segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MARRAQUEXE – MARRAKECH (MARROCOS)

Cidade histórica

Cidade vermelha ou a pérola do sul


MarráquexeMarraquexe ou Marrakech (em árabeمراكش; em tifinaghⵎⵕⵕⴰⴽⵛ) é uma cidade do centro-sudoeste do Marrocos, situada perto do sopé norte da cordilheira do Alto Atlas. Conhecida como a "cidade vermelha", a "pérola do sul" ou a "porta do sul", é a capital da prefeitura homônima, a qual faz parte da região de Marrakech-Tensift-Al Haouz.
É a quarta maior cidade do país, a seguir a CasablancaFez e Rabat. Situa-se 580 km a sudoeste de Tânger, 327 km a sudoeste de Rabat, 240 km a sudoeste de Casablanca e 246 km a nordeste de Agadir. É provavelmente a mais importante das chamadas quatro cidades imperiais de Marrocos (as outras são Fez, Meknès e Rabat) e a que atrai mais turista.




A área é habitada desde o Neolítico, quando agricultores berberes ali viviam, mas a cidade só foi fundada em 1062 por Abu Bakr ibn Umar, caudilho e primo do


rei almorávida Yusuf ben Tasufin. No século XII os Almorávidas construíram muitas madraças (escolas islâmicas) e mesquitas na cidade que apresentavam influências da arquitetura do al-Andalus (Ibéria muçulmana). As muralhas avermelhadas da cidade, construídas por Ali ibn Yusuf em 1122-1123 e vários edifícios construídos em pedra igualmente avermelhada durante este período estão na origem de uma das suas alcunhas — "cidade vermelha" ou "cidade ocre". Marraquexe desenvolveu-se rapidamente e tornou-se um centro cultural, religioso e comercial para o Magrebe e para a região subsariana de África. A Praça Jemaa el-Fna ainda hoje é a mais movimentada e animada de África; em 2001 foi inscrita nas listas do Património Oral e Imaterial da Humanidade. Depois de um período de declínio, a cidade foi ultrapassada por Fez, mas no princípio do século XVI tornou-se novamente a capital de Marrocos. Marraquexe ganhou de nova a sua proeminência durante os reinado dos ricos sultões saadianos Abu Abdallah al-Qaim(r. 1509–1517) e Ahmed al-Mansur (r. 1578–1603), que a embelezaram com sumptuosos palácios como o El Badi (1578) e restauraram muitos monumentos em ruínas. A partir do século XVII, a cidade tornou-se popular entre os peregrinos sufistas devido a nele se situarem os túmulos dos chamados Sete Santos de Marraquexe. Em 1912 foi estabelecido o Protetorado Francês de MarrocosThami El Glaoui, um líder feudal berbere tão controverso como notório, teve o título de Paxá de Marraquexe (uma espécie de governador fantoche da administração colonial francesa para certos assuntos) ao longo de praticamente todo o período em durou o protetorado. Em 2009, Fatima Zahra Mansouri tornou-se a segunda mulher a ser eleita prefeita em Marrocos.


À semelhança de muitas cidades marroquinas, Marraquexe tem uma parte antiga (ou Almedina), correspondente à cidade primitiva, cercada de muralhas, fortificada, com ruas pejadas de lojas e vendedores de rua, rodeada por bairros modernos, nomeadamente Gueliz, o mais elegante deles, situado junto ao centro. Atualmente é uma das cidades mais movimentadas em África e é simultaneamente um importante centro económico e um destino turístico de fama mundial. O desenvolvimento turístico é uma das prioridades de Mohammed VI, o monarca reinante de Marrocos, que tem como objetivo duplicar o número de turistas estrangeiros que visitam Marrocos anualmente, cujo número se espera chegar aos 20 milhões em 2020.


Apesar da recessão económica, o setor imobiliário e a abertura de hotéis subiu acentuadamente em Marraquexe nos primeiros anos do século XXI. A cidade é particularmente popular entre os franceses e muitas celebridades francesas têm lá propriedades. Marraquexe tem também o maior zoco (suq, mercado tradicional) berbere, com os 18 zocos especializados que se concentram na Almedina, onde se vendem e por vezes também se fabricam os mais variados produtos, que vão desde os tapetes tradicionais berberes até à eletrônica de consumo moderna. O artesanato ocupa uma parte significativa da população, e a sua produção destina-se principalmente aos turistas.


Uma possível origem apontada para o topônimo é a expressão berbere mur (n) akuch, que significa "Terra de Deus". Em português encontram-se as formas "Marrakesh" (grafia inglesa) ou "Marrakech" (grafia francesa), predominantes no Brasil; "Marraquexe", a forma utilizada oficialmente em português pela União Europeia; e "Marráquexe", a única admitida pelo DOELP de José Pedro Machado, pelo Vocabulário da Língua Portuguesa de Rebelo Gonçalves e pelo brasileiro Antenor Nascentes.


Estudiosos condenam a grafia "Marrakech", amplamente usada no Brasil, por influência do francês; e ainda menos recomendada é a forma "Marrakesh", copiada diretamente do inglês.
Nos antigos textos portugueses, a cidade era chamada Marrocos, dando o nome ao Reino de Marrocos, para distingui-lo do Reino de Fez, e foi a unificação destes dois reinos que deu origem ao nome "Marrocos" para todo o país.


Marrakech é a segunda maior cidade do Marrocos, após Casablanca, e era conhecida pelos antigos viajantes como "Cidade do Marrocos". Antes da chegada dos almorávidas, no século XI, a região era governada a partir da cidade de Aghmat. Quando decidiu erguer uma nova capital, o chefe almorávida, Abu Bakr ibn Omar (Abu Becre), escolheu construí-la na planície, em local neutro entre o território de duas tribos que competiam pela honra de receber a nova cidade. Os trabalhos começaram em maio de 1070, mas Abu Becre foi chamado a extinguir uma revolta no Saara em janeiro de 1071, de maneira que Marrakech foi terminada pelo seu substituto e futuro sucessor, Iuçufe ibn Tachfin. O apogeu da cidade deu-se sob a direção de Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur, terceiro califa almóada, que iniciou a construção da mesquita de Kutubia e de uma nova casbá.


Antes do reinado de Moulay Ismail, Marrakech era a capital do Marrocos. Durante séculos, Marrakech foi conhecida por seus "sete santos". Quando o sufismo estava no auge de sua popularidade, no reinado de Moulay Ismail, fundou-se o festival dos sete santos. Os túmulos de diversas pessoas de renome foram transferidas para a cidade, de modo a atrair peregrinos. Os "sete santos" incluem Sidi Bel Abbas (padroeiro da cidade), Sidi Muhammad al-Jazuli, Sidi Abu al-Qasim Al-Suhayli, Cadi Ayyad ben Moussa e Abdallah al-Ghazwani.


No final do século XVII, a atual dinastia alauíta sucedeu aos saadianos. O trono foi sucessivamente transferido para Fez e para Meknès.


Na primeira metade do século XX, a cidade foi controlada por Thami El Glaoui, senhor do Atlas e paxá de Marrakech. A instauração do Protetorado Francês do Marrocos em 1912 pôs termo a um período de guerras civis.

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