por
CicloVivo
Foto: Berniedup/Flickr/Creative Commons
Pesquisas apontam que o veneno dos miriápodes pode
superar remédios comuns
Cientistas de várias partes do mundo realizaram estudos e descobriram que o veneno
de algumas espécies de centopeias, lacraias e outros miriápodes pode ser utilizado
para produzir remédios contra a dor, até
mesmo mais eficientes do que a
morfina. Nos laboratórios, os pesquisadores vêm extraindo o veneno das
mandíbulas destes animais, que, ao entrarem em contato direto com o ser humano,
podem causar fortes dores, inchaço e erupções na pele.
Os
estudos que analisam o potencial do veneno dos miriápodes foram elaborados por
cientistas australianos, chineses e mexicanos. De acordo com o professor Glenn
King, da Universidade de Queensland, na Austrália, algumas
experiências com o veneno destes animais obtiveram resultados semelhantes à ação
da morfina, e, em outras, as propriedades liberadas pelos miriápodes foram
consideradas mais eficientes do que o remédio utilizado para tratar dores
intensas.
Segundo
informou o site português Manchete Atual, o estudo
australiano também comprovou que, ao ser processado em laboratório, o veneno da
centopeia chinesa de cabeça vermelha consegue inibir em até 150 vezes mais do
que os remédios convencionais a liberação da proteína Nav1.7, responsável pela
transmissão da dor pelo organismo.
Experiências realizadas na
América Latina também comprovam a eficiência das substâncias liberadas por
estes animais na produção de remédios contra fortes dores. De acordo com o site
mexicano El Universal, um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional
Autônoma do México (UNAM) e da Universidade Autônoma do Estado de Morelos já
aponta para o uso medicinal do veneno dos miriápodes.
Com o
êxito das experiências, a Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da
Biodiversidade do México (CONABIO) autorizou a elaboração de um catálogo de
espécies de centopeias e outros miriápodes que podem ser usados para fabricar
remédios. A partir desta compilação de dados, os cientistas mexicanos vêm estudando arquivos sobre estes animais em museus
europeus, e firmando acordos de cooperação com outros centros de pesquisa, como
a Universidade de Pádua, na Itália.
Além das recentes pesquisas sobre
o potencial do veneno das centopeias, diversas substâncias de animais
peçonhentos vêm sendo usadas para fins medicinais. Além da inoculação do veneno
de serpentes para amenizar os efeitos das picadas, o veneno do escorpião azul,
ao ser processado em laboratórios, pode ser aplicado como tratamento
alternativo para pacientes com vários tipos de câncer.
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