Her
Majesty's Royal Palace and Fortress The Tower of London (O Palácio Real e Fortaleza de Sua
Majestade A Torre de Londres), mais comumente chamada como Tower of
London (e historicamente
apenas como The Tower), é um
monumento histórico situado no Centro de Londres, Inglaterra na margem Norte do Tamisa. Fica localizada no Borough de Tower Hamlets e
fica separado da margem esquerda da Cidade de Londres por um espaço aberto conhecido como "Tower Hill".
A
construção da Torre de Londres foi iniciada em 1078 por Guilherme o
Conquistador sendo inicialmente
uma fortificação nos limites da cidade romanarodeando a Torre Branca, primeiro membro dos 7
hectares que completam a Torre de Londres.
Todo
o ambiente é repleto de história e influenciado pela sua própria estrutura
fisíca. Como exemplo disso temos os assassinatos dos príncipes filhos deEduardo IV na Torre Sangrenta que recebeu tal nome
pela história que atormenta suas paredes.
Sua
função era residencial até meados do século XVII e,
até hoje, possui o papel de abrigar os monarcas que são coroados. Mas a sua
função variou com o passar dos séculos, desde palácio para "Sede da Casa da Moeda" a
"Mostra dos Animais do Reino". Também serviu como local de execução e
tortura. Este último uso levou à frase "sent to the Tower" (mandado
para a Torre), que significava ser aprisionado.
É
também na Torre de Londres que as Joias da
Coroa Britânica ficam guardadas em uma
camâra subterrânea.
Menos
valiosa mas igualmente curiosa é a colônia de corvos que habita a Torre e é
protegida por decreto real.
Segundo
a lenda, o império ruirá no dia em que as aves pretas deixarem o lugar.
História
A
Torre de Londres foi fundada em 1078 quando Guilherme
o Conquistador ordenou a construção da
Torre Branca dentro do ângulo Sudeste das muralhas da cidade, adjacente
ao Tamisa.
A
Torre tanto servia para proteger os Normandos do povo de Londres como para
proteger a cidade dos invasores externos. Guilherme ordenou que fosse construída
em pedra de Caen, a qual ele importou especialmente da França, e nomeou Gundulf, Bispo de Rochester como arquitecto.
Alguns
escritores, tal como Shakespeare na
sua peça Ricardo III, relacionaram Júlio César com
as primeiras origens da Torre de Londres, defendendo que fora este quem
construíra. Esta suposta origem romana é um mito, de qualquer forma, tal como
na história, a argamassa foi temperada pelo sangue de bestas.
No século XII,
O Rei Ricardo,
Coração de Leão enclausurou a Torre
Branca com um pano de muralha e escavou um fosso em volta, o qual encheu de
água doTamisa.
O fosso não teve sucesso até que Henrique
III, no século XIII,
empregou uma técnica de construção de fossos holandesa. Este rei fortaleceu significativamente o pano
de muralha, deitando abaixo o muro da cidade para Este, para desta forma
estender o circuito, apesar dos protestos dos cidadãos de Londres e mesmo de avisos sobrenaturais (a
acreditar no cronista monástico contemporâneo, Matthew Paris).
Henrique III transformou a Torre numa importante Residência Real e fez
construir edifícios palacianos no interior da "Inner Bailey".
A
fortificação ficou concluida entre 1275 e 1285 por Eduardo I que construiu o pano de muralha exterior,
fechando completamente o muro interno e dessa forma criando uma dupla defesa concêntrica.
Preencheu o fosso pré-existente e construiu um novo em volta da muralha
exterior.
A
Torre permaneceu uma Residência Real até ao tempo de Oliver Cromwell,
que demoliu os velhos edifícios palacianos.
Zoológico
No século XIII foi
instalado na Torre um Zoo Real,
possivelmente em 1204,
durante o reinado do Rei João,
e provavelmente provido com animais vindos de um Zoo anterior iniciado em 1125 por Henrique I no seu palácio em Woodstock, no Oxfordshire,
próximo de Oxford.
O ano da sua origem é frequentemente estabelecido como 1235, quando Henrique
III recebeu três leopardos como presente de casamento (assim
recordado, apesar de poderem ter sido leões oferecidos por Frederico
II da Germânia. Em 1264, foram mudados para Bulwark, a qual a seu tempo
foi renomeada como Torre Leão, próxima da entrada principal Oeste. Esta era
aberta como um espectáculo público ocasional durante o reinado de Isabel I. Um esqueleto de leão foi datado, com Carbono-14, entre 1280 e 1385, o que faz dele o primeiro grande felino
medieval na Inglaterra.
Em 1804, o Zoo foi aberto ao público. Foi onde William Blake viu
o tigre que
terá inspirado o seu poema The Tyger. O último director do Zoo,
Alfred Cops, que tomou posse em 1822, encontrou a colecção num estado deplorável,
mas reabasteceu-a e lançou um catálogo científico ilustrado. Este zoo não durou
muito mais tempo porque o novo "London Zoo" estava pronto a abrir
em Regent's Park. Em parte por razões comerciais e em parte pelo bem-estar dos animais,
os animais da Torre foram mudados para o novo Parque Zoológico de Londres. O
último dos animais saiu em 1835, e a maior parte da Torre Leão foi demolida
pouco depois, apesar do "Lion Gate" permanecer.
Corvos
Foi
através do zoo que sempre têm existido pelo menos seis corvos a residir na
Torre ao longo de séculos. Diz-se que Carlos II ordenou a sua remoção, depois de uma
queixa vinda de John Flamsteed, o Astrónomo Real..1 De
qualquer forma eles não foram removidos porque foi contada então a Carlos a
lenda segundo a qual se os corvos algum dia deixassem a Torre de Londres, a
Torre Branca, a Monarquia e o Reino inteiro cairiam. Carlos, após o tempo
da Guerra civil inglesa, superstição ou não, não se encontrava preparado para arriscar, e de
facto mudou o observatório para Greenwich.
Apesar
da recente pesquisa de Geoff Parnell, o historiador oficial da Torre, ter
descoberto que o primeiro registo de corvos na Torre era de 1895, ninguém sabe quando os corvos foram levados
pela primeira vez para ali nem quando a lenda começou. Corvos selvagens, os
quais já foram abundantes em Londres, e frequentemente vistos nos mercados de
carne circundantes (tal como na vizinha Eastcheap) banqueteando-se com pedaços, podiam ter
pernoitado na Torre nos primeiros tempos.
Ninguém
se lembra da Torre sem corvos, apesar de durante a Segunda
Guerra Mundial a maior parte deles
terem perecido pelo choque durante os bombardeamentos - o único sobrevivente
foi uma ave chamada 'Grip'. De qualquer forma, antes de a Torre reabrir ao
público no dia 1 de janeiro de 1946,
foi tomado cuidado para assegurar que um novo grupo de corvos estivesse no
local.
Existem
actualmente oito corvos, cujas asas estão agora aparadas para prevenir que voem
para longe. estas aves são cuidadas pelo "Ravenmaster", um cargo dado
a um dos oficiais da Casa Real.
O
corvo mais velho de sempre a servir na Torre de Londres chamava-se Jim Crow, tendo
morrido aos 44 anos de idade.
Em 2006, devido à gripe aviária provocada pelo H5N1, os corvos foram mudados para um local fechado;
a partir de Julho de 2006, foram novamente libertados para vaguear pelos
campos no interior do complexo da Torre.
Prisioneiros na Torre
Ao
nível da água encontra-se o "Traitors Gate" (Portão dos Traidores),
assim chamado por providenciar um meio discreto de conduzir importantes
prisioneiros à Torre, muitas vezes acusados de traição.
A
Torre de Londres era usada para aqueles que detinham um alto status e para os
dissidentes religiosos. O de estrato elevado, incluindo prisioneiros Reais,
ficavam alojados com um conforto relativo. Os dissidentes religiosos eram
tratados com muito mais severidade, e frequentemente torturados.
O
primeiro prisioneiro foi Ranulf Flambard em 1100 que, como Bispo de Durham, foi dado como
culpado do crime de extorção. Ironicamente ele próprio fôra responsável por
várias melhorias no desenho da Torre depois de o primeiro arquitecto, Gundulf,
se mudar de volta para Rochester. Escapou-se da Torre Branca descendo por uma
corda, a qual fôra contrabandeada para dentro da sua cela dentro de uma caixa
de vinho.
Outros
prisioneiros incluem:
·
Henrique
VI de Inglaterra foi aprisionado na
Torre, onde viria a ser assassinado no dia 21 de Maio de 1471. Uma lenda popular acusa Ricardo,
Duque de Gloucester, do seu assassinato. Em cada
ano, no aniversário da morte de Henrique VI, os Reitores do Eton College e
do King's
College, Cambridge, deitam rosas e lírios no
altar que agora se levanta onde ele morreu.
·
Elizabeth
I de Inglaterra, aprisionada por dois meses
em 1554 pelo
seu alegado envolvimento com Thomas Wyatt (filho).
·
Sir Francis Bacon,
filósofo, então Lord High Chancellor de Jaime I, foi acusado de corrupção por aceitar suborno
em processos judiciais. Condenado em 1621, passou 4 dias na Torre e a seguir
teve que se retirar da vida pública.
·
Rudolf Hess,
deputado do partido Nazi alemão,
o último prisioneiro de guerra a ser aprisionado na Torre, em Maio de 1941.
Tortura
No
interior dos quartos de tortura da Torre, foram usados vários instrumentos de
tortura,como o "Scavenger's daughter" (Filha do comedor de
cadáveres), uma espécie de artificio de compressão, e o "Rack",
também conhecido como "Duke of Exeter's Daughter" (Filha do Duque de
Exeter).
Ana Askew é a única mulher, segundo os registos, a
ter sido torturada na Torre, depois de ter sido levada para ali em 1546 com a acusação de heresia. Sir Anthony
Kingston, o Guarda da Torre de Londres, recebeu ordem para torturar Ana, numa
tentativa de forçá-la a dar os nomes de outros Protestantes. Ana foi colocada
no "Rack". Kingston ficou tão impressionado pela forma como Ana
acreditava que se recusou a continuar a torturá-la, e o Lord Chancellor de
Henrique VIII teve que libertá-la.
Execuções
Os
criminosos de classes mais baixas eram usualmente executados pela forca num dos
locais de execução no exterior da Torre. Condenados notáveis, como Thomas More,
foram publicamente decapitados na "Tower Hill". Sete nobres (cinco
deles damas) foram decapitados privadamente na Tower Green (Torre Verde), no
interior do complexo, e depois sepultados na Capela
Real de São Pedro ad Vincula(expressão latina para "acorrentado", o que faz dele um
apropriado santo patrono para os prisioneiros) próximo do Green. Alguns dos
nobres que foram executados no exterior da Torre também foram sepultados na
Capela Real.
Os
nomes dos sete decapitados na Torre Verde por traição são:
Diz-se
que a rainha Ana Bolena, decapitada em 1536 por traição contra o Rei Henrique
VIII, tem sido vista andando em
volta da Torre com a sua cabeça debaixo do braço.
George,
Duque de Clarence, o irmão de Eduardo IV
de Inglaterra, foi executado na Torre por
traição, em Fevereiro de 1478, mas não por decapitação (e provavelmente
também não por afogamento em vinhoMalvasia, apesar do que William Shakespeare escreveu). Quando Eduardo IV morreu, deixou dois filhos jovens:,
que ficaram conhecidos como "os Principes na Torre". O seu irmão
Ricardo, o Duque de Gloucester, foi feito regente até que o mais velho destes
dois infantes, Eduardo V, atingisse a maioridade. De acordo com a História
de Ricardo
III de Thomas More,
Ricardo terá contratado homens para matá-los, e, uma noite, os dois príncipes
foram sufocados com as suas almofadas. Muitos anos mais tarde foram encontrados
ossos enterrados no fundo de uma escadaria da Torre, que se acredita serem os
dos príncipes. Ricardo foi coroado como Ricardo III de Inglaterra. A última
execução na Torre foi a do espião alemão Josef
Jakobs, no dia 14 de Agosto de 1941, por um pelotão de fuzilamento formado
pelos Guardas Escoceses.
História recente
O
uso militar da Torre como fortificação, tal como o de outros castelos,
tornou-se obsoleto com a introdução da artilharia, pelo que o fosso foi drenado em 1830. De qualquer forma a Torre serviu como quartel
general da "Board of Ordnance" até 1855, e foi ainda usada ocasionalmente como prisão,
mesmo durante as duas Guerras Mundiais. Em 1780, a Torre teve o seu único prisioneiro norte-americano, o antigoPresidente do
Congresso Continental, Henry
Laurens. Na Primeira
Guerra Mundial, foram mortos na Torre onze
espiões alemães. O rebelde irlandês, Roger Casement,
foi aprisionado na Torre durante o seu julgamento por traição, em 1916. A última execução, a do espião alemão Josef
Jakobs, teve lugar durante a Segunda
Guerra Mundial.
Em 1942, o deputado de Hitler, Rudolf Hess,
foi aprisionado na Torre por quatro dias. Durante este período, O Comandante
da RAF, George
Salaman, foi colocado em segredo na
mesma cela, personificando um oficial Luftwaffe, para espiar Hess. Apesar de estar a actuar e
não ter sido um verdadeiro recluso, Salaman permanece como o último inglês a
estar fechado na Torre de Londres. A Torre foi usada como prisão para
prisioneiros de guerra alemães ao longo do conflito.
Os
quartéis de Waterloo permaneceram em uso como base do 1º Batalhão Real
de Fuzileiros (Regimento da Cidade de Londres) até à década de 1950;
durante o ano de 1952,
os gémeos Kray foram
brevemente detidos aqui, fazendo deles uns dos últimos prisioneiros da Torre; o
último cidadão britânico aprisionado por um período de tempo considerável foi o
oficial do exército Norman
Baillie-Stewart, entre 1933 e 1937.
Apesar
de já não ser uma Residência Real, a Torre permanece oficialmente um Palácio
Real e, como tal, mantém uma Guarda permanente: esta encontra-se entre a
unidade formada pela Guarda da Rainha no Palácio de Buckingham. São mantidos dois sentinelas durante o período em que a Torre está
aberta, um estacionado no exterior da Jewel House e o outro no
exterior da Queen's House.
Em 1974, uma bomba explodiu na Sala dos Morteiros da Torre Branca, provocando uma morte e
deixando 41 feridos. Ninguém reivindicou responsabilidade pelo golpe, de
qualquer forma a polícia investigou suspeitas de que o IRA estaria por trás do ocorrido.
Administração
A
Torre de Londres e a sua área envolvente sempre esteve separada
administrativamente da Cidade de Londres. Estava, antigamente, sob a jurisdição do "Constable of the
Tower" que também tinha autoridade sobre as Libertações da Torre de
Londres, até 1894.
Adicionalmente o "Constable" era ex-officio "Lord
Lieutenant" da Divisão da Torre, de Middlesex, até 1889, e líder da Milícia da "Tower Hamlets" até 1871.
Descrição
No
centro da Torre de Londres eleva-se a "Norman White Tower" (Torre
Branca Normanda). Esta tem 90 pés de altura e uma construção maciça, os muros
têm uma grossura que varia entre os 15 pés na base e os 11 pés nas partes
superiores. Acima das muralhas elevam-se quatro torres; três delas são
quadradas, mas a de Nordeste é circular. Esta última torreta já conteve o
primeiro observatório Real.Henrique
III (1216-1272) fez caiar de branco o exterior do edifício
em 1240,
sendo daí que lhe vem o nome.
A
Torre Branca fica situada no perímetro interior, defendida por uma maciça
cortina de muralhas, a qual tem trinta torres, das quais se nomeiam algumas.
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