Por Lidiane Duarte
A Coluna Miguel Costa Prestes, mais
conhecida como Coluna Prestes, foi um movimento liderado por
militares, que faziam oposição à República Velha e às
classes dominantes na época. Teve início
em abril de 1925, no governo de Artur
Bernardes (1922-1926).
No início da década de XX, o Brasil vivia sob o domínio das oligarquias
rurais e setores médios urbanos, como os militares, por exemplo, começaram a
questionar este poder e a pressionar por mais investimentos nas forças armadas.
O primeiro levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, liderado pelos
tenentes do exército, que ficou conhecido como Tenentismo. Em 1924,
surgiu uma nova rebelião, desta vez em São Paulo. Depois de muitos combates
contra as tropas fiéis ao governo, os revoltosos se refugiaram no interior do
Estado.
Enquanto isso, Luís Carlos Prestes, também
militar, organizava outro grupo no Rio Grande do Sul. Em abril de 1925, as duas
frentes de oposição, a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por
Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada pelo Brasil.
Com aproximadamente mil e quinhentos homens, a Coluna Prestes percorreu
25.000 quilômetros. Durante dois anos e meio atravessou 11 estados. Do sul, o
grupo rumou para centro-oeste do país, percorreu o nordeste, até o estado do
Maranhão. Na volta, os combatentes refizeram o caminho, até chegar à fronteira
com Bolívia.
Nas cidades por onde passava, a Coluna Prestes despertava apoio da
população e a atenção dos coronéis, que também eram alvo das críticas do
movimento. Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam
confrontos diretos com as tropas, por meio de táticas de guerrilha.
Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a
situação política e social do país. Num primeiro momento, não houve muitos
resultados, porém o Movimento ajudou a balançar as bases, já enfraquecidas, do
sistema oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930.
Luís Carlos Prestes tornou-se o ícone desta Marcha, ficando conhecido
como “O cavaleiro da esperança”. Ele não foi o principal líder da
Coluna. Quem tomou a frente do percurso foi Miguel Costa. Mas Prestes era o
idealizador, aquele que alimentava o sentimento de liberdade política, voto
secreto e justiça social.
Em fevereiro de 1927, a Coluna chegou à Bolívia, onde se desfez. Muitos
combatentes se exilaram ali mesmo. Prestes foi para Rússia e, posteriormente,
voltou ao país como um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Origem: Info Escola
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