Medicina
Já há um
novo antibiótico que elimina as bactérias resistentes
Por
Filomena Naves
Descoberta do composto, que pode ser o primeiro de
uma nova geração de antibióticos, é publicada hoje na Nature
Os cientistas que o desenvolveram chamaram-lhe
teixobactin e, provavelmente, este é um nome a fixar para o futuro. Trata-se de um novo
antibiótico, que já foi testado em ratinhos com sucesso, demonstrando que
consegue destruir as estirpes de bactérias resistentes aos medicamentos
atualmente disponíveis sem causar efeitos secundários nos animais. Além disso,
não foi observada a emergência de bactérias resistentes após o tratamento.
Os investigadores
alemães e norte-americanos que desenvolveram o estudo, e que publicam hoje – 07
de janeiro de 2015 – os resultados na revista Nature, referem que a descoberta
do novo composto, feita de forma
inovadora, durante um rastreio a dez mil bactérias num microchip, permite
pensar que outros novos antibióticos poderão ser encontrados desta forma no
futuro. A ser assim, esta será uma nova
revolução no mundo dos antibióticos.
Para já, a equipe
coordenada por Kim Lewis, da Universidade de Northwestern, em Boston, Estados
Unidos, não pode afiançar que as bactérias, nomeadamente a Clostridium
difficile, a Mycobacterium tuberculous e a Staphylococcus aureus, que foram
testadas durante este estudo, não vão desenvolver resistência ao teixobactin,
no futuro. Mas a forma como ele atua, destruindo os lípidos essenciais à formação
da membrana da bactéria, deixa antever que o desenvolvimento dessa resistência
não é muito provável. E mesmo, que aconteça, há uma folga de algumas décadas.
Depois da descoberta da penicilina, que
revolucionou a medicina, e de uma era dourada no combate às infecções
bacterianas, a emergência de resistência aos antibióticos por parte de várias
estirpes de bactérias nas derradeiras décadas do século XX acabou por se
transformar agora, no início do novo milénio, num problema global de saúde,
reconhecido pela própria Organização Mundial de Saúde, a OMS. O teixobactin
pode ser finalmente, a resposta que faltava para começar a resolver o problema.
A equipe que
descobriu e testou o composto está agora a trabalhar para realizar os primeiros
testes em humanos, mas o novo antibiótico, se tudo correr bem, não deverá estar
disponível no mercado antes de, pelo menos, cinco anos.
Extraído: DN CIÊNCIA
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