sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

BABY PIGNATARI

O verdadeiro playboy brasileiro no Jet set internacional: o escândalo baiano


 
Nascido com o nome de Francesco Matarazzo Pignatari, ficou conhecido como Baby Pignatari, sendo um personagem singular na vida econômica e cultural do Brasil do século XX, começou trabalhando na Laminação Nacional de Metais (aos 17 anos), herda de seu pai (aos 20 anos), e funda, posteriormente mais outras dez empresas diversas.
Neto do conde Francesco Matarazzo, e Filomena Sansivieri, imigrantes italianos que foram os fundadores das I.R.F.M. (Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo), um dos maiores conglomerados da história brasileira, com 365 indústrias dos mais diversos segmentos.
História
Era filho dos italianos Lydia Matarazzo, condessa de Matarazzo, e Giulio Pignatari, médico, de família nobre genovesa.

Em 11 de fevereiro de 1917 nasce Baby Pignatari, em Nápoles, Itália.
Nos anos 60, o romancista Harold Robbins escreveu uma semificção sobre a vida do bilionário norte-americano Howard Hughes. Pois Baby era o nosso Hughes. Era Pignatari e era Matarazzo (neto do Conde Matarazzo).
Empreendedor nato tinha minas de cobre: a Companhia Brasileira do Cobre - CBC (nas Minas do Camaquã, 3º Distrito de Caçapava do Sul/RS), fundada por "Baby Pignatari" em 02 de Setembro de 1942, e autorizada a minerar em 22 de Outubro de 1942. Onde, depois de sua morte, ainda existe um povoado por ele construído, com várias Vilas. Ainda vivem antigos funcionários à época de Baby, que o conheceram e sentem saudades do grande Empresário-Patrão.
Onde existiam minas a céu aberto e subterrâneas. Hoje um local turístico de belezas exuberantes e naturais. Sua casa construída em 1968, residência oficial da presidência, permanece intacta com seus móveis e zelada até os dias de hoje pela antiga governanta, à qual Baby chamava carinhosamente de macaca, Sra. Alvina de Freitas Alves (pseudônimo Helena), nascida em 1938, que começou trabalhando na casa da diretoria, desde os 13 anos (em 1951), e até hoje zela pela casa do patrão velho (como expressa, quando fala em Baby).
A antiga residência, parte de alvenaria e outra de madeira, hoje pertencente a um Grupo de Acionistas majoritários.
Tinha ainda uma fábrica de aviões de aeroclube (os Paulistinhas), ainda hoje bastante conhecidos. Quando Assis Chateaubriand lançou a campanha nacional para a criação de aeroclubes, impulsionou extraordinariamente a produção dos Paulistinhas. Em troca, Baby o presenteou com um Rolls Royce.
Tinha, também, fábrica de purpurina, botões, alumínio, entre outras, chegando a possuir 11 indústrias diversas. Em fins dos anos 40 construiu uma mansão, onde hoje em dia é o parque Burle Marx, adquirido pela Bunge & Born. Era uma chácara em plena São Paulo, de 138 mil metros quadrada, com os jardins desenhados por Roberto Burle Marx e casa projetada por Oscar Niemeyer.
Vida amorosa 
Segundo Baby: "Aos 18 anos, a gente adora. Aos 20, a gente ama. Aos 36, deseja e aos 40, reflete."


Depois de namorar várias as atrizes de Hollywood, nos anos 60 apaixonou-se pela princesa Ira von Furstenberg, cunhada de Diane von Furstenberg, descendente da Casa de Zähringen e ex-amante do príncipe Rainier III de Mônaco, ela era 24 anos mais nova que ele. Sequestrou a princesa de seu marido e a trouxe para o país. Ira era também descendente do bispo de Estrasburgo, que provocou uma guerra entre a França e os principados alemães. Era relações-públicas do figurinista Valentino e herdeira da Fiat.

A princesa havia se casado com 15 anos e as bodas duraram 16 dias. Cinco anos depois, no esplendor dos 20 anos, largou tudo e fugiu com Baby. Casaram-se em 1961, separaram-se em 1964, mas a paixão persistiu por muitos e muitos anos, gerando um número infindável de reportagens e sequestros apaixonados.

Aqueles que acompanhavam Baby Pignatari em suas viagens e aventuras pelo mundo, imaginavam que, após o seu famoso affaire com a princesa Ira, tão cedo não voltaria a ser notícia de repercussão internacional. Realmente, após o rompimento com Ira, o grande rival de Porfírio Rubirosa e Ali Khan retornou ao velho ritmo de trabalho, à frente de suas numerosas indústrias. E esse seu retorno não viria a ser interrompido, nem mesmo pelo rumoroso processo movido pela princesa, reclamando pensões alimentícias atrasadas. Mergulhado na liderança do seu grupo e responsabilizando-se pelo trabalho de milhares de homens em todo o Brasil, Francisco Pignatari dava seus passos com firmeza, rumo a uma nova vida. Por isso ninguém esperava que Baby, o famoso ex-playboy, agora com 54 anos (em 1971), pudesse retornar ao cenário público com a mesma intensidade dos tempos das aventuras e das noites europeias.

Ele ressurge como notícia, surpreendendo a opinião pública, com a doação, ao governo federal, de parte substancial das ações de suas empresas, entusiasmado com as perspectivas de tornar o Brasil autossuficiente na produção de cobre, o ex-playboy mostra-se um nacionalista convicto. Em 1973 entrega o que sobrara de seu patrimônio, à Companhia Brasileira do Cobre - CBC, em Caçapava do Sul - RS, e Caraiba Metais, em Camaçari - BA, ao governo federal, como quitação de dívidas contraídas em empréstimos bancários, avaliados em torno de U$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de dólares).
No final da vida, Baby cismou em explorar uma mina de cobre na Bahia, a Caraíba Metais. Durante alguns anos, já no final do empreendimento, seu principal executivo foi Justo Pinheiro da Fonseca, pai dos Gianetti da Fonseca. Enterrou-se ali, nas enormes dificuldades de exploração da mina.
Casou-se novamente, faleceu pouco depois. E a aventura prosseguiu depois de morto. Tinha um filho que veio a falecer por problemas de saúde. Advogados espertos conseguiram desinterditar o rapaz. Ganhou um preceptor e, em pouco tempo, a fortuna das empresas Baby foi má administrada sendo tragada por empresas que desapareceram e doações para entidades. Todas fraudulentas. O dinheiro que a Bunge pagou pela Panamby, um empreendimento importante, gerando um novo bairro com vários empreendimentos e um ganho milionário para família e herdeiros, fez com que os herdeiros Claudia, Júlio e Leopoldo Pignatari seguissem caminhos prósperos em projetos novos. Hoje os herdeiros vivem entre Europa, New York, Cape Town, Rio de Janeiro e São Paulo, com projetos e empresas em todos esses locais...
O imbróglio baiano
Baby era, na verdade, um empreendedor competente. Mas muito longe daqueles que só viam no trabalho metas de satisfação pessoal. Ele tinha gosto pelas mulheres. Elas o encantavam, e, quanto tal acontecia, abria o baú e lhes proporcionava vida nababesca.
Em 1959, por causa de um desses encantamentos que o arrastava à paixão, conheceu uma miss Bahia, de quem se enamorou, perdidamente. Daí, nada mais natural que viesse passar o carnaval daquele ano na terra do seu novo sonho de desejo, e acompanhá-la em todos os cantos e recantos. E um desses cantos era a primeira festa do período momesco que o aristocrático Clube Baiano de Tênis promoveria naquela noite. 
Acompanhado de numerosa comitiva, dirigiu-se ao clube para desfrutar, com a sua nova conquistada, de uma bela noite de prazer e alegrias. Pretensão obstada pelo porteiro do clube, argumentando que o cavalheiro estava proibido de ali entrar, por não pertencer ao seleto grupo de associados da entidade. O imbróglio estava formado. A diretoria foi acionada para rever aquela intempestiva atitude. Malgrado os esforços de alguns diretores do clube e da mediação do então Secretário de Segurança Pública Cel. Graça Lessa para reverter aquela decisão controversa, o proibição foi mantida, o que deu azo para que Baby quisesse comprar o clube naquele mesmo instante. 
- Quanto custa o clube, eu compro agora.
O rompante não lhe valeu a entrada, mas no dia seguinte os jornais locais descreviam em suas edições o escândalo ocorrido.

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