Raymundo
Sá Barreto, 20 de janeiro de 2000
"O
bar Vesúvio foi inaugurado, mais ou menos em 1909 ou 1910, isto eu não tenho
lembrança, mesmo
porque nasci em 1924 e Popof em 1925. Mas sei por depoimento
dos mais antigos, tem este nome porque foi fundado por dois italianos,
Nicolau Carichio e Vicente Queverini - recorri as dois ilheenses, de boa
cepa, para obter esta informação: Euler Amorim de Almeida, residente em
Aracaju e Vicente Tourinho, residente no Rio de Janeiro, ambos boêmios dos
velhos tempos, e com mais ou menos 85 anos cada um.

Em seguida foi vendido a um português, chamado Figueiredo, que era amigado
com uma linda mulata chamada Felipa, de fartas ancas, muito admirada,
principalmente, por Helvécio Marques. O terceiro dono, foi Durval Moreno, um
mulato serelepe, nascido em Ilhéus, vestia-se muito bem e figura muito
popular nas rodas de boemia na cidade. Vendeu o Vesúvio ao Sr. Costa,
mudou-se para o Rio, retornando a Ilhéus, casou com uma fazendeira, antiga
namorada e se estabeleceu com o bar na Bahia, situado, onde tem o
estacionamento do Banco do Brasil, de frente para a rua Eustáquio Bastos e do
lado para a praça Firmino Amaral, embaixo da Pensão Vasco. No tempo do Sr.
Costa, tinha um animado jogo de bilhar, e um empregado do bar, de nome
Gutemberg, era um jogador invencível, grande atração, pelas suas jogadas. De
seu Costa levou certo tempo fechado, quando o espanhol, Armando assumiu o
controle do Bar Vesúvio. Sei que Emilio Maron comprou o bar depois de 1845 e
colocou outro nome, porque antes ainda muito jovem, trabalhava com o pai, Sr.
Assaid, em uma sapataria, situada em uma das lojas do prédio do antigo hotel
Coelho, hoje Banco Itaú. Maron, antes de comprar o Vesúvio, teve um bar na
rua do Dendê, (Araújo Pinho) com o nome de bar "Gato Preto", cujo
nome foi lembrado pelo Jornalista Amaury Fonseca de Almeida, meu colega de
escola primaria, no colégio de Dona Josefina Vilas Boas (D. Zefa) Situado
onde fica o lado do Ilhéus Praia Hotel. Defronte da sapataria de Sr. Assaid,
depois transferiu-se para e varanda foi Teatro,

onde está
localizada a sorveteria de Gileno. Só em no fim de 1945 ou 46, Maron foi para
o Vesúvio, com outro nome, Bar Maron, que só retornou ser a chamado Vesúvio
depois que Jorge Amado publicou Gabriela.
Devo esclarecer dos proprietários do Vesúvio, só não conheci os italianos e o
português, Figueiredo.
No andar
de cima do Vesúvio funcionou um cinema de propriedade de Sá Pereira, quando
ouve o naufrágio do Navio da Navegação Bahiana o "Comandatuba", que
bateu na pedra do Rapa, Sá Pereira, suspendeu o seção do cinema e colocou os
holofotes para auxiliar os náufragos. Também funcionou o cabaré, El Dourado
de propriedade de Mário Cardoso e Hugo o Encarregado do jogo, um dos Crupiê,
era chamado Arnaldo Bereco, Capanga de Tenório Cavalcanti, acusado de ter
matado o
delegado
Albino Imparato, Foi Delegacia de Policia e Escritório do Departamento dos
portos e Canais e Vias Navegáveis".
Raymundo Sá Barreto, 20 de janeiro de 2000
Em 1987, o bar foi comprado por um empresário Suíço, Sr. Hans Koella, que
trouxe funcionários da Suíça para administrar, o que não deu certo, depois
passou para as mãos de um ilheense apelidado de "Badalo", filho de família
tradicional, que tentou mas não deu certo.
Quando em 2000 Guido Paternostro, arrendou o estabelecimento, fazendo essa
grande reforma na forma de administrar; resgatando toda tradição do bar mais
famoso do Brasil, tendo inclusive, a visita de Zélia Gattai, que se emocionou
muito com a nova casa e escreveu em 2002:
"Depois de longa ausência volto ao Vesúvio de Ilhéus. Jorge Amado me
recebe, debruçado na janela. Na outra - janela - Gabriela, "moça
bonita", encanta os passantes. Nacib de Zkemberge, ilumina com sua graça
o bar dos mais deliciosos quibes. Ora, seu Guido Paternostro, você soube
honrar a tradição da casa. Parabéns ! Espero voltar sempre".
Zélia Gattai, 13 de janeiro de 2002
Em 2001 o Bar Vesúvio foi tombado pela Prefeitura Municipal de Ilhéus como
patrimônio histórico.
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