Palhaços do espetáculo Sorrir, Enfim!
A
palavra Palhaço deriva do italiano paglia, que quer dizer palha, que
era o material usado no revestimento de colchões. O nome começou a ser usado
porque a primitiva roupa desse cômico era feita do mesmo pano
e revestimento
dos colchões: um tecido grosso e listrado, e afofada nas partes mais salientes
do corpo com palha, fazendo de quem a vestia um verdadeiro "colchão"
ambulante. Esse revestimento de palha os protegia das constantes quedas e
estripulias. Já a palavra clown é de origem inglesa e tem origem no
século XVI. Deriva-se cloyne, cloine, clowne. Etimologicamente vem
de clod, que em inglês significa "camponês" e ao seu meio
rústico, a terra. O termo em inglês é amplamente utilizado, por conta da influência
do britânico Philip Astley. No Brasil existe
uma divergência teórico-semântica para com essas duas palavras. Alguns teóricos
apontam que os dois termos indicam uma mesma coisa, já outros dizem que cada
termo remete a uma escola de pensamento diferentes.
O palhaço é
lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil. O palhaço não interpreta, ele
simplesmente é. Ele não é uma personagem, ele é o próprio ator se expondo ao
ridículo, mostrando sua ingenuidade. Na busca desse estado, o ator, portanto,
não busca construir um personagem, mas sim encontrar essas energias próprias,
buscando transformá-las em seu corpo. Para tanto, cada ator desenvolve esse
estado pessoal, de palhaço, com características particulares e individuais.
Embora
vinculado aos circos,
o palhaço pode atuar também em espetáculos abertos, em teatro, em programas de televisão ou
em qualquer outro ambiente. Em várias ocasiões é o personagem que tem a tarefa
de entreter o público durante, e com frequência, entre as
apresentações, especialmente no circo. É geralmente vestido de um jeito
engraçado, com trajes desproporcionados e multicoloridos, com aplicações de
pinturas (maquiagens)
especiais e acessórios característicos. Entretanto, há diversos tipos de
palhaço, como o melancólico, romântico, bufão, tramp (mendigo), etc.
Na
linguagem comum, o termo também pode ser referido como uma característica do
comportamento de uma pessoa não confiável ou não acostumado a levar a sério um
argumento.
Há
relatos de figuras semelhantes ao palhaço contemporâneo desde 2500 a.C,
no Egito antigo. São encontradas várias outras referências; Grécia, Roma, China e até
em civilizações americanas como
os astecas.Podemos
achar referencias à arte de fazer rir a quatro mil anos atras. Inúmeras vezes
esse personagem adquiriam importantes papeis sociais, muitas vezes estando ao
lado do rei ou imperador.
Oriente
Os lubyet eram
figuras cômicas das dinastias chinesas,
atuavam como desastrosos assistentes dos personagens príncipes e princesas. Assim como os bobos da corte europeus,
os lubyet, pela sua proximidade com os déspotas, tinham grande influência na sociedade, podendo
sugerir importantes mudanças no agir dos imperadores.
Podemos
encontrar na Malásia o P'rang,
que utilizava máscaras com olhos enormes e bochechas desproporcionais formando
uma figura bizarra e ao mesmo tempo cômica. Em Bali encontramos os irmãos Penasar e Kartala.
Enquanto o primeiro é ordeiro e apolíneo, o outro faz tudo às avessas, e inúmeras
atrapalhadas.
Grécia e Roma
Depois
de apresentar-se às tragédias
gregas, os palhaços entravam em cena
satirizando os contos gregos, principalmente os de Hércules. Os próprios sátiros (daí vem a palavra sátira) seria o germe
dos palhaços de hoje. Depois que o Império Romano começou
a se expandir, outras personagens começaram a surgir na Europa. Os Cirros e Estúpidos
levaram a arte clownesca para as ruas. Mas foi na idade média que
eles tomaram as ruas, definitivamente.
Idade Média
Na Idade Média,
o teatro teve
um grande problema com a Igreja Católica no
poder e a maioria dos teatros foram fechados. Com isso, os artistas tomaram as
ruas. Para sobreviver começaram a desenvolver uma linguagem que desse conta das
ruas, e cada vez ficavam mais conhecidos no continente. na Escandinávia eram
conhecidos como gleemen, e na França, jongleurs.
Enquanto os Bobos da corte fazia suas graças para não perder a cabeça, os artistas de ruas
faziam as suas, para não morrer de fome. Mas assim como os lubyet,
da China,
os bufões e bobos da corte tinham também certo papel social, na medida em que
utilizavam de seu humor para questionar as decisões tomadas pelos soberanos, de
modo a fazê-los refletir sobre a forma como governavam. Ele era a unica figura
na corte que poderia "falar o que quiser" sem
grandes
revezes, desde que todos rissem. Podemos encontrar facilmente muitas
estorias antigas e atuais envolvendo bobos da corte. E o cargo ainda não foi
extinto, como é o caso de Nigel Rodes, o primeiro bobo da corte oficial desde
1649, quando o último ocupante do cargo perdeu o emprego após a revolução
republicana liderada por Oliver Cromwell e a decapitação do rei Charles
1º. Mas mesmo com as dificuldades de idade média,
os palhaços continuavam a tomar espaço. Nas peças religiosas faziam o papel de
diabo cômico ou narrador. Até que William Shakespeare mostrou que o palhaço
podia não só fazer rir, como fazer chorar, e tornar ainda mais dramáticas as
cenas trágicas de uma obra, os palhaços passaram a ser tão importantes, nessas
representações, quanto os atores sérios de grandes clássicos do teatro.
Commedia dell'arte
A
commedia dell'arte foi uma forma de teatro popular improvisado, que começou no
séc. XV na Itália e se desenvolveu posteriormente na França e que se manteve
popular até o séc. XVIII. A “Commedia dell’arte” vem se opor à “Comédia
Erudita”, também sendo chamada de “Commedia All’improviso” e “Commedia a
Soggetto”. Esta forma ainda sobrevive através de alguns grupos de teatro.
O início do circo
A
cultura circense se enraíza pelos vários eventos da antiguidade, como as Grandes dionísias e os jogos nos Circos Romanos.
Mas é a Philip Astley que se atribui a criação do circo que conhecemos hoje. Ele era
suboficial da Cavalaria das Forças Armadas Inglesa. Muitos oficiais da cavalaria já se
apresentavam nas ruas a muito tempo, mas a grande ideia de se estabelecar um
local fixo foi dele. O formato circular ajudava os acrobatas a praticar
suas acrobacias mais
facilmente enquanto o cavalo corria em círculos. Astley construiu
uma estrutura de 13m de circunferência em
um local fechado. Os espetáculos de rua passaram a acontecer dentro deste local
e a cobrar ingresso. Os cavaleiros das forças armadas inglesa podiam agora
continuar trabalhando mesmo depois de aposentados. A aproximação dos oficios de hipismo, com
outras artes de ruas deram também forma a varias outras modalidades. Como
o Music hall e
diversas formas teatrais, com pantomimas, adaptações de commedia dell'arte e melodramas. Não demorou para que outros artistas também
integrassem às atrações do novo estabelecimento de Astley.
Os palhaços começaram a aparecer no seu local mais conhecido atualmente,
o circo.
O palhaço mais importante foi Mr. Merryman, que atuava a
cavalo. Com o desenvolvimento da arte do palhaço, várias partes do mundo
adaptaram o personagem ao seu próprio estilo, fazendo surgir novas figuras,
como o palhaço Augusto, o Excêntrico, o Vagabundo, o Mímico e o Branco. Cada
tipo um possui características próprias e marcantes.
O Clown é
um personagem múltiplo, e as vezes nem é visto como um personagem, mas sim como
um estado, o estado de clown. Com isso a multiplicidade de
tipos e modos de se exercer o oficio são inúmeras. Desde personagens mais
óbvios como o Bozo até
os comediantes mais sutis como Mr.
Bean. Mas no decorrer da
historias, certos tipos se consolidaram e se estruturaram com
características fixas.
Branco e Augusto
Augusto é o tipo mais conhecido no Brasil. É extravagante, absurdo, pícaro, mentiroso,
surpreendente, provocador. Representa a liberdade e a anarquia, o mundo
infantil. É desajeitado e desastrado, tornando sua atuação desajeitada e
deselegante. É inoportuno em sua tentativa de socializar-se, mas acaba por
conquistar com sua simpatia e brincadeiras. Diversas lendas coincidem a fazer
nascer o personagem no Circo Renz de Berlim (1865), encarnado por um tal
August, um moço de jeito enfadonho e beberrão — de onde vem o nariz
vermelho. Diz a lenda que ele era um cuidador de cavalos e um certo dia,
como era alcoólatra,
entrou no palco bêbado. Como as pessoas na Europa costumam ser muito brancas, quando bebem
avermelham o nariz e as maçãs do rosto., muitos dizem que deriva-se daí o nariz de palhaço e a maquiagem. É esse o espirito do Augusto, brincalhão e que
faz bastante algazarra. Ainda na mesma lenda, diz-se que o companheiro do
Augusto entrou para tentar tirar o amigo do picadeiro, sóbrio tenta de todo
jeito fazer o amigo se regrar. É daí que se acredita que nasceu o Branco.
Outra versão diz que o termo augusto é de raiz alemã. No caso seri o alemão Tom
Belling que teria entrado à cavalo e feito uma apresentação desastrosa. Então a
plateia gritou Augusto! Augusto!" que em dialeto
berlinese, significa pessoa que se encontra em situação ridícula. Ele é
uma grande hipérbole.
Tudo é grande, suas roupas, seu nariz, seus sapatos.
O Branco é
o inverso do Augusto. Também chamado Carabranca, Pierrot, Enfarinhado e Esperto
ou Sério. Em vários circos do Brasil ele é conhecido como Escada. O tipo nasceu
na Inglaterra em meados do século XVIII, com Giuseppe e Joe Grimaldi, costumava
aparecer maquiado de branco e vestido num elegante vestido brilhante. Seus
trajes são seu grande diferencial, já que sua elegância revela um clownaristocrata,
que, quando contracena com outros palhaços, toma o controle da situação.
Os
dois formam a dupla mais tradicional de palhaços, com um contrasto apolíneo e
bacante, de ordem e desajuste. A esquerda vemos uma das duplas mais
famosas de Branco e Augusto. Os palhaçosFoottit e Chocolat, do final do
sec. XIX.
Origem:
Wikipédia
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