Vida de disciplina ou exteriorização
de fé?
Monja (em latim: monialis,is) é o nome que se
dá à mulher adepta do monasticismo feminino:
estilo de vida presente em diversas religiões, como no Budismo, no Cristianismo, no Hinduísmo e
no Taoismo, ainda que
suas tarefas e atribuições difiram profundamente entre uma fé e outra.
Na tradição
budista, as mulheres consagradas à vida monástica recebem o nome de bhikkhuni (Pāli) ou bhikṣuṇī (sânscrito) e seguem
a Regra Vinaya como
disciplina. As bhikkhuni têm ampla presença em terras cujo ramo
predominante é o Mahayana,
como Coreia, Vietnã, República Popular da China e Taiwan.
De acordo
com os textos sagrados budistas, a ordem das bhikkhuni foi fundada por Buda, em
atenção ao pedido insistente de sua mãe adotiva Mahapajapati Gotami, que teria
sido a primeira mulher de vida consagrada ao Budismo. As monjas budistas
guardam oito mandamentos, conhecidos como Garudhammas. Entre
eles, está o preceito de reverenciar os monges e a proibição de admoestá-los.
Em julho de
2007 uma reunião de líderes budistas e estudiosos de todas as tradições se
reuniram no Congresso Internacional sobre o Papel da Mulher Budista, em
Hamburgo, Alemanha, para definir um consenso mundial sobre o restabelecimento
da consagração de monjas. O evento contou com a participação de 65 delegados,
entre bhikkhus e bhikkhunis, além de mestres em Vinaya e anciãos de países de
maioria budista e estudiosos budologistas ocidentais. O relatório do congresso
afirma que todos os delegados "foram unânimes em deliberar pelo
restabelecimento da consagração das monjas", mencionando, para tanto, o
apoio do Dalai Lama, o qual,
em 1987, no Tibete, exigiu a
retomada da consagração completa das mulheres. Até então, a única linha de
transmissão da consagração votiva era a Dharmagupta,
permitindo que chinesas, formosinas, coreanas e vietnamitas fossem admitidas
oficialmente à vida monástica.
Na fé
cristã, uma monja é uma fiel inserida numa ordem religiosa,
geralmente de antiga fundação, que segue uma regra monástica:
geralmente, no Cristianismo ocidental, a Regra de São Bento — que compreende, além da oração, também
atividades laborais — ou a Regra de Santo Agostinho; e no Cristianismo oriental, a Regra de São Basílio.
Ainda que,
sobretudo no Brasil, o senso comum lhes
perceba equivalentes, as monjas se distinguem das freiras, uma vez
que estas últimas desempenham atividades sobretudo ligadas ao apostolado ativo,
seja na catequese, na
assistência aos idosos e aos
enfermos, em atividades educativas ou na animação pastoral; enquanto aquelas se
dedicam à vida contemplativa e votiva em clausura nos mosteiros ou conventos.
Outra
diferença fundamental está no fato de que as ordens monásticas femininas —
aquelas dedicadas exclusivamente à contemplação — nasceram quase que
contemporaneamente às masculinas, ao passo que as primeiras congregações religiosas de
freiras remontam ao Século XVI,
originárias de comunidades de terciárias, isto é, mulheres que compartilham um
carisma e uma espiritualidade comuns, ligando-se a uma ordem religiosa, mas que
continuavam a viver na secularidade.
Na Igreja Latina, as monjas
estão tradicionalmente ligadas a uma ordem masculina, da qual
compartilham o carisma e
cozam dos mesmos privilégios. Emitem de forma solene pelo menos três votos religiosos perpétuos: pobreza, castidade e obediência.
Vivem em
monastérios (mosteiros) canonicamente autônomos, dirigidos por uma abadessa ou
por uma priora, e usam,
como vestimenta, um hábito religioso particular.
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