Fernando
Alcoforado*
A
ONU determina que 1º de janeiro seja o Dia da Confraternização Universal e da
Paz. Esta
data deveria ser um momento de profunda reflexão pela humanidade e concluir que
é preciso ter o controle de seu destino lutando por uma governança democrática
do mundo para a construção da paz mundial que deve ser perseguida urgentemente
porque a situação atual do planeta é dramática. A humanidade se sente esmagada
pelas grandes potências mundiais a serviço dos grupos monopolistas que comandam
suas economias e que tudo fazem em defesa de seus interesses, desrespeitando
leis, culturas, tradições e religiões. Invasões em países periféricos, de forma
aberta ou sub-reptícia, com argumentos pouco convincentes fazem parte do
cotidiano das grandes potências na sua busca incessante pelo poder mundial
mesmo que para isso
tenham que desrespeitar leis internas e tratados internacionais.
Qual
será o fim de nosso mundo e de nossas vidas, se o mundo de hoje virou um caos ingovernável
no qual os seres humanos só pensam em poder e riqueza e destroem a natureza?
Pode o homem ser chamado de ser mais inteligente da Terra? Um ser inteligente
pregaria a guerra e colocaria em risco seu futuro e dos seus descendentes? É o
que fazem hoje com nosso mundo destruindo por dinheiro e matando por riqueza e poder.
As vidas já não valem mais nada, nada mais tem valor, tudo isso por poder e riqueza!
A história do mundo é, em larga medida, uma história
de guerras, porque os
Estados
em que vivemos nasceram de conquistas, guerras civis ou lutas pela independência.
Os registros históricos mais antigos que se conhecem já falam de guerras
e lutas.
As
guerras e revoluções cresceram em escala jamais vista, tanto em quantidade como em
intensidade no século XX sem paralelo na história. As guerras do século XX
foram “guerras
totais” contra combatentes e civis sem discriminação. O século XX foi semdúvida
o mais assassino de que temos registro, tanto na escala, frequência e extensão
da guerra que o preencheu como também pelo volume único das catástrofes humanas
que produziu, desde as maiores fomes da história até o genocídio sistemático.
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial o mundo conheceu 160 guerras quando
morreram cerca de 7 milhões de soldados e 30 milhões de civis. Todas as
"megamortes" ocorridas desde 1914 chegaram a um total de 187 milhões
de mortos.
As
guerras continuam fazendo parte de nosso cotidiano como demonstram o conflito entre
Rússia e Ucrânia que deixa evidenciado o propósito das potências ocidentais (Estados
Unidos e União Europeia), aliadas da Ucrânia, de enfraquecerem a posição geopolítica
da Rússia que busca retomar o papel mundial antes exercido pela ex- União Soviética
e a insolúvel questão palestina, que perdura desde o fim da 1ª Guerra Mundial quando
as potências vencedoras contribuíram para a ocupação da Palestina pelo povo judeu
e facilitaram a criação do Estado de Israel em detrimento do povo palestino,
que faz com que os povos palestino e judeu vivam em guerra permanente. A
intervenção militar recente no Oriente Médio completa o quadro atual de
conflitos no mundo.
Além
dos conflitos acima citados, a humanidade se defronta com mais duas grandes ameaças.
Uma delas, de natureza econômica, é representada pela crise geral do sistema capitalista
mundial que tende a conduzir a economia mundial à depressão com a falência dos
governos, a quebradeira de empresas, o desemprego em massa e até mesmo a
eclosão de guerras civis e uma nova conflagração mundial como já ocorreu no
século XX com a 1ª e a 2ª Guerra Mundial. Outra ameaça, de natureza ambiental,
é
representada
pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, o crescimento desordenado
das cidades e a catastrófica mudança climática global que tende a produzir graves
consequências para a humanidade. As atuais crises globais (econômica, financeira,
ecológica, social, política e o desenvolvimento de atividades ilegais e criminosas)
mostram que elas são insolúveis sem a existência de um governo mundial.
* Fernando
Alcoforado, 74, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de
Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento
estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora
Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo,
2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944,
2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia-
Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea
(EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development-
The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft &
Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária
(P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o
progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica,
Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba,
2012), entre outros.
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