Por Conrado Matos*
Às vezes, fico pensando sobre a postura de certa
gente.
Durante
a presença de muitos turistas em Salvador, por causa do evento da Copa do
Mundo, os comerciantes do Pelourinho têm aproveitado o grande momento para
vender os seus produtos, da fitinha do Senhor do Bonfim até a uma obra de arte.
Mas, pelo o que sabemos por reportagens de jornais é que, por lá, pelo Pelô
alguns turistas tem se chateado pela forma que são abordados por alguns
comerciantes, que querem fazer de tudo para vender de todo jeito o seu produto,
fazendo com que o cliente compre forçadamente as suas mercadorias. Isso é
demais!
No
passado, pelo lado do Sul e Sudeste do país, qualquer coisa feia praticada por
algum nordestino, logo diziam: isso é coisa de baiano. Porém, esses rótulos têm
diminuído muito, até porque, convenhamos que a nossa música, é considerada uma
das melhores do país, e o pessoal do sul, sem falar de alguns países, têm
admirado nossa arte, nossos artistas, como Carlinhos Brown, e outros. Assim
como, a nossa comida típica, no caso do abará e o acarajé. Sendo assim,
precisamos ter bons modos. E repito, temos que nos valorizar, e não ficar por
aí agindo com falta de educação. A educação vem de berço, e aporrinhar a vida
das pessoas não é lá boa coisa. Corrijam logo isso, porque quem perde, são
vocês. Aprendam boas maneiras de tratar os seus clientes, e deixem de ser
oferecidos demais. Gosto daquele velho ditado que meu avô me falava: “Mulher
oferecida, meu filho, desconfie dela”. É mesmo que político em cima de
palanque, que promete muito, oferece demais, e nada faz. Assim, venda seu peixe,
mas não incomode o turista.
O tipo
da venda forçada pode não ser uma boa para um cliente, este pode se arrepender
mais tarde, ficar zangado e achando que fez um mau negócio. O certo é deixá-lo
livre para tomar decisões e fazer escolhas. Não se preocupe porque quando o
cliente quer mesmo um produto, ele vem atrás.
Tem
vendedor que é ansioso demais, não tem paz e não deixa o cliente em paz. Se, o
cliente diz que não quer agora, não adianta insistir, porque isso o chateia e o
aborrece. O certo é o vendedor partir para outro cliente, ao invés de ficar
cansando a mente ou o juízo do mesmo cliente. Não tem este que aguente tanta
inconveniência de vendedor. Já bastam os que ficam o tempo inteiro ligando para
os nossos celulares.
Eu sei
que vender não é coisa fácil, e não é pra todo mundo. E, além do mais, em meio
a tanta gente desempregada e vivendo na informalidade, tendo que lutar para
vender uma fitinha do Senhor do Bonfim, pra poder levar o pão para casa.
A arte
de vender e conquistar clientes são para poucos. Quem acha que não tem talento
para vender, mude de profissão. Vá trabalhar com outra coisa qualquer, mas, que
tenha paixão e respeito pelo o que faz. Ou, se quer ser um vendedor, procure
tomar treinamento de mercado, de como fazer bons negócios, utilizando técnicas
de vendas que sejam eficazes no fechamento de uma venda.
Só sei
que essa postura inadequada de alguns comerciantes do Pelourinho, de afugentar
o cliente para vender seu produto na marra, não dá certo pra ninguém. O que
pode acontecer, é o turista não voltar nunca mais, e quem vai perder com tudo
isso, somos nós e a Bahia.
Lembrem
que o baiano tem uma boa fama de ser acolhedor, hospitaleiro, que divide o pão
com seu vizinho, e que são pessoas alegres. Não vamos agora fazer o papel de
sofistas de meia tigela. Acho que, órgãos ligados a essa área de turismos,
devem se preocupar em preparar alguns desses profissionais que negociam aí pelo
Pelourinho.
*Conrado Matos é Psicanalista,
Licenciado em Filosofia e Bacharel em Teologia. Pós-graduado em Teoria
Psicanalítica. e-mail: psicanáliseconrado@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário