sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

MINUTOS FINAIS E DRAMÁTICOS DO TRÁGICO NAUFRÁUGIO DO NAVIO TITANIC

Desastre marítimo

Titanic


Das 2223 pessoas a bordo 1517 morreram vítimas do afundamento do Titanic que, à época, segundo se propalava, era imune a naufrágios.

Imagem do capitão do navio


Às 2 h e 05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável bote "D", com 44 pessoas. Às 2h10, é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena "cada um por si" e não é mais visto por ninguém, sendo que alguns passageiros o viram dirigir-se para a ponte de comando um pouco antes da mesma ser invadida pela água. Já com a proa mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o desespero é geral. Na primeira chaminé, os cabos de sustentação, não aguentando mais a pressão sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, segundo alguns relatos, John Jacob Astor IV, homem mais rico no navio; algumas testemunhas afirmam que ele teria morrido congelado. Minutos depois o mesmo acontece com a segunda chaminé.
Às 2h15 a inclinação do navio chega aos 19° e a água gelada avança rapidamente, arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas para dentro do navio pela força das águas. Para quem ainda está dentro do Titanic, quanto mais o navio se inclina, mais difícil fica caminhar. A força da gravidade faz com que móveis e objetos pesados caiam sobre os passageiros, esmagando-os e impedindo sua saída do navio. A popa do Titanic sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até ao final para manter as luzes enquanto podem. Quando a inclinação chega aos 29° às 2h18, as luzes do navio piscam uma vez e depois se apagam para sempre. O pânico é maior, principalmente para os que ainda se encontravam no interior do navio.
Devido à inclinação, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé, dividindo o transatlântico em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa submerge, arrasta a popa ainda presa pelo casco duplo da quilha, deixando-a quase na vertical; segundos depois, a proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as estruturas de aço do transatlântico. Depois de alguns segundos emersa, a popa começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às 2h20 o navio, já completamente submerso, mergulha a pique para as profundezas do oceano, onde está sepultado até os nossos dias.


Uma das questões mais controversas foi o papel desempenhado pelo SS Californian, que estava apenas alguns quilômetros do Titanic, mas não tinha escutado as chamadas de socorro ou respondido aos foguetes de sinalização lançados pelo Titanic. O SS Californian tinha avisado o Titanic por rádio que iria parar a noite por causa dos gelos, mas foi repreendido pelo operador telégrafo do Titanic, que havia mandado "Calar a Boca".
Um testemunho perante o inquérito britânico revelou que as 10h10 da noite, o Californian observou as luzes de um navio para o sul, que mais tarde o capitão avisou que era um navio de passageiros. Às 11h50 da noite, o oficial tinha visto luzes que piscam para fora do navio, como se tivesse desligado ou virou-se bruscamente, e que a luz da porta era visível.

O SS Californian, que tentou avisar o Titanic do perigo de Icebergs.

O Segundo Oficial do Californian teria avisado ao Capitão que o navio tinha disparado cinco foguetes, e o capitão perguntou se eram sinais de empresa, ou seja, foguetes coloridos utilizadas como pedido de socorro. O Oficial disse que não sabia se os foguetes eram todos brancos. Então o Capitão mandou sinalizarem o navio com a lâmpada de sinais morse, e voltou a dormir. Mais três foguetes foram observados às 1h50 da manhã, e o Oficial estava achando estranho, percebendo que uma parte do navio estava fora da água. As 02h15 da manhã, o Oficial disse que o navio não podia ser mais visto (foi nesse exato momento que o Titanic afundou por completo).
O telégrafo do Californian respondeu às mensagens por volta das 5h30 da manhã, avisando que havia visto foguetes durante a noite, e pediu para comunicar-se com qualquer navio. Enfim, ele foi noticiado que o Titanic havia batido no iceberg e foi a pique. O capitão foi noticiado e foi no local do acidente para "prestar socorro", porém quando o Californian chegou ao local, o Carpathia já havia passado e recolhido os sobreviventes.
As investigações descobriram que de fato o navio daquela noite era o Titanic, e que seria possível o Californian ir prestar socorro. Portanto, o Capitão agiu de forma inadequada em não fazê-lo.
Dos botes, os passageiros assistem às sombras do navio afundado para sempre no meio de milhares de gritos de pavor e pânico. Mais de 1 500 pessoas estavam agora lançadas à água congelante. Após a popa desaparecer, alguns segundos de silêncio são seguidos por uma fina névoa branca acinzentada sobre o local do naufrágio. Esta névoa foi provocada pela fuligem do carvão e pelo vapor que ainda havia no interior do navio. O silêncio que parecia imenso deu lugar a uma infinita gritaria por pedidos de socorro. Os que não morreram durante o naufrágio agora lutavam para se manter vivos nas águas, tentando agarrar qualquer coisa que boiasse, como portas ou tábuas. Aos passageiros dos botes não restava nada a fazer a não ser esperar passivamente por socorro. Mas um bote não se limitou esperar. O bote número 14 comandado pelo Quinto Oficial Harold Lowe aproximou-se de outro, transferiu os seus passageiros e retornou ao local do naufrágio para recolher alguns possíveis sobreviventes. Praticamente todos já haviam morrido de hipotermia. Apenas 6 pessoas foram resgatadas ainda com vida.

Um dos dois botes desmontáveis cheio de sobreviventes

Às 4h10, de 15 de Abril de 1912, o navio Carpathia resgata o primeiro bote salva-vidas. No local, apenas duas dezenas de botes flutuando dispersos entre os destroços. Assim que os primeiros raios de Sol surgiram no horizonte, outros navios começaram a chegar na área do naufrágio. Entre eles, o Californian. Mas nada mais havia a fazer a não ser resgatar os corpos que boiavam. A recolha do último salva-vidas, o desmontável B, que estava virado de proa para baixo, aconteceu às 8h30. O Carpathia rumou a Nova Iorque com os sobreviventes pelas 8h50. Das 2 223 pessoas a bordo, apenas 706 foram resgatadas. Mais de 1500 (1517) morreram (quatro portugueses, três originários da ilha da Madeira e um radicado em Londres). Os tripulantes sobreviventes receberam cuidados no American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute (Lar e Instituto da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros), sede da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros.
White Star Line fretou o navio de cabos CS Mackay-Bennett pertencente a cidade de Halifax, no Canadá, para recuperar os corpos das vítimas. Três outros navios canadenses seguiram para o resgate levando suprimentos de embalsamamento, agentes funerários e clérigos. Das 333 vítimas resgatadas, 328 foram recuperados pelos navios.
O primeiro navio a chegar ao local do naufrágio, foi o CS Mackay-Bennett encontrando tantos corpos que os recursos de embalsamamento a bordo foram rapidamente esgotados. O legista John Henry Barnstead, foi o responsável pela documentação das vítimas do navio, ele desenvolveu um sistema detalhado para identificar os corpos, salvar os pertences e devolvê-los a família. O método de Barnstead é usado até hoje em grandes desastres. Parentes de toda a América do Norte e Europa foram identificar e reivindicar os corpos. Alguns, foram enviados para serem enterrados em suas cidades de origem, outros não puderam ser identificados e foram enterradas apenas com números na lápide em ordem na qual os corpos foram descobertos. Foram identificados cerca de dois terços dos corpos.
Os corpos que não puderam ser transportados para suas terras, foram enterrados em três cemitérios da cidade de Halifax: O Cemitério Fairview Lawn, seguido pelo vizinho Monte das Oliveiras e Barão de Hirsch.


Apenas 333 corpos das vítimas do Titanic foram recuperados, um em cada cinco das mais de 1500 vítimas. Alguns corpos afundaram com o navio enquanto outros foram levados pelas correntes do mar.
Depois disso, o nome Titanic, ficou como símbolo de uma das maiores tragédias marítimas da História. O Capitão Smith e o engenheiro-chefe Thomas Andrews permaneceram no navio. No entanto, Bruce Ismay, Presidente da White Star Line, embarcou num dos últimos botes que deixou o navio. A sociedade da época nunca o perdoaria por ter tomado esta atitude.

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