Município brasileiro
A primeira capital do
estado, cidade histórica e de relevante importância cultural
São Cristóvão é um município brasileiro do estado de Sergipe, localizado na Região Metropolitana de Aracaju. Limita-se com os municípios de Aracaju a leste, Nossa Senhora do Socorro, Laranjeiras e Areia Branca ao norte, e Itaporanga d'Ajuda a oeste e sul.
Praça
de São Francisco
Foi a primeira capital de Sergipe, até a transferência para Aracaju em 17 de março de 1855. E tem o título de quarta
cidade mais antiga do Brasil (logo depois de Salvador, Rio e João Pessoa) e
segunda urbe real mais antiga fundada por não-portugueses (sendo a terceira no
intuito de fechar brechas entre núcleos mores anteriores na costa diante de
invasores não-ibéricos ao longo da América Portuguesa). A intenção dos
espanhóis era construir a primeira via terrestre ligando o Nordeste Oriental e
seus núcleos mores (urbe de Filipéia e vila de Olinda) a São Salvador da Baía
de Todos os Santos (surgida para fechar a brecha - vácuo geopolítico - que
havia entre Olinda e São Vicente), o que ameaçava seriamente normandos e bretões
a continuidade da experiência oeste-ibérica no sudoeste atlântico.
Capital da província de Sergipe até
meados do século XIX, São Cristóvão
guarda, da fase colonial, alguns edifícios históricos e tradições, como as
romarias e as festas religiosas. A festa de Nosso Senhor dos Passos, por
exemplo, atrai fiéis de vários estados do Brasil.
Cidade histórica do estado de Sergipe, considerada monumento
nacional, São Cristóvão situa-se ao norte do estuário
do rio Vaza-Barris, no litoral sergipano. Tem 47 metros
de altitude e dista 26 km de Aracaju, a atual capital.
A paisagem urbana de São Cristóvão
integra a topografia acidentada do morro da Cidade Alta com a Cidade Baixa à
beira do rio Paramopama.
São Cristóvão é a quarta cidade mais
antiga do país e foi a primeira capital de Sergipe. Foi fundada por Cristóvão de Barros a 1 de
Janeiro de 1590, no contexto da Dinastia
Filipina em Portugal, União Ibérica.
A cidade sofreu sucessivas mudanças, até firmar-se no local em que
hoje se encontra, à margem do rio Paramopama, afluente do rio
Vaza-Barris. Em 1634 foi invadida pelos neerlandeses, ficando praticamente destruída. As tropas luso-espanholas, sob o
comando do conde de Bagnoli, tentando evitar o abastecimento dos
inimigos, incendiaram as lavouras, dispersaram o gado e conclamaram a população
a desertar. Os neerlandeses, que encontraram a cidade semideserta, completaram
a obra da destruição.
Em 1645, os neerlandeses foram expulsos da capitania de Sergipe,
deixando a cidade em ruínas. No final do século
XVII, Sergipe foi anexado à Bahia e São Cristóvão
passa a sede de Ouvidoria. Em 1710 foi invadida pelos habitantes de Vila Nova, região norte de
Sergipe, revoltados com a cobrança de impostos por Portugal. Nos meados do século
XVIII, a cidade foi totalmente reconstruída. Em1763 sofre a invasão dos negros dos mocambos e índios perseguidos.
Igreja
de São Cristóvão
No dia 8 de
julho de 1820, através de decreto de Dom João
VI, Sergipe foi emancipado da Bahia, sendo elevado à categoria de Província do Império do Brasil e
São Cristóvão torna-se, então, a capital.
No final da primeira metade do século,
os senhores de engenho lideram um movimento com o objetivo de transferir a
capital para outra região, onde houvesse um porto capaz de receber embarcações
de maior porte para facilitar o escoamento da produção açucareira, principal
fonte da economia na época.
Casas
e calçamento em estilo colonial
Em 17 de
março de 1855, o então presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa,
transferiu a capital para Aracaju. A partir desse momento, a cidade passa por um processo de
despovoamento e crise, que só é resolvido no início do século XX com o advento
das fábricas de tecido e a via férrea.
Outro duro golpe para São Cristóvão
foi a perda da sua área litorânea para Aracaju. Em 1954, o prefeito Lourival
Baptista efetuou a permuta da área que corresponde à Meio Atalaia e Aruana por um gerador elétrico para
a sede do município. Para alguns pesquisadores o objetivo da troca era
essencialmente eleitoral, visto que Lourival Baptista conseguiu uma cadeira de
Deputado Estadual no ano seguinte com o apoio maciço dos moradores da velha São
Cristóvão. Com esta decisão Aracaju passou a ter costa oceânica, uma vez que se
encontrava somente às margens do estuário do rio Sergipe.
Cidade
alta
O atual avanço imobiliário na área da
Jabotiana desde 2002 começa a
penetrar em território sancristovense através dos povoados Várzea Grande e
Cabrita, o que pode gerar novas polêmicas sobre limites municipais entre
Aracaju e São Cristóvão.
A construção no fim dos anos 1990 do
Complexo Penitenciário Carvalho Neto (COPENCAN) na entrada da cidade, às
margens da BR-101, também foi muito questionada quanto aos prejuízos econômicos
que poderia trazer ao turismo histórico.
Cidade tombada pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 23 de
janeiro de 1967, tendo sido inscrita no livro de tombo arqueológico, etnográfico
e paisagístico, enquanto que em nível estadual já havia sido elevada a
categoria de Cidade Histórica pelo Decreto-lei nº. 94 de 22 de
junho de 1938, do Governador-Interventor Eronildes
Ferreira de Carvalho.
Os principais edifícios históricos do
centro de São Cristóvão, a
cidade alta, possuem acautelamento governamental, ou seja, tombamento. A Igreja e Convento de
São Cruz, ou de São Francisco, e onde também funciona o Museu de Arte Sacra, é
o primeiro monumento tombado no Estado de Sergipe pelo IPHAN em 1941. Depois temos a Igreja Matriz de
Nossa Senhora das Vitórias, Igreja do Rosário dos Homens Pretos e o Conjunto Carmelita (que conta com a Igreja e Convento do Carmo, e a Igreja da Ordem
Terceira que é mais conhecida como Igreja de Nosso Senhor dos Passos) em 1943. Ainda naquele ano são tombados os sobrados de Balcão Corrido da
Praça da Matriz, o da Praça de São Francisco e o da Rua Messias Prado. Em 1944, a Igreja e Antiga Santa Casa de
Misericórdia, que hoje é o Lar Imaculada Conceição. E em 1962, a Igreja do Amparo dos Homens Pardos.
Além dos monumentos tombados pelo IPHAN, é tombado pelo governo estadual o Museu do Estado por decreto de 2003, porém esse prédio pode ser considerado protegido pelo Estado
conforme o texto do Decreto-lei nº. 94 de 1938.
O município ainda possui bens
remanescentes de antigos engenhos que possuem valor cultural. Apenas duas
capelas rurais de antigos engenhos em São Cristóvão possuem tombamento, a do
Poxim (IPHAN em 1943) e a de Itaperoá (Governo Estadual, no início dos anos
oitenta), próxima a Itaporanga d'Ajuda, esta última
está completamente abandonada e em processo de arruinamento, ou seja, sério
risco de desaparecer.
Em 1 de
Agosto de 2010 o Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) anunciou, em Brasília, que a praça São
Francisco, em São Cristóvão (SE), é o mais novo patrimônio
cultural da humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário