
arranjar nova profissão.
Embora
tivesse pernas arqueadas, o pescoço grosso e barriga saliente, acreditava-se um
Apolo e andava nu em público.
Quando
desejava afastar alguém do seu caminho, escrevia-lhe uma nota oficial, nestes
termos: “Nero está farto de você, por isso requer que você se mate para o bem
de Nero e do Estado.” E a sua cruel intimação era sempre cumprida.
Todas as
manhãs enviava Nero uma lista dessas notas. Todas as noites sentava-se a
escrever uma História de Roma, que esperava estender em quatrocentos livros de
versos. E tencionava recitar para seus admiradores, verso por verso.
Certa vez a
cidade de Roma ardeu em pavoroso incêndio. Alguns historiadores suspeitam que o
próprio Nero tenha dado ordem para isso, no sentido de preparar um pitoresco
cenário, em que se exibisse tocando flauta. A oportunidade era excelente. O
incêndio durou seis dias e três quartas partes da cidade foram reduzidas a
cinzas. Enquanto a labaredas subiam para o céu, Nero saiu ao balcão do seu
palácio e cantou “suas divinas composições musicais”, como as chamava.
Mas na idade
de trinta anos, o “divino” Nero viu-se forçado a fugir de seu palácio. A cólera
do povo havia irrompido e exigia-se a sua morte. O poderoso monarca escondeu-se
na casa de um servo. Quando percebeu que os oficiais da guarda se aproximavam, agarrou um adaga,
com mãos trêmulas e deixou-se cair sobre ela. E já no chão, moribundo
murmurava: “Que grande artista vai hoje o mundo perder!” tão terrível era essa
ideia que ele não se conteve e chorou com pena do pobre mundo.
Todos os
Césares de Augusto a Nero, nasceram loucos.
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