Tem mercados em todo mundo, para onde leva o jeito
de ser da Bahia
Fundada na segunda metade do século XIX pelo alemão
Gerhard Dannemann, a mais antiga fábrica de charutos do Brasil iniciou sua produção
com apenas seis funcionários. Geraldo Dannemann - como passou a ser chamado -
chegou ao País em 1873, quando comprou a então falida empresa de charutos
Schnarrenbruch e mudou-se para São Félix, na região do Recôncavo Baiano.
A escolha baseou-se na conhecida qualidade dos fumos produzidas na Bahia. Nos primeiros anos de funcionamento, a empresa teve um espantoso crescimento, chegando a ser a maior produtora de charutos do País, além de uma importante exportadora, tendo na Europa seu principal mercado e na Alemanha, sua porta de entrada. Nesta época, seis fábricas da Dannemann empregavam cerca de 4 mil pessoas na Bahia.
Em 1906, Geraldo Dannemann saiu da empresa, mas só
depois da I Guerra Mundial que começaram a surgir os primeiros problemas
financeiros, quando a Europa já não tinha estrutura para ser um comprador tão
bom. As dificuldades forçaram a fusão com a Stender, dando origem à Companhia
de Charutos Dannemann, em 1922, um ano após a morte de Geraldo Dannemann. A II
Guerra Mundial agravou os problemas na Europa e, consequentemente, as
dificuldades da Dannemann.
O governo brasileiro, então, através do Banco do Brasil, responsabilizou-se pela empresa, que passou a se chamar Companhia Brasileira de Charutos Dannemann. Em 1945, ela foi devolvida a seus proprietários, mas não resistiu e acabou falindo nove anos depois. O grupo suíço Burger adquiriu a licença do nome Dannemann em 1976, e produz até hoje os charutos da marca, que não perdeu seu prestígio na Europa. Atualmente, a empresa produz os charutos Salvador, Menudo, Maduro, Especial, nº 1 e São Félix, além da linha Artist Line e as cigarrilhas Reynitas e Bahianos.
Que o charuto é uma arte todos concordamos, que se
pode gerar arte a partir dele já é uma novidade. Foi pensando nisto que o
tradicional fabricante de charutos Dannemann localizado na cidade de São Félix,
na Bahia, abriu as portas para a VI Bienal do Recôncavo no
Centro Cultural Dannemann, no último dia 9 de novembro, reunindo artistas,
turistas, admiradores de arte e imprensa.
Artistas do Brasil, Argentina e Holanda foram os
responsáveis pela enorme quantidade de temas e formas artísticas expostas. Dos
mais de dois mil inscritos, 119 artistas foram selecionados para concorrer aos
prêmios. O júri foi composto pelos artistas plásticos Sérgio Rabinovitz e
Justino Marinho, pelo fotografo Kabá Gaudenzi, pela crítica de arte Matilde
Mattos além do presidente da Cia. Brasileira de Charutos Dannemann, Hans Leusen
e o diretor do Centro Cultural Dannemann, Pedro Achanjo.
O Grande Prêmio Viagem à Europa foi para o artista plástico Florisvaldo Nascimento Filho, da cidade de Valença (Bahia), escolhido por unanimidade por suas duas obras, esculturas em madeira, metal e vidro, Articulando I e Articulando II. A viagem será para a Alemanha pelo período de um mês. Judite Pimentel de Feira de Santana (Bahia) e Georges Rechberger de Berna (Suíça) foram outros artistas premiados tendo suas obras adquiridas pelo Centro Cultural.
Na abertura do evento a Filarmônica União Sanfelista tocou diversas músicas antes do lançamento do CD do IX Festival de Filarmônicas do Recôncavo, outro projeto do Centro Cultural Dannemann, gravado ao vivo no encerramento do IX Festfir - realizado em dezembro de 2001 no mesmo local. Após o lançamento o público pode apreciar a performance Corposcaos do coreógrafo e bailarino Itamar Sampaio.
Hans Leusen, Presidente da tradicional Fábrica de Charutos Dannemann e fundador do Centro Cultural Dannemann criado em 1989 com a restauração da fábrica estava muito contente com os resultados pois o Centro Cultural é mencionado em todos lugares que vai como um marco na arte da Bahia.
FONTE: Centro Cultural Dannemann
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