A Ordem
Trapista (oficialmente, Ordem dos Cistercienses Reformados de
Estrita Observância, ou em latim Ordo Cisterciensium Strictioris
Observantiæ,OCSO), é uma congregação
religiosa católica derivada
da Ordem de Cister
O
seu nome é devido ao mosteiro cisterciense de Nôtre-Dame
de la Trappe (no departamento
de Soligny-la-Trape), o primeiro a ser reformado, em 1662, porArmand-Jean
Le Bouthillier de Rancé,
o fundador da Ordem.
Os
trapistas são monges beneditinos cenobitas, isto é, vivem em comunidade, o que os difere,
por exemplo, dos monges cartuxos, que são eremitas ouanacoretas, isto é, religiosos de vida solitária.
"Trapista"
é um "apelido" da "Ordem Cisterciense da Estrita
Observância" (existe também os monges da Ordem Cisterciense da Comum Observância). Este apelido nasceu justamente do fato de que
seu primeiro mosteiro foi
a Abadia de
La Trappe, conforme mencionado. Não tem
nada a ver com "trapos" ou que seriam monges
"esfarrapados", confusão muito comum, um "mito" acerca dos
trapistas.
Outro
mito a respeito dos trapistas é que eles seriam uma Ordem
Religiosa nascida numa suposta
crise de papel na Idade Média.
O Papa,
preocupado, teria organizado um conjunto de religiosos que iriam de "casa
em casa recolhendo pedaços de pano para a confecção de papel e livros",
sendo que estes monges teriam criado o cargo de monge
copista. Os copistas sempre existiram no monaquismo
ocidental e nunca foram uma
"invenção trapista". Alguns chegam a lançar como prova desta
"tese" o romance O Nome da Rosa de Umberto Eco,
no qual não figura nenhuma personagem trapista, mas somente beneditinos efranciscanos,
e ainda os inquisidores, à época, em sua maioria, dominicanos (inclusive
a história narrada no romance se passa muitos anos antes da reforma que deu
origem aos trapistas, por De Rancé em 1662).
O
monge trapista mais conhecido na atualidade é Thomas Merton,
falecido no final dos anos 60. Merton, ou padre Louis na vida religiosa, é
autor de inúmeros livros sobre teologia, arte, vida monástica e religiosa,
tendo mantido intensa correspondência com personalidades como o Dalai Lama, Martin Luther King, Frithjof Schuon, Marco Pallis, Martin Lings e
outros, bem como participado do movimento pacifista contra a Guerra do Vietnam.
Seguindo
a regra de São Bento, a vida dos Trapistas segue o princípio fundamental do ora et
labora, vivendo em grande austeridade e silêncio, orientada para a
experiência do Deus vivo. Esta "atividade" é chamada de contemplação, isto é, a busca contínua da união com Deus.
O
monge busca afastar-se do mundo; as comunidades trapistas são, via de regra,
localizadas fora das cidades, vivendo os monges da atividade agrícola.
Os
trapistas fazem os três votos religiosos típicos
de todas as Ordens e Congregações
religiosas católicas: pobreza,
castidade e obediência, incluindo mais um, o voto de
estabilidade, segundo o qual o monge
promete viver no mesmo mosteiro até a morte.
Uma
das mais importantes práticas devocionais trapistas é a celebração comunitária
do Ofício Divino ou liturgia das horas, no qual os monges recitam e cantam o saltério, como forma sublime de
oração comum.
Os
mosteiros trapistas também são conhecidos pelos bens de consumo produzidos
pelos monges, que vão de pães e queijos a roupas e caixões. Os monges trapistas
não são proibidos de consumir bebidas alcoólicas e alguns mosteiros produzem
suas próprias marcas de cerveja. Na Bélgica e na Holanda alguns monastérios produzem cerveja tanto
para o consumo interno dos monges como para a venda para o público geral.
As cervejas trapistas são extremamente famosas entre os apreciadores de
cerveja
sendo consideradas por alguns críticos como estando entre as melhores do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário