LITERATURA
Era
mineira, massa Selva de Pedra era o Rio de Janeiro. Suas novelas na Globo saíam
do estúdio e hipnotizavam o Brasil, com audiência, às vezes, de 100% dos
televisores
Janete Clair, nome
artístico de Jenete Stocco Emmer Dias Gomes (Conquista, 25
de abril de 1925 — Rio de Janeiro, 16 de novembro
de 1983), foi uma célebre escritora brasileira,
autora de folhetins (novelas) para rádio e televisão. O
sobrenome Dias Gomes vem
do marido, o também escritor Alfredo de Freitas Dias Gomes.
O casal:
Janete e Dias Gomes
Por causa de seus
sucessivos êxitos no horário das 20h, o mais nobre da Rede Globo,
Janete passou a ser conhecida também como "Maga das Oito", "Dama
das Oito" e "Nossa Senhora das Oito".
Janete Clair nasceu
Jenete Stoco Emmer , filha do libanês Salim Emmer. Depois de passar uma
infância tranquila em Conquista, no Triângulo Mineiro, no vale do Rio Grande,
próxima a Uberaba, em Minas Gerais, o talento de Janete para a vida
artística começou a despontar quando a família se mudou para Franca,
em São Paulo. Na Rádio Herz, a principal emissora da cidade, Janete fazia
sucesso interpretando canções em árabe e francês. Aos quatorze anos, precisou
interromper temporariamente a vida artística e se dedicou a trabalhar como
datilógrafa para ajudar na renda da família. Depois, já na capital São
Paulo fez estágio num laboratório como bacteriologista e aos vinte anos
passou num teste para ser locutora e rádio atriz da Rádio Tupi. Adotou o sobrenome artístico Clair,
inspirada na música "Clair de Lune" de Claude Debussy por
sugestão de Otávio Gabus Mendes. Nessa época, trabalhando na rádio,
conheceu e se apaixonou por seu futuro marido, o dramaturgo Dias Gomes.
Nos anos 50, já casada e incentivada pelo marido, passou a
escrever radionovelas e teve grande sucesso com Perdão, Meu
Filho (Rádio Nacional, 1956). Com Dias, Jenete teve os filhos
Guilherme, Alfredo, Denise e Marcos Plínio, este falecido ainda
criança com dois anos e meio, fato que a fez sofrer demasiadamente.
Na década de
1960 iniciou a produção para a televisão, com as telenovelas O
Acusador e Paixão Proibida, ambas pela TV Tupi.
Em 1967, recebeu a incumbência de alterar a trama da telenovela Anastácia,
a Mulher sem Destino, da Rede Globo, para reduzir drasticamente as
despesas de produção. Ela, então, inseriu na história um terremoto que
matou mais da metade dos personagens e destruiu a maior parte dos cenários. Depois disso, ficou em definitivo na Rede
Globo, onde escreveu telenovelas como Sangue e Areia, Passo
dos Ventos, Rosa Rebelde e Véu de Noiva.
Nos anos
70 escreveu algumas das telenovelas de maior sucesso da história
televisiva nacional, como Irmãos Coragem (1970), Selva
de Pedra (1972) e Pecado Capital (1975), período este
em que passou a ser chamada de "a maga das oito", por garantir
índices de audiência estratosféricos nas telenovelas exibidas neste horário,
sendo, em muitas, indiscutivelmente imbatível. Em 1978, parou o Brasil com
a telenovela O Astro, em torno do mistério "Quem matou Salomão
Hayala?", personagem então interpretado por Dionísio Azevedo. Janete
Clair se tornou a maior autora popular da história da televisão do
Brasil, a única a alcançar 100 pontos de audiência.
Morreu
precocemente, vitimada por um câncer no intestino, enquanto escrevia a
telenovela Eu Prometo, que deixou inacabada. Esta acabou sendo
concluída pela colaboradora Glória Perez, que viria a tornar-se
reconhecida e respeitada novelista, e pelo seu viúvo Dias Gomes.
Janete hoje é tida como símbolo de carisma, simplicidade e talento. Suas
histórias ainda povoam a mente dos brasileiros, e permitiu de modo ímpar,
evidentemente junto com trabalhos de autores como Walter George
Durst, Ivani Ribeiro, Cassiano Gabus Mendes e Lauro César
Muniz, dentre outros, a popularização da novela como produto de cultura
massificada e acessível à praticamente - senão à toda - população.
Com a participação
de historiadores, parentes, amigos, admiradores e do poder público está sendo
preparado o "Festival Janete Clair" que deverá acontecer todos os
anos na semana do dia 25 de Abril na cidade natalícia de Janete,
Conquista, interior de Minas Gerais.
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