segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A HISTÓRIA DO BAR VESÚVIO.





IlhéusBahia
Brasil







Raymundo Sá Barreto, 20 de janeiro de 2000


"O bar Vesúvio foi inaugurado, mais ou menos em 1909 ou 1910, isto eu não tenho lembrança, mesmo
porque nasci em 1924 e Popof em 1925. Mas sei por depoimento dos mais antigos, tem este nome porque foi fundado por dois italianos, Nicolau Carichio e Vicente Queverini - recorri as dois ilheenses, de boa cepa, para obter esta informação: Euler Amorim de Almeida, residente em Aracaju e Vicente Tourinho, residente no Rio de Janeiro, ambos boêmios dos velhos tempos, e com mais ou menos 85 anos cada um.


Em seguida foi vendido a um português, chamado Figueiredo, que era amigado com uma linda mulata chamada Felipa, de fartas ancas, muito admirada, principalmente, por Helvécio Marques. O terceiro dono, foi Durval Moreno, um mulato serelepe, nascido em Ilhéus, vestia-se muito bem e figura muito popular nas rodas de boemia na cidade. Vendeu o Vesúvio ao Sr. Costa, mudou-se para o Rio, retornando a Ilhéus, casou com uma fazendeira, antiga namorada e se estabeleceu com o bar na Bahia, situado, onde tem o estacionamento do Banco do Brasil, de frente para a rua Eustáquio Bastos e do lado para a praça Firmino Amaral, embaixo da Pensão Vasco. No tempo do Sr. Costa, tinha um animado jogo de bilhar, e um empregado do bar, de nome Gutemberg, era um jogador invencível, grande atração, pelas suas jogadas. De seu Costa levou certo tempo fechado, quando o espanhol, Armando assumiu o controle do Bar Vesúvio. Sei que Emilio Maron comprou o bar depois de 1845 e colocou outro nome, porque antes ainda muito jovem, trabalhava com o pai, Sr. Assaid, em uma sapataria, situada em uma das lojas do prédio do antigo hotel Coelho, hoje Banco Itaú. Maron, antes de comprar o Vesúvio, teve um bar na rua do Dendê, (Araújo Pinho) com o nome de bar "Gato Preto", cujo nome foi lembrado pelo Jornalista Amaury Fonseca de Almeida, meu colega de escola primaria, no colégio de Dona Josefina Vilas Boas (D. Zefa) Situado onde fica o lado do Ilhéus Praia Hotel. Defronte da sapataria de Sr. Assaid, depois transferiu-se para e varanda foi Teatro,
onde está localizada a sorveteria de Gileno. Só em no fim de 1945 ou 46, Maron foi para o Vesúvio, com outro nome, Bar Maron, que só retornou ser a chamado Vesúvio depois que Jorge Amado publicou Gabriela.

Devo esclarecer dos proprietários do Vesúvio, só não conheci os italianos e o português, Figueiredo.
No andar de cima do Vesúvio funcionou um cinema de propriedade de Sá Pereira, quando ouve o naufrágio do Navio da Navegação Bahiana o "Comandatuba", que bateu na pedra do Rapa, Sá Pereira, suspendeu o seção do cinema e colocou os holofotes para auxiliar os náufragos. Também funcionou o cabaré, El Dourado de propriedade de Mário Cardoso e Hugo o Encarregado do jogo, um dos Crupiê, era chamado Arnaldo Bereco, Capanga de Tenório Cavalcanti, acusado de ter matado o
delegado Albino Imparato, Foi Delegacia de Policia e Escritório do Departamento dos portos e Canais e Vias Navegáveis".
Raymundo Sá Barreto, 20 de janeiro de 2000

Em 1987, o bar foi comprado por um empresário Suíço, Sr. Hans Koella, que trouxe funcionários da Suíça para administrar, o que não deu certo, depois passou para as mãos de um ilheense apelidado de "Badalo", filho de família tradicional, que tentou mas não deu certo.

Quando em 2000 Guido Paternostro, arrendou o estabelecimento, fazendo essa grande reforma na forma de administrar; resgatando toda tradição do bar mais famoso do Brasil, tendo inclusive, a visita de Zélia Gattai, que se emocionou muito com a nova casa e escreveu em 2002:

"Depois de longa ausência volto ao Vesúvio de Ilhéus. Jorge Amado me recebe, debruçado na janela. Na outra - janela - Gabriela, "moça bonita", encanta os passantes. Nacib de Zkemberge, ilumina com sua graça o bar dos mais deliciosos quibes. Ora, seu Guido Paternostro, você soube honrar a tradição da casa. Parabéns ! Espero voltar sempre".
Zélia Gattai, 13 de janeiro de 2002

Em 2001 o Bar Vesúvio foi tombado pela Prefeitura Municipal de Ilhéus como patrimônio histórico.


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