Por
Matheus
Fortes
Um decreto
assinado pelo governador Jaques Wagner e publicado no Diário Oficial do Estado
de hoje torna o Hospital Espanhol entidade com fins de utilidade pública. Com isso,
a instituição fica protegida de uma série de ações que poderiam causar efeitos
extremamente negativos, a exemplo de: especulação imobiliária, ações de
recuperação de crédito tendo instituições de crédito como autores e ações
judiciais.
De
acordo com especialista que preferiu não ser identificado, o mais importante do
decreto é que fica garantida a manutenção do hospital na função de atender os
interesses públicos. De acordo com o mesmo especialista, o governador agiu
rápido protegendo uma instituição centenária que enfrenta graves problemas
financeiros. “Este foi o primeiro passo para novas discussões sobre o melhor
caminho a ser seguido. O importante é que o Estado não perderá um hospital que
tantos serviços prestou aos baianos e a própria colônia espanhola”.
Ontem, após quatro horas de reunião a portas fechadas no Ministério Público Estadual, e que envolveu a Real Sociedade Espanhola de Beneficência, entidades bancárias e sindicais, do Município e do Estado, e demais membros da sociedade civil, o presidente do Hospital Espanhol, Demétrio García, fez um novo pedido de carência para manter o funcionamento do hospital. “Fizemos um novo pedido de carência para mais um ano, pelo menos, para alavancarmos o hospital. Além disso, pedimos a análise do custo do dinheiro, pois o custo que o hospital está pagando é irreal, e chega a 18% ano”, explicou.
Ele explica que os três bancos presentes na
reunião – o Banco do Nordeste, a Caixa Econômica Federal e o Desenbahia –
pediram o prazo de 30 dias para pactuar os pedidos. García também afirma estar
aguardando os aportes financeiros devidos da Prefeitura de Salvador, que chegam
a quase R$ 1 milhão.
Contudo, o presidente admitiu que houve uma gestão deficiente e que culminou na atual situação do Hospital. “Foi má gestão no sentido de capitalizar recurso, aumentar a receita, e baixar despesas, que a gestão nunca fez, portanto, houve sim um erro de gestão”, afirmou García.
Contudo, o presidente admitiu que houve uma gestão deficiente e que culminou na atual situação do Hospital. “Foi má gestão no sentido de capitalizar recurso, aumentar a receita, e baixar despesas, que a gestão nunca fez, portanto, houve sim um erro de gestão”, afirmou García.
Agora a
Real Sociedade aguarda a resposta dos bancos, enquanto procura outras formas de
fazer manter o hospital ativo. “Continuaremos funcionando com o setor de
hemodiálise, mas ainda vai demorar para que este volte a ser um grande
hospital. Estamos procurando investidores nacionais e internacionais, porque
nosso hospital é conhecido no Brasil todo. Portanto, hoje o Espanhol está
disponível a investidores”, disse o presidente, que não explicou quais seriam
os possíveis investidores.
Em relação ao atual funcionamento do hospital,
García explica que o setor de hemodiálise continuará operando. Já os nove
pacientes das demais áreas serão transferidos para unidades hospitalares do
município que ainda serão definidas pela Secretaria Municipal de Saúde.
Enquanto isso, outra solicitação feita pelo Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), através do presidente Francisco Magalhães, foi de que o Hospital passe a operar como uma unidade pública de atendimento à saúde.
A
expectativa, segundo Magalhães, é que o Ministério Público faça uma reunião –
em data ainda a ser estudada – com a Secretaria de Saúde do Estado e com a
Secretaria Municipal de Saúde, onde poderia sair uma sugestão de se fazer uma
requisição em caráter emergencial para que o hospital volte a funcionar e
preste assistência à população.
“Minha
preocupação, e que foi colocada também por outras entidades, é que um hospital
que tem todas as condições de oferecer um bom atendimento à população fique
fechado causando o prejuízo para a sociedade”, explicou o presidente do
Sindimed.
Enquanto
isso, o diretor do Sindisaúde – Rede
Privada, Jamilton Góes, lamenta que nenhuma explicação plausível tenha sido
dada em relação ao pagamento das rescisões dos trabalhadores recentemente
demitidos, e aos funcionários que continuam no hospital, e que estão com os
salários atrasados.
“Com o
hospital fechado, sem nenhuma forma de arrecadação, vai ficar muito difícil,
portanto cabe agora aos sindicatos se unificarem com seu departamento jurídico
e buscar algum alento”, afirmou.
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