quarta-feira, 23 de abril de 2014

ADONIAS FILHO E JOÃO DO RIO

Adonias Filho


A liberdade, no centro de todos os graves problemas do mundo, se associa de tal modo ao que somos que é a única a nos marcar como homens. Não vale justificá-la para nos definir. Tudo que importa é lembrar: ela
estabeleceu o encontro e, estabelecendo-o pelas aproximações literárias, como que armou na praça acadêmica um reduto um reduto de fermentação revolucionária. Os escritores que nela acreditam, é que escritores souberam ser. Acreditaram na liberdade – sem a qual já não é a pessoa – e, porque a exerciam para defendê-la, reafirmaram seu estranho poder da palavra. Documentaram-na, na oratória e na poesia, a palavra a serviço da criatura humana, de seus direitos inatos, protegida contra a opressão. Essa palavra, convidando-o ao diálogo ou provocando  o debate, estabelecendo a dialética ou impondo a catequese, se dispõe de projeção histórica, foi precisamente porque correspondeu à ação no sentido de um veículo que interferiu para a reforma e a mudança. A crença da palavra, na tribuna ou no livro, sempre a base interior de todas as revoluções intelectuais, explica o nosso encontro.
Há, na liberdade, no fundo mais fundo dos seus componentes, o espaço metafísico que, da inquirição socrática à sondagem dostoievskiana, associa sua presença ao próprio destino dos homens. Os conflitos maiores e as crises profundas, enraizadas em nós mesmos, provam que a ela pertencem as soluções. O processo social, em efervescência imediata, demonstra que a história se configura em sua busca.
Motivação da vida histórica – no plano individual ou coletivo – sua defesa, essa defesa da liberdade foi confiada à inteligência. E, como exemplo dessa aliança, que direi orgânica, entre o intelectual e a liberdade, temos em liberdade em gerações a coerência da mesma mensagem.

JOÃO DO RIO

João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto


No dia 23 de junho de 1921, transitando de taxi pelo bairro do Catete (RJ), morre, as 40 anos, o escritor João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto), vítima de um derrame cerebral. Na oportunidade, o Rio de Janeiro perdeu seu maior cronista mundano, cujas crônicas e contos têm ilustrado as páginas deste Blog.

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