Universo da biodiversidade: Brasil
O Brasil é o país que tem a maior biodiversidade de flora
e fauna do planeta, Essa
enorme variedade de animais, plantas, microrganismos e ecossistemas, muitos
únicos em todo o mundo, deve-se, entre
outros fatores, à extensão territorial e aos diversos climas do país. O Brasil detém o maior número de espécies conhecidas
de mamíferos e de peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o
terceiro de aves e o quarto de répteis.
Com mais de
50 mil espécies de árvores e arbustos, tem o
primeiro lugar em biodiversidade vegetal.
Nenhum outro país tem registrado tantas variedades de orquídeas e palmeiras catalogadas. Os
números impressionam, mas, segundo
estimativas
aceitas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), eles
podem representar apenas 10% da vida no país. Como várias regiões ainda são
muito pouco estudadas pelos cientistas, os números da biodiversidade brasileira tornam-se
maiores na medida em que aumenta o conhecimento. Durante uma expedição de
apenas 20 dias pelo Pantanal,
coordenada pela ONG Conservation International (CI) e divulgada
em 2001, foram
identificadas 36 novas espécies de peixe, duas
de anfíbio, duas
de crustáceo e
cerca de 400 plantas cuja
presença naquele bioma era
desconhecida pela ciência. O levantamento nacional de peixes de água doce
coordenado pela Universidade de São Paulo (USP),
publicado em 2004, indica a
existência de 2.122 espécies, 10% a 15% delas desconhecidas até então.
A biodiversidade pode
contribuir de forma significativa para a agricultura, a pecuária, a
extração florestal e a pesca. No entanto, quase todas as espécies exploradas
economicamente, seja vegetal, como a soja e o café, seja animal, como o frango, são originárias de outros países, e sua
exploração é feita de forma frequentemente danosa ao meio-ambiente. Já o aproveitamento econômico de espécies nativas
ainda engatinha.
Para
o PIB brasileiro, o setor
florestal representa pouco mais de 1% e a pesca, 0,4%. A
pequena participação das espécies nativas na economia tem, entre suas causas, a
falta de políticas e investimentos tanto para a pesquisa básica como para o
desenvolvimento
de produtos. Na falta disso, não há como calcular quanto o Brasil poderia
receber por patentes e tecnologias desenvolvidas com o estudo de sua biodiversidade –
algo que, segundo alguns especialistas, estaria na casa dos trilhões de dólares. Um único
medicamento para o controle da hipertensão, desenvolvido com o veneno de jararaca,
espécie brasileira, renderia
cerca de 1,5 bilhão de dólares por
ano ao laboratório estrangeiro que o patenteou, um valor comparável às
exportações nacionais de carne bovina e suína somadas.
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