Série: municípios brasileiros
Também chamada Cidade
do Chope, Capital do Café e Califórnia Brasileira
Ribeirão Preto é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo, Região Sudeste do país. É
o município foi o que mais cresceu entre as maiores cidades do Estado de São Paulo. Entre os 35 maiores municípios brasileiros,
a população ribeirão-pretana foi a sexta com maior taxa de aumento populacional
(1,3%).
A sede tem uma temperatura média anual de 23,2°C e
na vegetação original do município predomina a mata Atlântica. Com 99,7%
de seus habitantes vivendo na zona urbana, o município contava em 2009 com 319
estabelecimentos de saúde. O seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
é de 0,800, considerando-se assim como elevado em relação ao país, sendo o vigésimo. Várias
rodovias ligam Ribeirão Preto a diversas cidades paulistas, tais como a Rodovia Anhanguera e a Rodovia Cândido Portinari, havendo ainda
disponibilidade de ferrovias e um aeroporto, o Aeroporto Doutor Leite Lopes.
Ribeirão Preto foi fundada em 1856, neste
período a região recebia muitos mineiros que saíam de suas terras já esgotadas
para a mineração e procuravam pastagens para a criação de gado. No começo do
século XX, a cidade passou a atrair imigrantes, que foram trabalhar na
agricultura ou nas indústrias abertas na década de 1910. O café, que foi por
algum tempo uma das principais fontes de renda, se desvaloriza a partir de
1929, perdendo espaço para outras culturas e principalmente para o setor
industrial. Na segunda metade do século XX foram incrementados investimentos
nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e tecnologia da informação, sendo declarada
em 2010 como "polo tecnológico". Essas atividades atualmente fazem com que
Ribeirão Preto tenha o trigésimo primeiro maior PIB brasileiro.
Além da
importância econômica, o município é relevante centro de saúde, educação,
pesquisas, turismo de negócios e cultura do Brasil. O Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali, o Parque Maurílio Biagi e o Bosque-Zoológico municipal, configuram-se
como importantes áreas de preservação ambiental, de recreação e passeios,
enquanto que a Choperia Pinguim, o Teatro Pedro II e o Estúdios Kaiser de Cinema, são
relevantes pontos de atividades culturais e de visitação por turistas. A cidade
possui dois grandes eventos(feiras), a Feira Nacional do Livro de Ribeirão
Preto e a tradicional e famosa Agrishow, que
movimentou em 2014, mais de R$ 2,7 bilhões, atraindo público de 160 mil
visitantes.
Um importante fator que contribuiu para o
desenvolvimento do município foi a chegada da linha férrea da Mogiana em
1883, que possibilitou a expansão da cultura cafeeira que existia desde 1870. A
expansão do café levou a um crescimento da
população que passou de 5 552 pessoas
(sendo 857 escravos) em 1874, para 10 420 (1 379 escravos)
em 1886. Em 1887, a Câmara Municipal de Ribeirão Preto realizou um dos atos de
maior relevância de sua história, pois os vereadores aprovaram, por unanimidade
em 3 de agosto daquele ano, a libertação dos escravos em Ribeirão Preto, antes
mesmo da entrada em vigor da Lei Áurea, assinada
em 13 de maio de 1888. Depois da assinatura da Lei Áurea que
extinguiu a escravidão no Brasil, o governo da província de São Paulo passou a
estimular a vinda de imigrantes europeus, provocando em Ribeirão Preto um
grande aumento populacional, passando para 59 195 habitantes em
1900, um crescimento muito maior do que o registrado nos outros municípios da
região durante esse período. Calcula-se que 33 199 dos 52 929 habitantes
eram de origem estrangeira em 1902, sendo 83,7% italianos, 7,9% portugueses, 5,1% espanhóis e
1,7% austríacos. Esse
contingente populacional foi importante para a urbanização e desenvolvimento do
município, pois muitos imigrantes já eram acostumados com a vida urbana e
possuíam uma mentalidade empreendedora, criando novos estabelecimentos
comerciais e industriais no município, transformando Ribeirão Preto, que era até
então uma simples vila agrícola.
Vale
destacar que em 1879 a família Dumont mudou-se de Valença (RJ) para
Ribeirão Preto, onde se estabeleceu na Fazenda Arindeúva, ocupando-se com
plantio e beneficiamento de café, através da empresa Dumont Coffee Company. Trazidos
por seu patriarca Dr. Henrique Dumont, vieram sua esposa e seus oito filhos,
dentre eles, um jovem chamado "Alberto Santos Dumont". Após uma viagem que a família Dumont realizou
para Paris em 1891, o idealizador Santos Dumont começou
a despertar-se para área mecânica, principalmente para o "motor de combustão interna", que
culminou posteriormente com a construção de um balão (sem motor), que mais
tarde chegou à criação de seu avião. Desde então, o jovem sonhador não parou
mais de buscar alternativas, vindo a receber da Câmara Municipal de Ribeirão
Preto, conforme Lei nº 100, de 4 de novembro de 1903, uma subvenção de um conto
de réis para que prosseguisse as pesquisas que, três anos depois, resultaram na
invenção do avião.
FMRP em
outubro de 1956.
Na primeira metade do século XX, Ribeirão
Preto continuou atraindo imigrantes nacionais e internacionais. Um novo grupo
de destaque são os japoneses, sendo o
município, considerado "berço da imigração japonesa" por receber
uma parte dos primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil em 1908. Também
é expressiva a chegada de árabes, especialmente sírio-libaneses. O município
também atraiu durante esse século pessoas de todo o estado de São Paulo e de
todo o Brasil, sendo os mais numerosos, de acordo com o censo 2000, os
mineiros, paranaenses e baianos.
A cidade
começa a receber industrias na década de 1910, com a instalação da Companhia Cervejaria
Paulista. Por ter sido sede da Companhia Antarctica Paulista e por ter uma das mais famosas choperias do
Brasil, a Choperia Pinguim, Ribeirão
Preto foi conhecida também como a "Capital do Chope" assim como já foi denominada "Capital
do Café" e de "Califórnia Brasileira".
Entre o final da década de 1920 e começo da década
de 30 o café entra em crise, porém com o passar do tempo é substituído por
outras culturas, tais como a cana de açúcar, a soja, o milho, o algodão e as
laranjas. A Crise de 1929 foi uma das responsáveis para essa quebra da
cafeicultura, sendo que a cidade demorou certo tempo até recuperar-se. Na
década de 40 começam a chegar as rodovias e melhorias estruturais, tais como
investimentos em faculdades e universidades. Na segunda metade do século
XX foram incrementados na economia
municipal investimentos nas áreas de saúde, biotecnologia, bioenergia e
tecnologia da informação, sendo
declarada em 2010 como "polo tecnológico"
Além de Ribeirão Preto, toda a região compreende um
dos principais centros universitários e de pesquisa do estado, com destaque
para a área médica, engenharia e alta tecnologia em São Carlos; agronomia, veterinária e zootecnia em Jaboticabal; e
zootecnia e engenharia de alimentos em Pirassununga, entre
outras. Assim, a região consolida-se como um importante polo de geração de
tecnologia e mão de obra qualificada. Em março de 2012 foi inaugurada a
Escola de Formação Tecnológica (FORTEC) "Jandyra de Camargo Moquenco"
no centro da cidade, iniciando suas atividades com quatro cursos e atendendo a
cerca de 900 alunos, divididos em três turnos.
O Parque Tecnológico de Ribeirão Preto conta com
equipamentos indutores de pesquisas e desenvolvimento, tais como o Laboratório
de Equipamentos Médicos e Hospitalares e o Centro Empresarial e incubadora de
empresas. O município também é destaque como centro educacional com cursos
voltados à tecnologia da informação (TI). Em 2005
Ribeirão Preto já contava com mais de 300 empresas do ramo e em 2010 a região
tive um aumento de 23% no faturamento na área de Tecnologia da Informação e
Comunicação. Outras áreas em que a cidade se destaca dentro do setor
tecnológico são a saúde, a biotecnologia e a bioenergia, sendo uma das maiores
produtoras mundiais de açúcar e álcool.
Além dos atrativos cênicos, Ribeirão Preto ainda
possui uma banda de monumentos históricos, atrativos naturais e lugares para
visita. Há, por exemplo: a Praça Alto do São Bento, localizada no ponto mais
elevado do município, onde está a escultura de bronze do Sagrado Coração de
Jesus, idealizado pelo Monge Beneditino D. Casimiro Mazetti, e inaugurada em
1952; a Avenida Nove de Julho, que abriga cerca de 30 bancos, entre
comerciais e de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares,
restaurantes e lanchonetes; o Palácio Rio Branco, inaugurado em 26 de maio
de 1917, que sedia a Prefeitura, a Secretaria de Governo, Secretaria da Casa
Civil, Coordenadoria de Comunicação Social, Astel (Assessoria Técnica
Legislativa), Seção de Leis e Decretos; a Choperia Pinguim, choperia
fundada na década de 1930 que hoje tem destaque nacional e até internacional; o
"Quarteirão Paulista", conjunto arquitetônico que abrange o Teatro Pedro II, o prédio
do antigo Palace Hotel e o Edifício Meira Júnior, onde funciona o
"Pinguim" e a Praça XV de Novembro, marco de referência
histórica e geográfica que localiza-se na região central da cidade e começou a
ser construída em 1900.
Parque
Municipal Dr. Luis Carlos Raya.
Alguns
museus se destacam na cidade, como o "Museu do Café Francisco
Schimdt", que foi construído no início de 1950, conhecido
por guardar a mais importante coleção de peças do Estado de São Paulo sobre a
História do Café. Seu acervo é formado por grandes esculturas, carros de boi,
troles, máquinas de beneficiar café, além de fotos do período áureo do café da
região de Ribeirão Preto. Outro museu de grande relevância é o Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi (MARP). A cidade
dispõe de
outros museus, como Museu de Ordem Geral e Museu da Imagem e do Som.
Dentre as áreas verdes, Ribeirão Preto possui 172
praças, além de alguns parques, como: Parque Prefeito Luiz Roberto Jábali, conhecido
como "Curupira" (Zona Sul); Parque Ecológico Guarani (Zona Leste);
Parque Luís Carlos Raya, conhecido como Parque Jardim Botânico (Zona Sul);
Parque Dr. Fernando de Freitas Monteiro da Silva (Zona Sul); Parque Jardim Nova
Aliança (Zona Sul); Parque Roberto de Mello Genaro (Região Centro-Sul); Parque
Francisco Prestes Maia (Região Centro-Oeste); Parque Ulysses Guimarães (Zona
Norte); Parque São Bento (Zona Norte); Parque Tom Jobim (Zona Noroeste); Parque
Ecológico Ângelo Rinaldi (Horto Municipal) (Zona Oeste); Parque Maurílio Biagi (Região Central); e Parque Ecológico e Social
Rubem Cione, maior parque em área do município totalizando 256.850 m² (Zona
Oeste).
O Parque Tom Jobim com área total de 64 mil m² e
área do lago de 8 mil m², esta recebendo várias adequações, entre elas,
consertos e recolocação do alambrado e revitalização dos brinquedos utilizados
pelas crianças, além da construção da base da Guarda Civil Municipal e o Centro
Administrativo do parque. O passo seguinte será a implantação de uma Academia
ao Ar Livre, concretagem do piso da quadra, muito utilizada pelos moradores.
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