Por Joaci Góes
No último
21 de agosto, uma semana após a trágica morte de Eduardo Campos, escrevi neste
mesmo espaço um artigo sob o título Três opções para o Brasil, que, em
face do acerto de previsão, transcrevo abaixo:
“Em cinco
de outubro próximo, o Brasil terá um grande embate eleitoral para escolher
entre três correntes de pensamento: com a presidente Dilma ficarão,
majoritariamente, os segmentos menos esclarecidos de nossa sociedade, os
iletrados, acompanhados dos grupos beneficiários das benesses do poder; em
Marina da Silva votarão os que pretendem fazer omeletes sem quebrar ovos,
acompanhados dos alternativos, dos destituídos de senso pragmático e dos
anarquistas; com Aécio Neves ficará a racionalidade operacional que sabe que o
País não tem mais tempo a perder.
No momento,
a única conclusão, aparentemente inevitável, a que se pode chegar, é que duas
dessas correntes se enfrentarão no segundo turno, sendo possível que qualquer
das três fique de fora, desfecho impensável enquanto Eduardo Campos vivia.
Numa
tentativa de análise, porém, em terreno tão pantanoso, quanto o momento que
atravessamos, parece-nos que a presidente Dilma, ainda que oscilante na faixa
dos trinta, já bateu no teto, daí resultando a probabilidade de sua derrota
contra o adversário que a enfrentar, se for ao segundo turno, já que nada é
discernível na linha do horizonte que lhe possa favorecer até o dia das
eleições. Muito pelo contrário. Essa nada alvissareira realidade é a razão,
inclusive, do aumento do número dos desiludidos com as promessas que o PT fez de
dar ao povo brasileiro o céu na terra. Em troca, o que salta aos olhos é o
crescimento da violência, da corrupção e da queda de qualidade dos serviços
públicos fundamentais, sobretudo no campo da infraestrutura física e social,
como saúde e educação. Até mesmo as pessoas de precária escolaridade percebem
que não faz sentido emprestar bilhões de reais a Cuba, a fundo perdido, quando
nosso saneamento básico, nossas estradas e portos se encontram em petição de
miséria, comprometendo a saúde das pessoas e a competitividade de nossas
exportações. Em troca de tamanho esbanjamento do dinheiro do povo brasileiro,
alguns potentados do PT, incluídos aí os que se encontram na Papuda, exibem,
com empáfia, charutos enviados pelo ditador Fidel Castro.
O perfil
messiânico de Marina da Silva não lhe dará mais do que um quarto do colégio
eleitoral, uma vez que é decrescente o apelo emocional da morte trágica do
jovem e talentoso ex- governador de Pernambuco. Ao longo dos debates que se
intensificarão, as fragilidades da acreana para governar um país da
complexidade do Brasil ficarão evidentes. Sem falar na enorme demanda de
energia física para ocupar cargo tão tumultuário!
A biografia
administrativa de Aécio Neves, consolidada em duas sucessivas administrações
como governador do segundo estado mais importante da Federação, Minas Gerais,
tem tudo para promover a lenta, gradual e segura confiança do eleitor
brasileiro, vindo a elegê-lo, finalmente, Presidente da República.
Quem viver
verá!”
A primeira
parte da previsão já ocorreu. No próximo dia 26, teremos o capítulo final, com
a eleição de Aécio Neves.
Mais uma
vez, quem viver verá!
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